sábado, setembro 25, 2010

O livro de Judas e a doutrina do Inferno


Hoje, quando estava indo para o trabalho, li uma passagem do livro de Judas (outro Judas, não o que traiu Jesus) que dizia o seguinte:

“aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno” (Judas 6-7).

Quando li esse texto imediatamente pensei na força apologética desses versículos para uma robusta defesa da doutrina bíblica do inferno. Claramente esse texto nos diz que a) anjos estão reservados em prisões na escuridão; b) essas prisões são eternas; c) ele aguardam o grande dia do juízo; d) que Sodoma e Gomorra servem como exemplo; e) e que sofrem (ato contínuo) f) a pena do fogo eterno. Não é a primeira vez que eu vejo essa passagem, mas foi a primeira vez que ela se destacou para mim. Já devo tê-lo visto em algum texto de teológico.
Enfim, passei o dia pensando em como a Torre de Vigia poderia negar a claridade dos ensinos desse texto em relação ao tormento eterno de pecadores. Quando cheguei em casa (após devorar uma deliciosa pizza), abri minha Tradução do Novo Mundo (TNM), a famosa tradução das Escrituras das Testemunhas de Jeová e li essa mesma passagem.
Em um texto truncado, lê-se o seguinte:

“E os anjos que não conservaram a sua posição original, mas abandonaram a sua própria moradia correta, ele reservou com laços sempiternos, em profunda escuridão, para o julgamento do grande dia. Assim também Sodoma e Gomorra, e as cidades em volta delas, as quais, da mesma maneira como os precedentes, tendo cometido fornicação de modo excessivo e tendo ido após a carne para uso desnatural, são postas diante [de nós] como exemplo [de aviso] por sofrerem a punição judicial do fogo eterno”.

Existe uma escolha de palavras aqui para que o texto seja desfigurado e reflita um entendimento teológico pré-concebido que vai definir a tradução. Essa posição também é demonstrada pela inserção de duas palavras que não existem no texto original [de nós] e [de aviso]. Segundo a própria TNM, quando uma palavra está em colchetes, ela não se encontra no original e foi inserida pelos tradutores.
Ainda assim, não consigo imaginar como alguém pode negar a doutrina do inferno eterno quando se tem um texto tão claro em relação isso. E esse não é o único.
O maior perigo para a Torre de Vigia é que uma testemunha de Jeová comece a ler a Bíblia por si mesmo, sem necessitar dos livros auxiliares para entendimento das suas doutrinas. Pois pela simples leituras das Escrituras, ninguém até hoje (que eu conheça ou tenha ouvido falar) se tornou testemunha de Jeová.
Como já dizia Charles Taze Russel:
"Não somente achamos que as pessoas não podem ver o plano divino estudando por si a Bíblia, como vemos, também, que se alguém puser de lado 'Studies in the Scripture' (Estudo das Escrituras, livro do profeta falso Charles Taze Russel) mesmo depois que os tiver usado, depois que os tiver lido durante dez anos -- e os ignora e vai para a Bíblia sozinho, ainda que ele tenha entendido sua Bíblia durante dez anos, nossa experiência mostra que ele vai para as trevas. Por outro lado, se ele tivesse apenas lido 'Studies in the Scripture' com suas referências e não tivesse lido uma página da Bíblia como tal, ele estaria na luz no fim de dois anos, porque ele teria a luz das Escrituras." (Watchtower, 15 de setembro de 1910)

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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