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quinta-feira, agosto 16, 2012

Ateu dispor


segunda-feira, agosto 06, 2012

Casamento bíblico: pode tudo? - Parte 2



Ontem apresentamos a primeira parte desse texto, quando analisamos os aspectos da argumentação dos novos ateus e como isso pode ser visto na imagem acima. Leia a primeira parte, pois esse texto aqui fará muito mais sentido com a introdução do primeiro.
Pronto?
Com tudo isso em mente, vamos analisar os oito tipos de casamentos que vemos na figura.

1 – Homem + mulher
Nada de errado aqui. Realmente a esposa é submissa ao marido, assim como a igreja é submissa à Cristo e este submisso a Deus. É uma questão do papel de cada um. E como pode ser visto no texto de Efésio 5 apresentado acima, essa submissão é baseada em amor, especialmente da parte do marido.
O único comentário adicional é que eles afirmam que todos os casamentos da Bíblia eram arranjados, como se isso fosse uma grande atrocidade. Na verdade, esse era o padrão de casamento da nossa sociedade até pouco tempo atrás e apenas recentemente isso mudou. Além disso, vários casamentos bíblicos foram baseados no amor, mesmo os arranjados. Um exemplo? Jacó e Raquel (Genesis 29:18).

2 – Homem + esposas + concubinas
Isso nunca foi um mandamento bíblico, nem foi definido como casamento pelas Escrituras. A Bíblia apenas relata os atos pecaminosos desses homens. Mesmo homens como Abraão, que para nós é um dos pais da fé, pecaram e não apenas uma vez. E muitas vezes viram o resultado de seus pecados.

3 – Homem + mulheres + mulheres
A Atea cita Gênesis 16 talvez na esperança que as pessoas não venham a ler o texto, já que aqui temos a história de como Sarai entregou sua serva para que Abrão dormisse com ela. Por tudo o que já lemos até aqui, vemos que não existe um mandamento de Deus para essa atitude. Na verdade, tudo isso é considerado como pecado e trouxe graves consequências para todos (leia o capítulo 21 de Gênesis). De qualquer forma, isso não é conceito de casamento, mas sim a descrição de um ato pecaminoso.

4 – Homem + mulher + mulher... (poligamia)
Já falamos sobre poligamia e como Deus deixou bem claro nas Escrituras que o casamento deveria ser entre um homem e uma mulher. Qualquer coisa que fosse além disso, seria considerado como fruto do coração pecaminoso do homem.

5 – Homem + viúva de seu irmão (casamento levirado)
Talvez por desconhecer em sua profundidade o texto bíblico (o que fica claro pela hermenêutica ruim da Atea), eles citaram Gênesis 38:6-10 para o casamento levirato (o correto é levirato), mas o melhor texto é Deuteronômio 25:5. Esse texto é um mandamento para uma situação específica: a viúva sem filhos. Se o marido morto possuía um irmão, então, ela deveria se casar com ele e não com alguém de fora. O objetivo dessa lei para Israel era proteger as viúvas, já que não existia uma seguridade social na época e uma mulher sem filhos poderia facilmente cair na prostituição para se sustentar. Era isso que a lei planejava: trazer proteção para a mulher. Lembre-se, aquela era outra sociedade, uma época muito mais dura e difícil.

6 – Estuprador + vítima
Se um homem se encontrar com uma moça sem compromisso de casamento e a violentar, e eles forem descobertos, ele pagará ao pai da moça cinqüenta peças de prata. Terá que casar-se com a moça, pois a violentou. Jamais poderá divorciar-se dela.
Deuteronômio 22:28-29 (NVI)

Veja esse mesmo texto na versão Almeida Corrigida Revisada e Fiel.
Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados, então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos de prata; e porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias.

Dois pontos a se observar: o primeiro, o texto não aprova o estupro. Em momento nenhum o estupro é incentivado ou é dito que o estuprador fez algo correto. O texto, se realmente estiver lidando com estupro, apenas faz uma provisão para uma situação ruim. Mas a bem da verdade, eu acho pouco provável que o texto se refira a estupro. Veja que na versão Almeida o texto fala de um homem que se deita com uma virgem. Não diz que foi a força. Na verdade, o original em hebraico usa as palavras taphas para pegar e shakab para deitar-se. Taphas pode ter o sentido de violência ou não, mas como o texto fala apenas de uma virgem (excluindo assim mulheres que já tiveram relação sexual), acho pouco provável que o foco seja o estupro, mas sim a perda a virgindade, que era algo muito valorizado em sociedades antigas. Como julgamos as sociedades do passado pelos nossos valores, achamos hoje em dia absurda a valorização da virgindade. Mas isso fala muito mais sobre a pecaminosidade dos nossos tempos do que de qualquer outra sociedade.

7 – Soldado masculino + prisioneiras de guerra
Mais uma vez, a Atea torce para que aqueles que se encontrem com a figura, não venham a ler os dois textos apresentados: Número 31:1-18 e Deuteronômio 21:11-14. Ambos os textos mostram situações em uma sociedade que estava em guerra, mas de forma diferente. O primeiro é um ajuste pela desobediência dos soldados israelitas. Eles deveriam matar todos os midianitas, mas deixaram algumas mulheres vivas. Muito do pecado desses povos era sexual e envolvia mulheres, homens, animais e crianças. Já que os soldados desobedeceram ao comando de Moisés, foi feito um acerto para que pelo menos as virgens fosse poupadas, já que pelo menos elas dificilmente haviam se contaminado com os pecados sexuais de seu próprio povo. Tudo isso parece muito severo nos dias de hoje, mas lembre-se que Deus ordenava a morte desses povos como condenação de atrocidades que eles já faziam há muito tempo (veja o caso dos amoreus em Gênesis 15:16 e que somente foram punidos em Números 21). O segundo texto apresenta uma regulação para o caso de um soldado desejar tomar uma mulher de um campo inimigo como esposa. Ele deve trazê-la para Israel, deixá-la passar pelo luto da família por um mês e depois poderá tomá-la como esposa. Não como escrava sexual: como uma esposa digna. Em um período que mulheres eram propriedades e as mulheres de um campo inimigo deveriam se estupradas, a regulamentação bíblica sobre o assunto foi um enorme avanço.

8 – Homem escravo + mulher escravo
Leia Êxodo 21:1-4 e vejo os senhores eram horríveis com os servos, arrumando esposas para eles...

Ufa, que texto longo. Por isso dividi-lo em duas partes. Tentei cobrir o assunto de forma mais abrangente, mas muito mais ainda podia ser dito. Após analisar todos os argumentos da Atea para dizer que a Bíblia nunca possuiu uma única definição sobre casamento, podemos facilmente concluir que na verdade a Atea simplesmente desconhece o texto bíblico, ou desconhece os princípios mais básico da lógica, ou simplesmente possui um grande ódio por Deus e tudo o que se refere a Ele. Claro que nenhuma dessas opções é autoexcludente e possivelmente a melhor resposta seja uma combinação das três.
O mais importante é perceber que mesmo nos casos apresentados pela Atea o casamento sempre se caracterizou pela união entre homem e mulher. Mas quando o ódio é a força motriz por trás de sua argumentação, mesmo a coisa mais óbvia fica difícil de ser vista.

É por isso que eu sempre digo: LEIA A SUA BÍBLIA! Se você tiver um mínimo de conhecimento geral das Escrituras, irá tirar de letra esse tipo de argumentação falaciosa.

domingo, agosto 05, 2012

Casamento bíblico: pode tudo? - Parte 1



A ATEA –Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos é uma grande representante do movimento conhecido como Novos Ateus. E a grande novidade em relação a esses ateus não é uma nova argumentação, um raciocínio mais apurado sobre a religião ou sobre a existência de Deus. A grande novidade dos Novos Ateus é o ódio pela religião, por aqueles que são religiosos de alguma uma forma e especialmente um ódio mortal contra Deus, que apesar dele não existir, eles ainda assim o odeiam. Outra grande novidade é a forma de argumentação falaciosa (ad hominem, homem de palha e raciocínio circular são os favoritos) e quando se trata da Bíblia, esse aspecto se torna ainda mais forte.
No final de Julho um amigo do Facebook compartilhou a imagem acima, que mostra que a Bíblia possui várias definições de casamento. Assim, os cristãos que usam a Bíblia contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo estão na verdade errados, já que a própria Bíblia possui várias definições de casamento. Esse argumento ganha ainda mais força com uma linguagem gráfica como na ilustração. Como ontem eu publiquei um texto sobre a reação à declaração do presidente da Chick-Fil-Asobre o casamento bíblico entre homem e mulher, achei que seria bom responder ao argumento acima.
Antes de abordarmos as particularidades apresentadas na imagem, eu gostaria de falar um pouco sobre o modus operandi das argumentações contra a Bíblia da ATEA e dos novos ateus por tabela. Em sua grande maioria, quando um novo ateu faz uma apresentação contra algum ponto bíblico, seja ele qual for, ele se utiliza de alguns passos. O primeiro é isolar o texto de seu contexto. Ele trata um versículo bíblico como se esse estivesse solto no espaço e então passam para o segundo passo, o apresentam, via de regra, de forma distorcida, o que é fácil fazer quando o texto está fora de seu contexto. O terceiro e mais contraditório passo é quando esse texto é do Velho Testamento e o julgam a partir de padrões cristãos que eles mesmos adotam, mas que jamais teriam coragem de afirmá-los como tal. Ou seja, eles julgam sociedades antigas como se essas fossem exatamente a mesma coisa do que a nossa sociedade atual. Isso é muito comum quando julgam as atrocidades do Velho Testamento, mas tem dificuldade de chamar de errado as atrocidades da nossa era, como o aborto. Apesar de acharem que a moralidade é algo relativo, eles se tornam absolutistas na hora de julgar sociedades bíblicas.
Quarto e último passo para uma completa argumentação neo-ateísta: achar que tudo o que é descrito na Bíblia é um mandamento de Deus. O neo-ateu interpreta toda a Bíblia como se tudo aquilo que está ali fosse como ordenança ou exemplo de comportamento para a humanidade. O que eles falham em entender é que existem várias literaturas dentro da Bíblia. Não apenas isso, mas a Bíblia apresenta o homem como ele realmente é, com todas as suas falhas e defeitos. Ela não esconde a pecaminosidade do homem, muito pelo contrário, ela o mostra em toda a sua atrocidade, fazendo uma comparação com o amor de Deus, que se torna imenso perto da nossa transgressão. Se você seguir esses quatro passos, terá o padrão perfeito para a argumentação falaciosa do novo ateu.
Isso dito, qual é a definição bíblica de casamento? Não vamos encontrar nas Escrituras uma frase que siga exatamente assim: a definição correta de casamento é a união entre um homem e uma mulher. Não vamos encontrar essa frase porque a Bíblia não é um dicionário, mas apesar de não encontrarmos essa frase colocada dessa exata maneira, vamos encontrar esse conceito por toda a Escritura. Começando por Genesis, podemos ver que Deus criou uma ajudadora para Adão (Gn 2:18-24) e tudo culmina no versículo 24 que diz: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”. Veja aqui um padrão que será seguido por toda a Bíblia: o casamento entre um homem e uma mulher. Deus não criou dois homens ou não criou duas mulheres (até porque se tivesse feito isso, não existiriam mais seres humanos), não criou um homem e várias mulheres ou uma mulher e vários homens. Desde o começo o padrão de Deus para o homem era um homem e uma mulher. Jesus afirma isso quando fala sobre divórcio:

Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?
Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
Mateus 19:3-8

Três coisas interessantes a se notar no texto acima: que desde o princípio o padrão é macho e fêmea, um homem e uma mulher; e depois, que Deus algumas vezes permite (e não ordena) certos comportamentos humanos divergentes de seus mandamentos por causa da dureza do coração humano. Lembre-se disso: se Deus fosse lidar com a pecaminosidade humana da forma como deveria, nós já estaríamos extintos há séculos. É apenas pela graça de Deus que o homem ainda caminha na terra. Mas Deus não tem feito vista grossa para nada disso e apesar de ele ser paciente e tardio em se irar (Joel 2:13), ele fará cumprir a sua justiça, seja na pessoa de Cristo para aqueles que se arrependeram, seja na própria pessoa que se rebelou contra Ele. Nada será esquecido. E o terceiro ponto: Cristo fez essa afirmação em uma sociedade poligâmica. Apesar disso, Cristo não disse que desde o princípio Deus criou um homem para várias mulheres, mas sim um homem e uma mulher. Mesmo em uma sociedade polígama, a definição de casamento continuava a mesma.
O casamento para o cristão também possui um forte contexto teológico, já que Cristo é apresentado como o noivo e a igreja como a noiva (veja Efésios 5:27-32). Os líderes da igreja deveriam ser casados com apenas uma esposa (1 Timóteo 3:2, 12). Mesmo os reis do Velho Testamento eram instruídos a não possuírem múltiplas esposas (Dt 17:17). Davi e Salomão desobedeceram a Deus quando tiveram muitas esposas e esse pecado não veio sem a justa punição:

E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração.
Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai,
1 Reis 11:3-4

Portanto, por toda a Bíblia, podemos ver que o conceito bíblico de casamento é entre um homem e uma mulher e isso é consistente entre o Velho e o Novo Testamento.
Um último ponto antes de analisarmos a imagem em si: muito do que é ensinado na Bíblia é uma regulação para o povo de Israel e não mandamentos para a Igreja. Deus fechou um acordo com o povo de Israel, uma constituição, uma legislação que deveria guiá-los, especialmente enquanto estes deveriam viver em terras estrangeiras, próxima de povos que muitas vezes eram muito mais depravados que os próprios Israelitas (sacrifício de bebês era comum nessas sociedades, assim como nos dias de hoje, só que antigamente eles esperavam o bebê sair da barriga para isso). Lembre-se que estamos falando de uma sociedade separada por mais de três mil anos até hoje, outros valores e uma sociedade que não havia sido influenciada pelos valores cristãos, como é o caso da nossa. Muito do que Deus regulou para Israel parece duro e rígido para nós que somos uma sociedade formada com uma base de princípios cristãos (amor, caridade, respeito ao próximo, igualdade, respeito), mas que quando comparado com as sociedades contemporâneas em sua volta, essa regulamentação se apresenta como um enorme avanço moral e humanístico.
Com tudo isso em mente, vamos analisar os oito tipos de casamentos que vemos na figura acima, mas apenas amanhã, pois o texto já está enorme para um blog.

sábado, dezembro 17, 2011

Blaise Pascal sobre os ateus





[diz o Ateu:] "Não sei quem me pôs no mundo nem o que é o mundo, nem mesmo o que sou. Estou numa
ignorância terrível de todas as coisas. Não sei o que é o meu corpo, nem o que são os meus sentidos,
nem o que é a minha alma, e até esta parte do meu ser que pensa o que eu digo, refletindo sobre tudo e
sobre si própria, não se conhece melhor do que o resto. Vejo-me encerrado nestes medonhos espaços
do universo e me sinto ligado a um canto da vasta extensão, sem saber porque fui colocado aqui e não
em outra parte, nem porque o pouco tempo que me é dado para viver me foi conferido neste período de
preferência a outro de toda a eternidade que me precedeu e de toda a que me segue.

"Só vejo o infinito em toda parte, encerrando-me como um átomo e como uma sombra que dura
apenas um instante que não volta.

"Tudo o que sei é que devo morrer breve. O que mais ignoro, porém, é essa morte que não
posso evitar.

"Assim como não sei de onde venho, também não sei para onde vou. Sei, apenas, que, ao sair
deste mundo, cairei para sempre no nada ou nas mãos de um Deus irritado, sem saber em qual dessas
duas situações deverei ficar eternamente. Eis a minha condição, cheia de miséria, de fraqueza, de
obscuridade. Concluo, de tudo isso, que devo passar todos os dias da minha vida sem pensar em
descobrir o que me deve acontecer. Talvez pudesse encontrar algum esclarecimento nas minhas
dúvidas, mas não quero dar-me a esse trabalho, nem dar um passo nesse sentido. Tratando com
desprezo os que com isso se preocupam, quero experimentar esse grande acontecimento sem
previdência e sem temor, deixando-me passivamente conduzir à morte, na incerteza da eternidade da
minha condição futura".

Quem desejaria ter como amigo um homem que assim falasse? Quem o escolheria para lhe
comunicar as suas intimidades? Quem recorreria a ele em suas aflições?
Finalmente, a que utilidade, na vida, se poderia destiná-lo?

Na verdade, é glorioso, para a religião, ter como inimigos homens tão insensatos, pois a sua
oposição lhe é tão pouco perigosa que serve, ao contrário, para o estabelecimento de suas principais
verdades. Com efeito; a fé cristã não visa, principalmente, senão a estabelecer estas duas coisas: a
corrupção da natureza e a redenção de Jesus Cristo. Ora, se eles não servem para mostrar a verdade da
redenção pela santidade dos seus costumes, servem ao menos, admiravelmente, para mostrar a
corrupção da natureza com sentimentos tão desnaturados.

Nada é tão importante para o homem como a sua condição, e nada lhe é tão temível como a
eternidade. Por conseguinte, se se acham homens indiferentes à perda do próprio ser e ao perigo, de
uma eternidade de miséria, isso não é natural. Procedem de modo inteiramente diverso em relação a
todas as outras coisas: temem até as mais insignificantes, e as prevêem, e as sentem. O mesmo homem
que passa tantos dias e tantas noites cheio de cólera e de desespero por ter perdido um cargo, ou por
alguma ofensa imaginária à sua honra, sabe também que vai perder tudo com a morte, sem que por isso
se inquiete ou se comova. É uma coisa monstruosa ver, num mesmo coração e ao mesmo tempo, essa
sensibilidade pelas menores coisas e essa estranha insensibilidade pelas maiores.

Trecho do livro "Pensamentos" (Pensées) de Blaise Pascal

sexta-feira, dezembro 16, 2011

Morre Christopher Hitchens, o ateu (não mais)


13 Abril 1949 – 15 Dezembro 2011


Acabamos de saber da morte do jornalista Christopher Hitchens, famoso, entre outras coisas, pelo seu trabalho como um dos grandes expoentes do ateísmo, mais especificamente do neo-ateísmo. Hitchens morreu pelas complicações de um câncer em seu esôfago.
Essa é uma notícia triste. Não ficamos felizes ao saber de sua morte. Não existe alegria pela morte de um ímpio. Hitchens verbalizou ferozmente sua postura ateísta, atacando, rejeitando, denegrindo, ridicularizando, insultando Deus e todos associados a Ele ou à idéia de uma deidade. Seu livro “Deus não é grande” o lançou ao estrelato popular pela postulação e reclamação (não argumentos) contra Deus. Mas apesar de tudo isso, Hitchens nunca foi o inimigo. Ele sempre foi mais uma alma perdida, que como tantas outras rejeitava a Deus. A diferença é que pelo menos ele verbalizava isso.
Parte do meu respeito por Hitchens é que ele tinha a coragem de dar mais a cara para bater do que Richard Dawkins. Enquanto Dawkins foge a qualquer encontro com o filósofo cristão William Lane Craig, Hitchens aceitou debater com ele. Mesmo tendo, nas palavras de um ateu que assistiu ao debate, “apanhado igual um garotinho”, Hitchens ao menos deu as caras para defender suas idéias.
A propósito, Dawkins postou a seguinte nota em seu Twitter:
“Christopher Hitchens, grande orador de nosso tempo, companheiro cavaleiro, valente guerreiro contra todos os tiranos incluindo Deus.”
Belas palavras de Dawkins. Mas se o ateísmo de Dawkins e Hitchens for verdadeiro, todas essas palavras não fazem o menor sentido. Todas elas se baseiam na idéia de um padrão moral superior que deve ser seguido, pelo qual Hitchens está sendo comparado. Mas esse padrão moral só pode existir se for transcendente à nós mesmo. Tiranos só podem existir se houver uma bondade de ações pela qual eles devem ser julgados. Sem Deus como legislador moral, esse padrão não existe. O que existe é gosto pessoal. Jamais poderíamos chamar alguém realmente de tirano, já que não existe um padrão moral transcendente pelo qual fazer comparação. Se Dawkins estiver certo, suas palavras não fazem o menor sentido.
Eu não sei qual é o destino de Hitchens. Talvez ele esteja no inferno. Talvez não. Não sabemos como foram os últimos momentos dele e na face da morte, o mais teimoso dos homens pode finalmente dobrar sua vontade quando percebe que vai se apresentar ao seu Criador. Podemos ter esperança. Só teremos certeza quando chegarmos no céu. Mas há algo que temos certeza absoluta.
Christopher Hitchens, que morreu hoje no dia 15 de Dezembro de 2011, não é mais um ateu. Ele agora acredita que Deus existe.
Só esperamos que ele não tenha chegado a essa conclusão tarde demais.

sexta-feira, junho 17, 2011

Se eu fosse um ateu



A base do cristianismo se sustenta na ressurreição de Jesus. De fato, Paulo afirma "nós apóstolos estaríamos todos mentindo sobre Deus – porque temos dito que Deus ressuscitou Cristo do túmulo. Mas isso não pode ser verdade ser não existe ressurreição dos mortos. E se não existe ressurreição dos mortos, então Cristo não foi ressuscitado" (1 Corintios 15:15-16). Paulo diz que, sem a ressurreição de Jesus, eles (os apóstolos) são um grupo de mentirosos.

Um dos maiores evangelistas de todos os tempos, o apóstolo Paulo, presenteia os ateus com um diagrama para a destruição do Cristianismo. Se eu fosse um ateu, eu não perderia meu tempo dizendo que o cristianismo é falso porque acredito que seja um conto de fadas, eu iria direto para a jugular – a ressurreição. Se eu fosse um ateu, eu não gastaria meu tempo com “a evolução como melhor explicação”, eu tentaria destruir a história de Jesus. Se pudesse ser mostrado que a ressurreição corpórea não é verdade, então o cristianismo está queimado. Se eu fosse um ateu, usaria o diagrama de Paulo para explodir com a religião cristã.

Mas existe um problema para o ateu – a ressurreição corpórea se encaixa com as evidências. Através dos séculos, várias histórias têm sido apresentadas para contradizer a ressurreição corpórea de Jesus, mas todas chegaram no nada. Se eu fosse um ateu honesto e de mente aberta, talvez devesse reconsiderar as evidências, mas para onde isso iria me levar?

segunda-feira, abril 18, 2011

Ateísmo: Fuga da realidade?


Calvin, o muito esperto e articulado garotinho dos quadrinhos de Bill Watterson, consegue, junto ao seu sempre fiel tigre de pelúcia Haroldo, uma maneira de fugir de suas obrigações de estudar matemática. Ele declara que o seu livro texto de matemática é um livro religioso, que suas declarações só podem ser aceitas pela fé, pois elas não fazem sentido. E ele, como ateu da matemática, exigia o direito de ser poupado disso tudo. Muito engraçado. Mas não é tão engraçado quando vemos isso acontecendo na vida real.
Deus existe. Ponto final. As obras de suas mãos estão claras no universo. Constantes físicas, tão bem afinadas que a menor alteração em qualquer uma delas tornaria a vida impossível. Códigos digitais dentro de células, informações que poderiam preencher milhares de volumes de uma enciclopédia. A existência da lógica, matemática, padrões morais objetivos. Todas essas coisas e muitas outras apontam para a existência de uma divindade. Para alguem escapar de tamanha evidência em favor da existência de Deus, tal pessoa terá que fazer um malabarismo tamanho que no final das contas, só lhe resta afirmações irracionais como as de Calvin. Ou então partir para o ataque mostrando que a religião é ruim. Como se isso fosse prova da não existência de Deus.
Por que alguém agiria assim? Por que alguém se daria a tal trabalho infrutífero na tentativa de negar o que é óbvio? Pelos mesmos motivos que Calvin nega suas crenças na matemática: para fugir de suas obrigações. Calvin quer fugir de fazer sua lição de casa. O ateu quer fugir daquilo que um outro Calvin (João Calvino, que foi a inspiração para o Calvin dos quadrinhos) chamava de sensus divinitatis, ou uma consciência sobre Deus, uma sensação que Deus existe. Quando o ateu se nega a pesar as evidências ele está suprimindo essa sensação até o ponto que ela praticamente não é mais percebido. Aí, não é mais necessário fazer a lição de casa. Ou reconhecer a existência de Deus.
De Calvin a Calvin, o ateísmo é na verdade uma fuga da realidade. Não deve ter dado muito certo para Calvin e sua lição de matemática. Tampouco dará certo para o ateu.

sexta-feira, março 11, 2011

Um ateu sincero


“Eu quero que o ateísmo seja verdade e me sinto desconfortável pelo fato que as pessoas mais inteligentes e bem informadas que eu conheço sejam religiosas. Não é simplesmente que eu não acredito em Deus e, naturalmente, espero que esteja certo em minhas crenças. Eu espero que não exista nenhum Deus! Eu não quero que Deus exista! Eu não quero que o universo seja assim”.
Filósofo e Ateu Thomas Nagel, The Last Word.

quinta-feira, março 10, 2011

Como se tornar um ateu



Existem duas regras difíceis e rápidas para qualquer um que queira se tornar um ateu. Se você se sentiu tentado, veja bem, pois não é uma coisa fácil.

A primeira regra é ignorar o design na natureza. Você vai vê-lo em toda parte – de planetas a átomos, as estações, o design do corpo humano, os pássaros e abelhas, flores, frutas e até dos fungos. E é claro, o maravilhoso olho humano. Para qualquer lugar que você olhe ou não olhe, você vai ver design.

Mas aqui está a parte difícil: ignore seu senso comum dado por Deus. Admita que tudo o que o homem fez, foi feito pelo homem, mas seja totalmente inflexível sobre as coisas na natureza terem vindo do nada, sem nenhum Designer. Uma vez que você já colocou de lado sua perspicácia em relação à isso, coroe a si mesmo como inteligente. Muito. E então encontre outros ateus que vão confirmar que você realmente é inteligente.

A segunda regra é “acreditar”. Isso é muito importante, porque se você deixar a dúvida entrar, vai deixar também o medo entrar e isso pode ser uma coisa assustadora quando a grande questão é um lugar chamado “Inferno”.

Acredite que você está certo em relação às suas crenças. Acredite que a evolução é realmente verdade. Acredite que é científica. Acredite que não existem elos perdidos e acredite que Richard Dawkins sabe do que está falando.

Acredite que você á aparentado com um macaco e portanto não é moralmente responsável porque os macacos não possuem absolutos morais. Acredite que sua consciência foi dada para você por seus pais e pela sociedade e não por Deus (sempre use um “d” minúsculo para Deus, se possível).

Para crescer como um ateu, você precisa aprender a linguagem dos “crentes” - frases do tipo, “não existe criação”, “a evolução é um fato provado” e o poderoso argumento do “Monstro Espaguete Voador”. Aprenda a fina arte de copiar e colar citações e responder a evidências com “homem de palha!” Assim você não precisa responder ao desafio.

Tudo isso vai dar um percepção de inteligência. Nunca questione a evolução e não pense por si mesmo.

Faça estas coisas e você poderá se considerar um ateu, ou até mesmo um Novo Ateu. Que legal né? Bem, eu devo dizer, pelo menos será um ateu até onde alguém pode se chamar ateu. Ninguém pode ser um ateu de verdade porque, para isso, é necessário “conhecimento absoluto” para se dizer que Deus não existe. Portanto, até você ser onisciente (como Deus) você vai ter que se contentar com fazer de conta que é um ateu.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

O perigo da metodologia naturalística



“Se a ciência está permanentemente comprometida com o naturalismo metodológico – a posição filosófica que restringe toda explicação na ciência para explicações naturalísticas – o que se conclúi é que o objetivo da ciência não é gerar teorias verdadeiras. Ao invés disso, o objetivo da ciência seria outra coisa: gerar a melhor teoria que pudesse ser formulada sob a restrição que a teoria fosse naturalista. Mais e mais evidências poderiam surgir que sugerissem que um ser sobrenatural existisse, mas as teorias científicas não teriam a permissão para reconhecer essa possibilidade.”

Bradley Monton autor de Seeking God in Science: An Atheist Defends Intelligent Design / Buscando Deus na Ciência: um Ateu Defende o Design Inteligente /

terça-feira, fevereiro 01, 2011

A prisão dos “Pensadores livres”


“Você só poderá ser um pensador livre se pensar como nós pensamos. Todos os pensadores livres estão obrigados a seguir o mesmo padrão de pensamento que nós”.

A frase acima parece estranha não é? Mas ela representa a forma como muitos entendem um pensador livre.
Eu me considero um pensador livre. Eu me considero um cético. Eu gosto de raciocinar sobre minhas crenças (e também as dos outros) e não acredito nas coisas simplesmente porque me disseram. Gosto de analisar as evidências e seguir para onde elas apontam.
Mas em nossa interação com alguns ateus, tanto aqui no blog quanto em outros fóruns, percebemos que não podemos ser considerados pensadores livres. Por que? Algum erro metodológico de nossa parte, alguma falha na epistemologia da coisa? Não, simplesmente porque somos cristãos. Para muitos “pensadores livres” o simples fato de ser religioso é impedimento para o raciocínio correto. Ou seja, cometesse uma falácia genética, já que o raciocínio é descartado por sua origem, não por sua validade.
Mas para mim o mais interessante é que eu só poderia ser considerado um “pensador livre” se eu pensasse como eles, ou seja, se me submetesse a estar preso a suas idéias! Então, o pensador livre tem que estar preso a uma filosofia. E essa filosofia é só pode ser a naturalística.
A mesma coisa é verdade em relação a ser considerado cético. Eu não posso ser visto como cético porque sou religioso. Novamente uma falácia genética. Não importa que eu tenha considerado as evidências, pesado os argumentos e depois disso tenha tomado minha decisão. Não. O que me impede de ser cético é que eu tenha decidido acreditar na existência de entidades e atividades metafísicas, no sobrenatural. Como cético, como pensador livre, eu jamais teria a liberdade de chegar a tal conclusão. Eu só estaria livre para chegar às conclusões previamente estabelecidas e nenhuma delas pode incluir Deus ou o sobrenatural.
Resumindo, eu só poderei ser levado à sério no debate dos argumentos se eu já aceitar a priori a conclusão oposta. Mesmo que todas as evidências apontem o contrário.
Os chamados “pensadores livres” e “céticos” acabam aprisionados em sua própria filosofia naturalística, ficando assim sem a liberdade de poder analisar todas as possibilidades de resposta e encontrar aquela que melhor responde em face das evidências.
Prefiro continuar com o pensamento religioso. Pelo menos ele me permite analisar todo o escopo das evidências e exercer meu ceticismo.

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Como Jeffrey Dahmer definia moralidade?



Se a moralidade não está fundamentada em um padrão transcendente, um padrão que está acima de toda a humanidade, então ela colapsa para o relativismo. Esse conceito não é de forma alguma difícil de entender, mas relativismo mantém uma conotação tão negativa nos dias de hoje que os ateus, que negam um padrão objetivo transcendente para a moralidade, continuam melindrosos com essa palavra.
Jeffrey Dahmer, o assassino serial que ganhou notoriedade ao comer suas vítimas, entendia a conexão entre Deus e a moralidade muito bem. O pai de Dahmer reconta o raciocínio moral de seu filho em um documentário produzido em 1996: “Se tudo aconteceu naturalisticamente, qual a necessidade de Deus? Eu não posso criar minhas próprias regras? Quem é meu dono? Eu sou meu dono”.
Exatamente. Se Deus não existe, você não presta contas a ninguém . Você é o seu próprio dono e pode fazer consigo mesmo aquilo que o agradar.
Em uma entrevista em 1994, o próprio Dahmer explicou seu pensamento. Ele pensava que se não existe um Deus, e se todos viemos “da lama”, então “qual o propósito de tentarmos mudar nossas atitudes para que fiquem dentro de padrões aceitáveis?”
O fato que todos nós nos sentimos ultrajados com o comportamento de Dahmer em nada diminui o fato que o seu pensamento é certeiro. Ele encarnou a visão de mundo ateísta levada ao seu extremo. Você pode não gostar do que Dahmer fez, mas a não ser que você acredite em um padrão moral objetivo transcendente, ele não fez nada de errado a não ser agir de forma deselegante.

domingo, janeiro 16, 2011

O Novo Ateísmo e Os Argumentos Para a Existência de Deus - William Lane Craig

William Lane Craig é um dos nossos filósofos favorito. Além de ser um grande pensador cristão, também é um debater magistral e bastante generoso com as idéias de seus oponentes. Ele tem feito um trabalho maravilhoso demonstrando a validade da cosmovisão cristã em um mundo cada vez mais naturalista e pós-modernista.
Um texto muito importante do Dr. Craig é O Novo Ateís e os Argumentos para a Existência de Deus, um texto que estava planejando traduzir para o portugues algum dia.
Felizmente, encontrei uma boa tradução desse texto que estou compartilhando com você abaixo. Leia esse texto com atenção. É um bom texto de introdução à vários argumentos para a existência de Deus.
Espero que você goste desse texto e seja tão útil quanto nos tem sido.

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Deus, um tirano? Ou amoroso?


Todo mês recebemos um email de Jim Wallace, do ministério Please Convince Me, com alguma informação interessante sobre a fé cristã. Esse mês, o email é sobre "Deus e o problema do mau", ou pelo menos, sobre a suposta tirania de Deus
Como é sempre um assunto interessante, traduzimos o email para vocês.

Este mês o nosso "Treinamento sobre Verdades em Três Minutos" está focado em uma reclamação que eu frequentemente recebo através do nosso site. Eu vim a chama-la de "Problema teísta do 'mau'". Espero que isso o prepare para responder a aqueles que tentam retratar o Deus do Antigo Testamento como uma espécie de 'valentão' divino, ou como Christopher Hitchens descreveu Deus em seu mais recente debate, como um “ditador celestial - espécie de Coreia do Norte dos céus".

OPOSIÇÃO: Os cristãos afirmam que Deus é todo-poderoso e todo-amoroso. No entanto, o Deus do Velho Testamento muitas vezes parece qualquer coisa, menos amoroso. Às vezes ele comanda a pilhagem e matança dos inimigos de Israel com grande brutalidade. Um Deus que comanda a destruição brutal dos inimigos de Israel é claramente imoral e indigno de nossa adoração!

RESPOSTA: A resposta a esta objecção reside em nossa compreensão da autoridade de Deus. É fácil para nós julgarmos as palavras e as ações de Deus como se Ele fosse apenas um outro ser humano, sujeito às mesmas normas que os seres humanos aceitam como parâmetros morais. Mas quando julgamos as ações de Deus desta forma, estamos ignorando a Sua autoridade e poder únicos:

Deus é o maior artista
Se você e eu estivéssemos em uma aula de arte em conjunto e de repente eu ficasse frustrado com o meu desenho e decidisse destruí-lo, você não iria reclamar nem um pouco. No entanto, se eu pisasse em cima do seu cavalete e destruísse o seu esboço, você certamente reclamaria que eu estava fazendo algo injusto. Veja, o artista tem a autoridade e o direito de destruir o seu próprio trabalho. A arte pertence ao artista. Se existe um Deus, toda a criação é obra das Suas mãos. Ele tem o direito de criar e destruir o que é seu, mesmo que essa destruição possa parecer injusta para com a arte em si.

Deus é o maior médico
Se você ou eu sofrêssemos uma picada de cobra no nosso braço, a quilômetros do hospital mais próximo, um médico pode nos aconselhar por telefone para fazer um torniquete no braço para salvar a nossa vida. Ao fazer isso, certamente sacrificamos uma mão de outra maneira saudável para evitar que o veneno se espalhe para nosso coração. Mas o médico entende que essa medida drástica é necessária para prevenir a nossa morte. Você e eu podemos não concordar com o plano, ou com o resultado, mas o médico sabe melhor. O plano de tratamento pertence ao médico. Se existe um Deus, todos nós somos seus pacientes. Ele tem a sabedoria e autoridade para tratar-nos como Ele achar adequado, mesmo quando não somos capaz de compreender o perigo que enfrentamos, se medidas drásticas não forem tomadas.

Deus é o grande Salvador
Se você e eu vivêssemos como se nossa vida mortal for tudo o que temos, vamos muitas vezes ficar frustrados porque nossas vidas parecem estar cheias de dor e injustiça. Mas a cosmovisão cristã descreve a existência humana como eterna na natureza. Nós temos uma vida além-túmulo. Vivemos mais do que 80 ou 90 anos, nós vivemos para sempre, seja com Deus no céu, ou separado de Deus por toda a eternidade. Se existe um Deus, ele está certamente mais preocupado com nossa existência eterna do que sobre a nossa existência mortal. Seus planos são maiores do que os nossos planos. Seus desejos eternos são maiores que o nossos desejos mortais. Se existe um Deus, Ele está mais preocupado em salvar-nos para a eternidade do que tornar a nossa vida mortal mais segura.

Os cristãos entendem que houve momentos na história da humanidade, quando o povo escolhido de Deus (aqueles que depositaram sua confiança Nele) estavam em grande perigo espiritual eterno por aqueles que os rodeavam. Deus entendeu o risco como o grande médico e muitas vezes prescreveu medidas drásticas para reduzir a ameaça. Deus tem o poder como o grande artista de destruir o que era Seu, em primeiro lugar, e Ele também teve a sabedoria e a compaixão como o Grande Salvador para fazer o que era necessário para proteger a vida espiritual eterna da Sua criação. Se Deus deixasse de agir nessas situações, dificilmente poderíamos chamá-lo de todo-poderoso e todo-amoroso.

Jim Wallace

domingo, novembro 14, 2010

O ateu que passou a acreditar em Deus. Veja o porque.



Agora acredito que o universo foi criado por uma Inteligência infinita. Acredito que as intrincadas leis deste universo manifes­tam o que os cientistas têm chamado de a Mente de Deus. Acredito que a vida e a reprodução têm sua origem em uma Fonte divina.
Por que acredito nisso, se ensinei e defendi o ateísmo por mais de meio século? A resposta é curta: esse é o retra­to do mundo, como eu o vejo, e que emergiu da ciência moderna. A ciência mostra três dimensões da natureza que apontam para Deus. A primeira é o fato de que a natureza obedece a leis. A segunda é a dimensão da vida, de seres movidos por propósitos e inteligentemente organizados que surgiram da matéria. A terceira é a própria existên­cia da natureza. Mas não é apenas a ciência que tem me guiado. O fato de eu ter retomado o estudo dos argu­mentos filosóficos clássicos também tem me ajudado.
Não foi nenhum novo fenômeno ou argumento que me motivou a abandonar o ateísmo. Nessas últimas duas décadas, toda minha estrutura de pensamento tem per­manecido em estado de migração, e isso foi conseqüên­cia de uma contínua avaliação das manifestações da na­tureza. Quando finalmente cheguei a reconhecer a existência de um Deus, isso não foi uma mudança de pa­radigma, porque meu paradigma permanece aquele que Platão escreveu em A República, atribuindo-o a Sócrates: "Devemos seguir o argumento até onde ele nos levar".

Antony Flew, Deus Existe.

segunda-feira, setembro 27, 2010

O preconceito contra o Cristianismo. De quem é a culpa?


Estou lendo On Guard, de William Lane Craig. Comentando sobre a importância da apologética para encararmos o mundo secular, o autor expressou o seguinte:

Se a inclinação da América para o secularismo continuar, então o que nos espera amanhã já é hoje evidente na Europa. A Europa Ocidental se tornou tão secularizada que é difícil para o evangelho, mesmo para obter um processo equitativo. Como resultado, os missionários têm trabalho durante anos para ganhar um punhado de convertidos. Tendo vivido 13 anos na Europa, em quatro países diferentes, posso testemunhar pessoalmente quão difícil é para as pessoas responderem à mensagem de Cristo. Falando em campi universitários em toda a Europa, eu percebi que a reação dos alunos era muitas vezes confusa. O cristianismo é supostamente para mulheres idosas e crianças, eles pensam. Então, o que esse homem com dois doutorados provenientes de universidades europeias está fazendo aqui defendendo a verdade da fé cristã com argumentos que não podemos responder? Certa vez, quando eu estava falando em uma universidade na Suécia, um aluno me perguntou durante uma sessão de perguntas e respostas após minha palestra: "O que você está fazendo aqui?" Confuso, eu disse: "Bem, eu fui convidado pelo Departamento de Estudos Religiosos para dar esta palestra." "Não é isso o que eu quero dizer", insistiu. "Você não entende como isso é incomum? Eu quero saber o que o motiva a vir pessoalmente aqui e fazer isso." Eu suspeito que ele nunca tinha visto um filósofo cristão antes – de fato, um proeminente filósofo sueco disse-me que não há filósofos cristãos em qualquer universidade na Suécia. A pergunta do aluno me deu a oportunidade de compartilhar a história de como vim a Cristo. O ceticismo nos campi universitários europeus é tão grande que quando falei sobre a existência de Deus na Universidade do Porto, em Portugal, os alunos (como eu descobri mais tarde), na verdade, telefonaram para o Instituto Superior de Filosofia da Universidade de Louvain, na Bélgica, onde eu era filiado, para descobrir se eu era um impostor! Eles pensaram que eu era uma farsa! Eu simplesmente não me encaixava em seu estereótipo de cristão.

Fiquei pensando sobre quanto preconceito existe em relação ao cristianismo. Isso pode ser visto na forma zombeteira que alguns comentários são postados por ateus, aqui e em outros blogs. Parece inaceitável que o cristianismo seja racional. Isso é impossível para eles. Na verdade, eles criaram um novo antônimo para a palavra razão: fé. Especialmente, fé cristã. Um antônimo duplo. O preconceito é muitas vezes a base e o único argumento por eles defendido.
Mas também me leva a pensar o quanto isso não é nossa culpa também. Nós abandonamos a batalha. Nós abrimos mão do pensamento. Nós baixamos nossas armas (como está no post anterior) e abrimos caminho para o naturalismo filosófico, que dá forças ao cientificismo e assim o mundo foi envenenado por essa filosofia de bar da esquina. Ou seja, ruim.
Nós trabalhamos pela propagação e pela defesa da fé cristã, mas devo dizer que aqueles que deveriam estar dentro da fé tornam o trabalho às vezes mais difícil do que os que estão no campo inimigo.
Temos muito trabalho pela frente...

quarta-feira, junho 30, 2010

José Saramago: de relativista a pregador em menos de 5 minutos


Estávamos vendo a entrevista que Marília Gabriela fez com o escritor português José Saramago em 1999. Essa entrevista foi reprisada devido a recente morte do escritor.
Como Saramago era um ateu convicto, uma das perguntas feitas foi sobre religião, ou melhor, sobre a implicância de Saramago com a religião e ele disse que não tinha implicância alguma, mas somente com a questão do poder que está ligado a religião. Interessante que Saramago não tinha problema algum quanto esse poder estava na mão de governos socialistas (e seu sonho era que Portugal se tornasse uma nação socialista), mas esse é um ponto a ser explorado posteriormente.
Como homem muito inteligente que era (apesar da irracionalidade do ateísmo), Saramago fez um movimento muito interessante durante a entrevista que é usado quando se quer defender um ponto religioso sem parecer que se está defendendo. Via de regra é um movimento perigoso que alguém mais esperto pode usar contra a própria pessoa. É o chamado movimento “Papa-léguas”, igual nos desenhos da Warner. O Papa-léguas está correndo, o coiote atrás. Aí quando chega em um desfiladeiro, o Papa-léguas para abruptamente e o coiote continua, sem perceber que não existe mais chão embaixo de seus pés. Quando percebeu que está com os pés no ar, ele cai uma longa e dolorosa queda que culmina com a pequena nuvem de fumaça no fim do desfiladeiro. Teria sido fácil mostrar para Saramago que seus pés estavam sendo sustentados pelo nada.
Voltando a resposta, Saramago começa a dizer que para ele Deus não existe. Existe para outras pessoas, mas para ele não existe. Talvez seja verdade para outras pessoas, mas não para ele. Ao ouvir uma resposta dessa, podemos pensar que o escritor português é um relativista, que não acredita que existe verdade, pelo menos no que se refere a religião. Também diz que na chegada dos portugueses ao Brasil, a celebração da primeira missa é uma forma de imposição, de dizer que as crenças dos índios estavam erradas e que não deveriam ter feito isso. Era uma forma de dizer que os deuses dos índios não existiam. Saramago dá uma conotação bastante negativa para essa atitude dos descobridores.
Mas aí, em uma atitude totalmente “coiote atrás do Papa-léguas”, Saramago passa a fazer exatamente aquilo que condenou os descobridores portugueses por fazer: ele passa a dizer que o Deus judaico-cristão não existe, que não existe alma, que a única coisa existente é o material, o que se pode observar e que tem a mais absoluta certeza que Deus não existe e que também não haverá julgamento vindouro.
Se foi errado da parte dos portugueses das caravelas negar os deuses indígenas, também não seria errado da parte do português da escrita negar o Deus judaico-cristão? O que os diferencia? 500 anos?
O único argumento, ou algo que se aproximasse disso, apresentado por Saramago para questionar a existência de Deus foi o tamanho do universo. Ele disse que existem corpos celestes a milhões de anos-luz daqui. O universo é enorme. Onde estaria Deus nesse universo? Em lugar nenhum, conclui ele.
Nos chamou a atenção que o tamanho do universo poderia muito bem ser usado como um argumento (fraco, na minha opinião) para a existência de Deus. Como o universo é tão absurdamente grande, é impossível que não exista um ser superior que poderíamos identificar como Deus em algum lugar por ai. Mas eu não penso assim. Na verdade, Deus jamais poderia ser encontrado no meio do universo, pois por definição, o Deus cristão é imaterial. Ele é espírito. Não pode ser visto.
É claro que Marília Gabriela não apontou essas inconsistências na resposta de Saramago, mas como poderia? Seja por não ter percebido, seja porque isso acabaria com a entrevista ali, o escritor pode continuar sua divagação sem maiores problemas.
Mas é importante notar que mesmo o mais culto entre nós é totalmente passível de ser pego em um movimento “Papa-léguas” e negar aquilo que afirmou duas frases antes.
Toda visão de mundo tem suas anomalias, suas dificuldades e pontos difíceis de explicar. Até mesmo o cristianismo. Mas quando comparados, o cristianismo vence o materialismos de Saramago de goleada (copa do mundo influencia até nosso linguajar).
Infelizmente, poucos de nós estamos prontos a apresentar desafios para essas visões de mundo concorrentes.
José Saramago morreu no último dia 18 de Junho. Todas essas questões foram agora resolvidas para ele. Para nós, cristão, isso traz um pesar. Mas confiança na soberania e graça de Deus. Somente Ele sabe realmente o destino final do homem. José Saramago agora sabe o seu próprio destino.

sábado, abril 24, 2010

Big Bang e a crença do ateu


De acordo com a teoria do Big Bang, toda a matéria do universo começou a existir em um momento em particular em um passado remoto. O proponente de tal teoria, pelo menos seu ele for ateu, deve acreditar que toda a matéria do universo veio do nada e através de nada.

Anthony Kenny

sexta-feira, abril 23, 2010

O que você vai dizer quando chegar lá?


Cartaz: São Pedro
"Tanto faz, você sabe que eu ainda não acredito nisso".

Essa é uma das frases que a gente mais ouve no evangelismo quando falamos sobre o julgamento vindouro!
Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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