domingo, outubro 26, 2014

Por que você deve distribuir folhetos?



Aqui tem dez boas razões:
  • Folheto é uma forma de evangelismo muito econômica
  • Funcionam enquanto estamos dormindo
  • Possuem a habilidade de entrar nas casas e ficar por lá
  • Nunca estão com medo ou mostram covardia
  • Eles não são tentados a abrir concessão na mensagem
  • Nunca se cansam, ficam desencorajados ou desistem
  • Se focam naquilo que devem dizer e nunca entram em discussão
  • Podem apresentar a mensagem quando você não tem tempo
  • Vão a lugares que nós não podemos ir
  • Eles atingem as pessoas no melhor do seu humor e apenas falam quando a própria pessoa lê.

Quando estiver distribuindo folhetos não pergunte: “gostaria de receber um destes?” Provavelmente vão dizer apenas “não” ou “o que é isso?”
Ao invés disso, pergunte, “Você já pegou um destes?” Isso faz com que a pessoa ache que está perdendo alguma coisa (o que está mesmo) e também estimula a curiosidade. Tente, realmente funciona.
Aí diga “é um folheto evangelístico. Você acredita que existe vida após a morte? Acredita que o céu exista?” Se você for muito tímido para falar ou não puder fisicamente entregar folhetos, envie pelo correio ou apenas os deixe onde eles serão encontrados. Seja o que for que você fizer, não deixa de fazer algo.
Muitas pessoas foram salvas através de folhetos, incluindo o grande missionário Hudson Taylor.
Faça dos folhetos um hábito pra vida!

Ray Comfort

terça-feira, março 25, 2014

Sobre o batismo infantil e a apostasia geral da igreja


O Facebook já rendeu bons posts aqui. Via de regra compartilho algo que acho interessante.
A conversa que se segue aconteceu agora a pouco na página de um amigo. Troquei os nomes apenas porque achei irrelevante para a discussão.
Mas aqui eu expressei porque não acho que o batismo de bebês seja bíblico e esse foi o principal motivo pelo qual não me tornei presbiteriano.
Sem mais delongas, segue a conversa, com um pequeno bônus no final sobre a famosa acusação que todas as igrejas são apóstatas.

Amigo – Não sabia que a Igreja Evangélica Presbiteriana batizava bebês. Confesso que fiquei aturdido, mas, como sempre, prefiro pesquisar antes de fechar minha opinião. A cada dia me surpreendo mais com o mundo evangélico (Entenda bem: EVANGÉLICO, e não GOSPEL. Esse último já tem coisas absurdas demais...).

Maurilo Borges – Voce teve pouco contato com eles então. Sabe que são em sua maioria calvinista né? Eu só não fui parar na Igreja Presbiteriana por causa do batismo de bebês. Eu ia me sentir desconfortável.

Amigo – Pois é, Maurilo... Ainda tenho muito o que aprender dessa multiplicidade de doutrinas e entendimentos no seio da igreja de Cristo. Isso me deixa desconfortável também.

Outros comentários

Vivian Borges – Não vejo base bíblica para batismo de bebês...

Amigo – Pois o argumento da referida igreja é justamente O SILÊNCIO das Escrituras sobre o assunto. 
Maurilo é melhor de retórica que eu, saberá explicar com mais propriedade. Qual o nome que se dá ao argumento usado sobre a base de que, como algo não foi falado, não tem uma base formal estabelecida de maneira positiva/negativa, legitima-se que seja correto, ético, aceitável? Exemplo: a Bíblia não fala sobre o fumo, não o proíbe explicitamente; portanto, nada de errado haveria em fumar. Analogamente, a Bíblia não proíbe que se batizem bebês; portanto, nada impede que isso seja feito.

Vivian Borges – No caso, acreditamos que não seja isso, acreditamos que o batismo deve ser uma decisão consciente da pessoa, qdo ela entende o evangelho e compreende que se ela já creu em Jesus deve se batizar, obedecendo essa ordenança. No caso, os bebês ainda não tem consciência disso.

Amiga do Amigo – Amigo, sou presbiteriana (não estou frequentando a igreja) e meus dois filhos foram batizados quando bebês porque a nossa doutrina entende que eles fazem parte do pacto da nova aliança e que os pais estão estendendo essa graça a seus herdeiros. Há também quem entenda que o batismo seria como um substituto do que antes era a simbologia da circuncisão no Velho Testamento.

Amiga do Amigo – Está rolando uma discussão sobre esse assunto nessa página. Interessante ver as opiniões a favor e contra.

Amigo – Pois, sim, Amiga. Estou lendo e pesquisando, mas ainda com a pulga atrás da orelha. Parece muito com justificativas para manutenção de uma doutrina histórica, já arraigada e característica dos fundadores do movimento, algo muito parecido com o local de onde saí e participei por anos (As Tjs). Mas vou pesquisar mais. Estou tentando não atribuir juízo de valor e estudar os argumentos da denominação de maneira imparcial.

Maurilo Borges – O nome formal da falácia do silêncio é argumentum ex silentio. Nem sempre a falta de citação de um assunto em si é uma falácia. Por exemplo, no meu trabalho existe uma lista de websites que não podemos visitar. Em teoria, todos os outros estão liberados. Só que aí também podemos ampliar o não uso dos sites por analogia. Por exemplo, o site da Playboy é proibido. Então eu posso assumir que todos os outros sites pornográficos estão proibidos. Realmente a Bíblia não proíbe o batismo de infantes. Mas eu não acredito que essa era uma preocupação dos apóstolos, já que o padrão que vemos nas Escrituras é crer primeiro e depois ser batizado. Os que são à favor do batismo infantil não se fundamentam apenas no silêncio bíblico, mas também na descrição do batismo do carcereiro em Atos 16:33 onde ele e todos da sua casa foram batizados (provavelmente a casa possuía crianças) e que o batismo é para a igreja aquilo que a circuncisão era para Israel. Nenhum destes argumentos me parece convincente pelas seguintes razões:
- Já falei sobre o primeiro. Não acho que o batismo infantil estivesse na mente dos apóstolos porque isso é algo que começou um tempo depois dos apóstolos. Com o padrão que vemos de primeiro crer e depois ser batizados, ninguém pensaria em batizar bebês;
- Atos 16:33 cita que todos os da casa foram batizados. Precisamos inferir que existiam bebês para usar como fundamento para batismo infantil. Não temos como saber. É possível que não existisse nenhum bebê, já que nem toda caça tem criança tão pequena. Aqui, mais do que argumentum ex silention, temos também o argumentum ad ignorantiam, que é quando fundamentamos o argumento em algo que não pode ser provado falso nem verdadeiro;
- A circuncisão inseria o judeu na aliança abraâmica. No caso do cristianismo, o que nos insere na Nova Aliança é o novo nascimento, não o batismo. O batismo é uma ordenança do Senhor que representa no mundo físico algo que já aconteceu no mundo espiritual. Além disso, a circuncisão era apenas para homens, enquanto o batismo é para todos os que nasceram de novo.
Dito isso, eu não acho que aqueles que batizam bebês são hereges. Eu acho que estão errados, só isso. Como eles acham que eu estou errado. Não vejo como válido o batismo de bebês e caso alguém se convertesse adulto que já tivesse sido batizado como criança, eu sugeriria para que essa pessoa fosse batizada pela primeira vez, já que na primeira, só tomou um banho. Mas como eu disse, os presbiterianos em geral são como meus irmãos em Cristo.

A conversa sobre batismo infantil termina aqui. Aí começa outra conversa sobre outro assunto: todas as igrejas são hereges. Ou seja, o bônus.

Amigo do Amigo – Não é defendendo, pq nenhuma religião merece defesa pelo mal que faz ao povo, mas eles dizem que é um tipo de "apresentação" da criança a Deus (como se Deus não soubesse que nascera outra criança) e um pedido para que a mesma seja guiada em seu caminho... Creio que quem peça isto a seu filho deveria ter feito antes pelo filho de outra pessoa... TEM GENTE QUE SÓ SABE PEDIR..

Maurilo Borges – Amigo do Amigo, se ter feito algum mal para o povo é motivo para desacreditar algo, então o ateísmo e a evolução darwiniana deveriam ser banidos da face da terra porque o primeiro é responsável por mais de 100 milhões de mortes apenas no século 20 e o segundo deu legitimidade para o desenvolvimento do primeiro. Se olharmos para a história da igreja, o que vamos ver é que o cristianismo é o maior responsável pelo desenvolvimento do mundo ocidental.
Direitos humanos, direito das mulheres, registro escrito de línguas, escolas, faculdades, museus, obras humanitárias, capitalismo, tudo isso floresceu sob as asas do cristianismo. Existiram sim muitos que usaram o cristianismo para o mal, mas o que pouca gente percebe é que esses agiram de forma contrária a aquilo que foi ensinada pelo fundador da nossa religião: Jesus Cristo. No caso do ateísmo, os grandes homicidas do século 20 agiram de acordo com o pensamento ateísta de que nenhum de nós irá prestar contas perante nosso criador (posso fazer o que quiser) e que a sobrevivência do mais forte é moralmente justificada, se é que tal coisa como moral existe objetivamente.
Só pra não deixar passar o seu comentário, pois achei injusto com as religiões como um todo e com o cristianismo em particular.

Amigo do Amigo – Cristianismo não é o que as igrejas pagãs e mercenárias falam e "praticam". Lamento que você tenha esta visão pequena (de que as religiões, inclusive o ateísmo - a pior de todas elas - favoreçam a evolução do espírito do ser humano)... Há cristãos de verdade, mas não vejo nenhuma igreja cristã... A maior prova disto está em suas palavras... A "igreja cristã" - como você acredita - favoreceu o surgimento do capitalismo, a mauior aberração para a alma. Lembre-se que o ladrão veio para matar, roubar e destruir, e é o dinheiro quem o faz na atualidade. Ser cristão é seguir o que rege a Bíblia Sagrada e seus ensinamentos, o que é bem deturpado pelas igrejas hipócritas e que ostentam vaidades (justamente, o que desviou Lúcifer do caminho de Deus e o transformou em Satanás).

Maurilo Borges – Você está errado de várias maneiras Amigo do Amigo. Primeiro, meu argumento é que se algo que causa mal para a humanidade deve ser excluído, então o ateísmo (que eu não chamei de religião, mas como algo que causou mal ao mundo) deveria ser banido. A igreja é formada pelo corpo místico de Cristo e se encontra em diferentes denominações. Se você acha que não existe igreja, então você acha que Cristo mentiu quando disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra ela (Mateus 16:18). Existe realmente muitos por ai que realmente não ensinam o que está nas Escrituras, mas para afirmar o que você afirma te seria necessário onisciência para conhecer cada congregação ao redor do mundo. Não existe cristãos sem igreja meu amigo. Hebreus 10:25 nos diz para não abandonarmos a assembléia dos santos. Isso só poderia acontecer onde existe assembléia dos santos. Caso contrário o autor de Hebreus estaria falando uma tremenda bobagem. Portanto, não vamos confundir ódio contra alguma igreja como argumento para desqualifica-la. Até porque a igreja é muito defendida por todo o Novo Testamento.
Sobre o capitalismo, tua frase não fez o menor sentido. A citação de João 10:10 está falando sobre o diabo, não sobre dinheiro. 1 Timóteo 6:10 fala que o amor ao dinheiro é a raiz de todo tipo de mal, mas não que o dinheiro seja a raiz de todo mal. Além disso, Paulo várias vezes nos exorta a trabalharmos e sermos produtivos. O capitalismo tem sido responsável pelo enriquecimento das nações por todo o século 20, enquanto as nações socialistas foram cada vez mais empobrecendo, inclusive as nações ateístas que mataram milhões de seus próprios cidadães.
Mas eu concordo com você: ser cristão é seguir o que rege a Bíblia Sagrada. E é nela que encontramos a admoestação para que façamos parte da igreja universal (o corpo de Cristo) e da igreja local (congregação). Se você discorda disso, discorda de seu próprio discurso.

Amigo do Amigo – Na verdade, se você souber ler realmente o que está escrito, na Palavra diz que o LADRÃO veio para matar, roubar e destruir, não se fala em Diabo. E outra, não se fala sobre o inferno, pois isto foi uma criação de Dante Alighiere, muitos séculos depois. Além disto, não confunda igreja com templo. E outra, procure pagar seu dízimo da maneira que está escrito na Bíblia Sagrada e convença sua igreja e seu templo a fazê-lo também, então, poderá se falar sobre ser cristão. Ateísmo é sim uma religião, pois tem seus dogmas e seus praticantes tentam convencer as demais pessoas a aderirem, recomendo que entenda o que é religião para além do que se fala em sua igreja. Por fim, não vou transformar isto em briga, pois nem te conheço e não é o que MEU DEUS me ensina. Viva bem a sua vida e siga no caminho do VERDADEIRO E ÚNICO SENHOR.

Maurilo Borges – Amigo do Amigo, realmente, você está confuso. Eu até arriscaria dizer que você já foi testemunha de Jeová pelo o que você expressa aqui, mas isso seria muito da minha parte.
O texto todo de João 10 é bem claro sobre quem Jesus está falando. Leia todo o capítulo e você verá. E mesmo que João 10 não esteja falando sobre o Diabo, muito menos está falando sobre dinheiro. Não existe nada no texto que indique tal coisa.
O inferno e o dízimo não fazem parte da discussão, então não entendi porque você os trouxe pra cá. Em momento algum eu confundi templo com igreja. Eu não falei que alguém tem que frequentar um templo. Eu disse que o cristão verdadeiro fará parte de uma congregação local. Isso pode ser em uma casa, em um templo, na praça. Você aparentemente tem algum problema com isso, mas aí o seu problema não é comigo, é com o autor de Hebreus e com o apóstolo Paulo.
Eu acredito que o ateísmo é uma religião, já que é uma crença sobre Deus (ou sua inexistência), apenas disse que não chamei ateísmo de religião. Apenas disse que faz muito mal ao mundo.
Não acho que estamos brigando. Como você expressou sua opinião em um fórum público da qual eu estou fazendo parte eu me achei no direito de expressar minha opinião que você está errado e estou fundamentando meus argumentos, só isso. Poderíamos estar fazendo isso tomando um café juntos, não vejo porque tem que ser uma briga. Me conhecer ou não é irrelevante para a veracidade do que estamos debatendo.
Como de qualquer forma a coisa toda te incomodou, vou parar por aqui também. Mas eu acho que você mesmo matou a xarada quando diz: "e não é o que o MEU DEUS ensina". Eu acredito em você, acredito que essas coisas que expus acima não são as mesmas que você acredita, porque muito provavelmente esse seu deus é uma criação da sua mente, já que aparentemente ele ensina coisas contrárias a aquelas expostas nas Escrituras.

Vamos terminar por aqui então.

sábado, março 22, 2014

Almoço evangelístico



O diálogo que vocês vão ler abaixo aconteceu comigo ontem no almoço. Resolvi relatar aqui porque além de ser um diálogo legal, também é um bom exemplo de que um evangelismo pode vir de qualquer situação.
Eu e mais dois colegas de trabalho, doravante chamados de Beto e Claudio, fomos fazer nosso horário de almoço. A cena abaixo se passa na praça de alimentação de um Shopping Center. Beto e eu já estávamos na metade de nossos pratos (viva o fast food) quando o Claudio chegou todo esbaforido com seu prato e sentou.

Claudio: Demorou pra caramba.
Beto: Mais um pouco e a gente ia embora.
Claudio: Tinha um senhor na fila que me perguntou se eu aceitava um papel que falava sobre Deus. Eu não peguei não. Ele nem ia comprar nada. Só estava lá entregando esse papel.
Eu: Você deveria ter falado que se ele pagasse a tua refeição você aceitava o papel.
Beto: Boa, na próxima você faz isso.
Claudio (rindo): Coitado do velho. Ele querendo falar de Deus comigo e eu nem aí pra ele.
Eu: É, você acha bonito rejeitar Deus? Está aumentando a sua condenação.
Beto: Que papo pesado, condenação... eu não me preocupo com essa coisas. E não acho que pensar sobre isso irá mudar qualquer coisa na minha vida.
Claudio: Eu também não.
Eu: Mas é claro que muda. Por exemplo, se eu acredito que vou me apresentar perante Deus para prestar contas de todos os meus atos aqui na terra, então eu vou pensar dez vezes antes de fazer qualquer coisa errada.
Beto: Verdade.
Claudio: Ah, eu estou tranquilo. Vou direto pro céu. Eu sou uma pessoa boa. Nunca matei ninguém, nunca roubei.
Eu: Você acha mesmo que é bom o bastante pra ir para o céu? Nunca fez nada de errado?
Claudio: Fiz, mas nada de importante. Deus vai deixar passar umas coisinhas.
Beto: Qual a nota de corte? Sete?
Claudio: Sete tá bom. Com um sete eu passo.
Eu: E se for 10? E se a nota de corta for perfeição?
Claudio: Não, não pode ser.
Eu: Um Deus perfeito não vai permitir imperfeição. Se você abre a porta para uma coisinha pequena, acaba deixando passar algo grande.
Claudio: Eu ainda acho que vou pro céu.
Eu: É? Quantas mentiras você já contou na sua vida.
Claudio: Mentira? Tem umas omissões, mas não é o mesmo que mentira.
Eu: Você nunca mentiu?
Beto: vai falar que nunca mentiu?
Claudio: Menti, claro.
Eu: Você já roubou alguma vez na sua vida?
Claudio: Não, nunca.
Eu: Mas você acabou de admitir que você mente. Como eu posso acreditar?
Beto (risos): Tá ficando feio pra você.
Eu: Você já desobedeceu a seus pais? (Claudio balança a cabeça afirmativamente enquanto dá mais uma garfada em sua salada) Já cobiçou uma mulher que não sua esposa?
Claudio (quase engasgando): Vixi, muitas vezes.
Eu: De quatro dos Dez Mandamentos você já violou quatro. A coisa não está boa pra você.
Beto: Mas se for assim, tá todo mundo ferrado.
Claudio: Aí nego faz o que? Pede perdão pra Deus de todo o coração?
Eu: Não. Não vai adiantar. Tenta isso no tribunal. Chega perante o juiz, que te acusa de ser um ladrão e estuprador. Ai fala pra ele “seu juiz, eu estou muito arrependido de verdade”. O juiz vai falar, “é claro que você tem que estar arrependido. O que você fez é horrível.” Mas isso não resolve o problema de justiça, já que o que você fez de errado tem que ser punido.
Beto: Então vai todo mundo para o inferno.
Eu: Deveria. Mas é ai que o cristianismo se destaca. Sabe como se resolve esse problema? Quem é a origem do cristianismo?
Claudio: Origem?
Beto: O judaísmo?
Eu: Nossa, vocês são ruins. Eu falei quem, não o que. (nos levantamos de volta para o escritório) Cristo. Jesus Cristo. Deus mandou Jesus Cristo a terra. Ele viveu uma vida perfeita, sem pecado.
Beto: Tem uma galera por aí que diz que ele dava uns pegas na Maria Madalena.
Eu: A galera fala muitas coisas.
Claudio: É, e tem essa história dele ser loiro de olho azul. O cara não era do Oriente Médio? Como ele podia ser loiro?
Eu: O que isso tem a ver com o que a gente está falando?
Claudio: É, nada.
Eu: Enfim, Jesus veio, viveu uma vida perfeita e fui crucificado. Na cruz, ele não apenas recebeu a punição romana, mas a ira de Deus, que estava destinada a nós pecadores, foi colocada sobre Jesus Cristo. É por isso que ele pagou os nossos pecados. No terceiro dia ele ressuscitou, para provar que ele era quem dizia que era. Hoje, todas as pessoas que se arrependerem de seus pecados e confiarem em Jesus Cristo como seu salvador, confiarem que o sacrifício dele em seu lugar é verdadeiro, terão seus pecados perdoados porque eles foram pagos por Jesus Cristo.
Beto: isso é profundo.
Eu: É. Só que do momento que alguém faz algo assim por você, você não pode simplesmente agradecer, virar as costas e ir embora. Você se torna eternamente grato a essa pessoa. E quando falamos sobre algo com implicações tão profundas quanto o nosso destino eterno, você vai ser mais que grato.
Beto: você vai querer servir Jesus.
Claudio: é, muita coisa para se pensar.

Toca o nosso telefone. Um problema no escritório adianta nosso retorno e coloca fim nesta conversa.

quinta-feira, março 20, 2014

A Igreja Local



Meses sem escrever um post. A vida anda bem corrida. Bem corrida. Troca de emprego sempre ajuda, especialmente quando você começa a se dar bem no trabalho. Enfim, esse post não é para falar sobre trabalho. É para falar sobre a igreja local. Mais especificamente, sobre nossa busca por uma igreja local. E essa é uma história com final feliz.
Hoje eu estava ouvindo Wretched e o locutor mencionou um problema que o grande estudioso bíblico A. W. Pink sofreu: ele não frequentava nenhuma igreja. Na verdade, ele não estava ligado a nenhuma igreja. Seu “culto” de domingo era simplesmente responder aos seus leitores. Quando alguns de seus leitores iam visitá-lo, eram desencorajados porque raramente eram recebidos. O grande autor de livros sobre evangelismo, teologicamente bem fundamentados, quase nunca era visto pela população local. Apenas em um rápido passeio diário ele podia ser visto fora de casa.
Apesar da advertência bíblica que não deixemos de nos reunir com os santos (Hebreus 10.25), Pink racionalizava pra si mesmo: “a ovelha não é obrigada a participar de uma igreja que seja dirigida pelos bodes”. E assim seguiu sua vida.
Passamos por um problema parecido. Depois de anos fazendo parte de uma famosa igreja evangélica em São Paulo, percebemos que a igreja que frequentávamos estava já há muito tempo longe dos ensinos bíblicos. Ensinos esquisitos como transmissão de pecado por imposição de mãos, pregação focada em melhoria de vida e a visão do pastor sênior como medida de verdade, mesmo quando contrária à Bíblia, nos levaram a questionar se deveríamos continuar como membros. Poucos meses depois nos desligamos da igreja.
Entramos em um caminho perigoso. Num primeiro momento, achávamos que toda a igreja estava errada. Achávamos que o próprio conceito de igreja não atendia a necessidade do mundo moderno. Quando iniciamos esse blog, em 2006, esse ainda era o conceito de igreja que estava rondando nosso pensamento.
Mas pouco tempo depois que nos desligamos da outra igreja, enquanto ainda não procurávamos nenhuma outra (nenhuma delas valia a pena), pela graça de Deus literalmente tropeçamos em ensinos bíblicos mais sólidos. Fomos apresentados a profundas verdades das Escrituras. Começamos pelo evangelismo, depois pela apologética, vida cristã, até chegarmos à eclesiologia (doutrina da igreja). Passamos a entender o que uma igreja de verdade deveria ter. E chegamos a uma lista de três itens indispensáveis em uma igreja: pregação expositiva, disciplina eclesiástica e culto voltado para os santos.
Acho que aqui cabe uma rápida explicação dos porque dos três itens.

  • Pregação expositiva: desejamos aprender a Bíblia do começo ao fim. O pregador expositivo começa a pregação em um livro da Bíblia e vai até o fim. Cada versículo é pregado, toda a revelação de Deus é exposta perante a igreja. Estávamos cansados da pregação temática, na qual o preletor define um tema motivacional e depois tenta pescar algum versículo bíblico que fundamente o seu sermão. 
  • Disciplina eclesiástica: uma boa igreja tem que ser difícil de entrar e fácil de sair. A disciplina eclesiástica, quando aplicada de forma bíblica (Mateus 18.15-17), mantém a igreja limpa e sob temor. Para mim também me ajudaria a levar a sério a minha vida cristã como um todo. Ou seja, a disciplina eclesiástica serve tanto para proteger a igreja quanto para me proteger. 
  • Culto voltado para os santos: eu amo evangelismo. É o que eu gosto de fazer. Amo ir para a rua e compartilhar minha fé com quem eu encontrar pela frente. Só que evangelismo é feito na rua, nas praças, onde o pecador está. É para ser feito fora da igreja. O culto não deve ser um atrativo para os descrentes. O culto não deve ser pensado para agradar os não convertidos. O culto deve ser pensado para agradar a Deus e para edificação da igreja, do corpo de Cristo. Os não crentes são bem vindos, mas o culto não é para eles. Essa é uma perspectiva completamente diferente da visão marqueteira que impera no meio evangélico hoje.

Todos os outros pontos para mim eram secundários. Pentecostal ou não, calvinista ou não, hinos ou música contemporânea, tanto faz. O estilo do culto era secundário. Ou pelo menos eu achava. Começamos então a caça a uma igreja.
Por quase quatro longos anos visitamos várias igrejas. Nada. Passávamos alguns meses em uma, depois seguíamos para outra. Nenhuma delas com os três pontos que nos eram tão importantes. Achávamos que o problema era com a gente (possivelmente era) e já tínhamos praticamente desistido. O que vamos fazer?
O caminho de A. W. Pink pareceu interessante. Declarar a igreja como falida e viver o cristianismo do jeito que der. Ela estava mesmo cheia de bodes, não é? Só tem dois problemas com esse pensamento.
O primeiro, a igreja é feita de pecadores remidos. “Assim foram alguns de vocês” (1 Cor 6:11). Leiam a lista dos versículos 9 e 10 e veja de que tipo de pessoa era formada a igreja de Corinto. Era feita do mesmo material das outras. Pecadores remidos.
O segundo problema, é que Hebreus 10.25 não é condicional. Não diz que devemos estar juntos dos santos apenas se todas os critérios forem cumpridos. Não! Devemos viver em comunhão com os santos.
Só que a lista de critérios era bíblica e realmente não estávamos encontrando uma igreja que seguisse isso. Então a solução era simples: começar uma igreja em casa. E isso era algo que não queríamos fazer. Especialmente a Vivian. E já era 2010.
O final feliz da história é que vimos o Twitter de uma igreja aqui na zona norte de São Paulo. Ficamos curiosos e fomos fazer uma visita. Parecia bom demais pra ser verdade e ficamos meio desconfiados (eu sou minero uai) e voltamos algumas vezes. A pregação era em sua maioria expositiva. A igreja praticava disciplina bíblica. E o culto era voltado para os santos, não para os de fora. Fomos nos envolvendo com a igreja e após três anos do primeiro contato, nos tornamos oficialmente membros.
Deus muito graciosamente não permitiu que desistíssemos da sua igreja. A noiva de Cristo está por ai. Ao invés de decretarmos a instituição como falida, devemos nos lembrar que Cristo preza pela sua noiva. Devemos lutar para que a igreja seja tudo aquilo que a Bíblia diz que ela deve ser, não o que o mundo acha que é mais agradável.
Se você desistiu da igreja, peço que reconsidere. Se você é cristão de verdade e ama a Jesus Cristo, também irá amar a sua noiva. Lute pela igreja, trabalhe para vê-la restaurada.
 Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. Foi-lhe dado para vestir-se linho fino, brilhante e puro". O linho fino são os atos justos dos santos.
Apocalipse 19.7-8

terça-feira, janeiro 07, 2014

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Final)


Por Pr. Marcos Granconato

A terceira e última lista de dons que aparece no Novo Testamento encontra-se em Efésios 4.11. Na verdade, os dons ali mencionados designam funções dadas a algumas pessoas da igreja com vistas ao preparo dos crentes para o serviço de Deus, a fim de que o corpo de Cristo seja edificado e seus membros não se tornem semelhantes a meninos facilmente induzidos, “levados ao redor por qualquer vento de doutrina” (Ef 4.12-14).
A lista é pequena e se encontra em Efésios 4.11:

Apóstolo: Num sentido geral, o apóstolo era simplesmente um missionário pioneiro. Nesse sentido, Barnabé, por exemplo, foi chamado de apóstolo (At 14.14). Num sentido técnico, porém, esse termo tinha abrangência bastante limitada, designando apenas aqueles que viram o Senhor ressurreto e foram investidos diretamente por ele na função apostólica (At 1.21,22; 1Co 9.1; Gl 1.1), recebendo também, da parte de Deus, revelações doutrinárias especiais que servem como fundamento doutrinário para a igreja de todas as épocas (Ef 2.20; 3.4,5). Nesse sentido restrito, os apóstolos só existiram no século 1 e foram apenas doze (Ap 21.14). As marcas distintivas desse pequeno grupo eram as seguintes:

1. Eles eram missionários pioneiros (Rm 15.20; 2Co 10.13-16).

2. Eles eram testemunhas oculares da ressurreição (1Co 9.1; 15.8).

3. Eles não se autoinvestiam na função apostólica (Rm 1.5; 2Co 11.13; Ap 2.2).

4. Eles realizavam prodígios milagrosos (2Co 12.12).

5. Eles não entravam nessa função através de outros homens, mas somente por ordem direta de Cristo (Gl 1.1,11,12). A exceção no caso de Matias (At 1.21-26) ocorreu provavelmente por causa do caráter provisório de seu papel como décimo segundo apóstolo.

6. Eles eram canais de revelação doutrinária inédita (1Co 15.3; Ef 3.4-6).

7. Eles eram colocados por Deus numa posição de desprezo, miséria e sofrimento (1Co 4.9-13).

Se alguém não apresentasse essas marcas, poderia ser chamado de apóstolo no sentido não técnico, isto é, poderia ser, no máximo, um missionário pioneiro. Para ser, contudo, um apóstolo no sentido estrito, cada uma dessas marcas devia ser real em sua vida.

É importante destacar que o apóstolo, no sentido estrito, já nos tempos do Novo Testamento foi perdendo sua posição de liderança absoluta na igreja, cedendo lugar aos bispos ou pastores. Isso pode ser visto claramente no modo como a forte liderança de Pedro é nublada pelo decisivo governo de Tiago, que não fazia parte dos Doze. De fato, Pedro mostra até temor diante de uma comitiva que Tiago enviou a Antioquia (Gl 2.11-13) e, no Concílio de Jerusalém, a palavra final foi de Tiago e não de Pedro ou mesmo de Paulo (At 15.13ss). Isso dá indícios de uma mudança de primazia já na igreja primitiva que, aos poucos, foi substituindo a liderança apostólica pela pastoral. Afinal, com a morte dos Doze, já no século 1, o cargo de apóstolo, no sentido estrito, desapareceu de maneira definitiva.

Profeta: Veja-se nos artigos anteriores as considerações relativas ao dom de profecia.

Evangelista: É alguém que proclama as Boas Novas. Nos tempos do Novo Testamento designava especialmente missionários itinerantes que iam de cidade em cidade anunciando a mensagem de Cristo (At 8.5,26,40; 3Jo 1.7), embora o termo também seja aplicado a indivíduos que tinham um ministério fixo num determinado lugar (2Tm 4.5). Não há no Novo Testamento nenhum indício do fim do dom de evangelista.

Pastor mestre: Essa expressão pode designar duas funções distintas (pastores e mestres) ou somente a função do ministro que se ocupa de pastorear e ensinar a igreja. O artigo definido que consta do texto grego aponta para a segunda opção, realçando a dupla responsabilidade que recai sobre os pastores, a saber, o cuidado e a instrução do povo de Deus (At 20.28; 1Pe 5.2,3). O dom de pastor e mestre não apresenta nenhum sinal de ter pertencido somente aos tempos apostólicos, sendo seu exercício real e importante na igreja de todos os tempos.

Seja qual for o dom que um crente tenha recebido do Senhor, isso se encaixará em uma de duas categorias: ou será um dom de palavra ou um dom de serviço (1Pe 4.10,11). Se o dom for de palavra, então o crente deverá exercê-lo em harmonia com o que o Senhor revelou, jamais transmitindo à igreja apenas noções ou impressões pessoais. Se o dom for de serviço, o crente deverá realizá-lo não a partir de sua disposição individual, sempre oscilante, mas na força que Deus supre. Em todo caso, o uso dos dons do Espírito Santo deve ser feito de tal modo que a igreja toda seja servida (1Pe 4.10) e, no final, Deus, por meio de Jesus Cristo, seja glorificado (1Pe 4.11).

Parte 01 - Parte 02

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Parte 2)


Por Pr. Marcos Granconato

A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios traz a maior lista de dons espirituais do Novo Testamento. São nove no total e se encontram em 1 Coríntios 12.8-10. Essa lista de dons é a que mais tem causado controvérsias no meio evangélico, especialmente no tocante à atualidade de cada item alistado. A seguir são elencados todos esses dons, com uma breve exposição relativa ao seu significado e duração.

Palavra de sabedoria: A pessoa que tem esse dom diz palavras de sabedoria divina em contraste com os indivíduos que promulgam filosofias vãs ou palavras de sabedoria humana (1Co 2.6-7,13; 3.19). Os temas centrais abordados por quem tem o dom da palavra de sabedoria são a graça de Deus (2Co 1.12) e, especialmente, a cruz de Cristo (1Co 1.17,23-24). Esse dom, portanto, é fundamental para quem exerce o trabalho de evangelismo (1Co 1.17; 2.1). Num sentido mais estrito, a palavra de sabedoria também abrange a revelação de mistérios doutrinários trazidos à luz no tempo do Novo Testamento pelos apóstolos (1Co 2.7-13). Nesse sentido estrito, a palavra de sabedoria não existe mais, permanecendo apenas a sua expressão geral, ou seja, a capacidade de interpretar a realidade à luz da graça e da cruz do Senhor, expondo isso verbalmente aos outros no evangelismo e no ensino da igreja.

Palavra de conhecimento: É difícil saber o que Paulo tinha em mente quando fez distinção entre a palavra de sabedoria e a palavra de conhecimento. Porém, parece correto que a palavra de conhecimento se relaciona ao modo como se deve agir na prática da vida cristã. Se for esse o caso, esse dom é útil para conduzir a igreja ao crescimento na compreensão da sã doutrina, a fim de fazê-la abandonar comportamentos imaturos ou errados (1Co 8.7; 15.33,34).

Fé: Não se trata da fé salvadora, pois essa é um dom dado a todos os crentes (Ef 2.8). O dom da fé aqui mencionado é, provavelmente, uma convicção de origem sobrenatural de que Deus vai agir de forma especial numa determinada situação, quer por veículos naturais, quer por meios milagrosos (1Co 13.2). Essa confiança firme faz o crente agir como se o que espera estivesse mesmo prestes a se realizar (Hb 11.7-12). Não se deve confundir esse dom com mero otimismo ou com alguma forma de se autoiludir. O dom da fé é dado por Deus e gera uma surpreendente onda de confiança real no coração da pessoa.

Curas e operação de milagres: Os dons de curas eram capacidades dadas por Deus a alguns crentes de erradicar doenças, com o fim de servi-lo. O uso do plural (“dons de curar”) dá margem para formas diferentes de cura, o que pode abranger, além do milagre, o uso de meios naturais como remédios e cuidado médico. Já o dom de operação de milagres, conforme geralmente é entendido, consistia em realizar maravilhas fora da ordem natural das coisas. Parece certo dizer que o dom de curas, em sua expressão sobrenatural, era uma categoria mais específica do dom de operação de milagres que abrangia prodígios num sentido mais geral. Feitos sobrenaturais foram muito comuns na fase inaugural da igreja primitiva (At 5.15,16; 6.8; 8.13). Porém, em poucos anos essa fase começou a apresentar indícios de esfriamento (Fp 2.26,27; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20). A razão disso é que as curas sobrenaturais e os milagres tinham por objetivo autenticar a mensagem nova que estava sendo pregada (At 14.3; Hb 2.4), não havendo necessidade dessa autenticação se perpetuar. Por isso, não se veem hoje pessoas com dons de realizar curas ou feitos milagrosos. Isso, contudo, não significa que o Senhor, eventualmente, não faça obras grandiosas além da compreensão humana. Antes, significa que, quando Deus realiza feitos assim, ele o faz em resposta à oração dos crentes em geral e não por meio de indivíduos dotados por ele com capacitações sobrenaturais (Tg 5.14-18).

Profecias: Veja-se o que foi exposto na parte 1 desta série. Deve-se apenas acrescentar aqui que uma das responsabilidades da igreja no tocante aos profetas era avaliar o que eles diziam, comparando suas revelações com as verdades que o Senhor já havia transmitido (1Co 14.29). De fato, os profetas deveriam profetizar de acordo com a “proporção da fé” (Rm 12.6), ou seja, suas profecias deveriam se harmonizar com a doutrina cristã já fixada.

Discernimento de espíritos: Esse dom não consiste em descobrir os nomes ou as supostas áreas de atuação de demônios como alguns tendem a crer. Antes, é a capacidade de discernir a origem de uma mensagem ou ensino, isto é, trata-se do dom de discernir o que realmente procede do Espírito Santo. Assim, o crente dotado desse dom detecta se o que está sendo dito (com todos os seus desdobramentos práticos) é de origem divina ou é uma doutrina demoníaca (ou meramente humana) propagada por falsos mestres (1Tm 4.1,2; 1Jo 4.1-6). Não existe qualquer indício na Escritura ou na história do cristianismo que aponte para o desaparecimento desse dom, sendo vital a sua permanência na igreja cristã de todas as épocas.

Variedade de línguas e interpretação: O dom de línguas era a capacidade dada pelo Espírito Santo a alguns crentes de falar sobre as grandezas de Deus em um idioma humano jamais aprendido por quem falava (At 2.7-11). Ao definir esse dom, Paulo citou Isaías 28.11,12, identificando-o, assim, como um sinal de juízo contra judeus incrédulos que rejeitavam a mensagem de Deus (1Co 14.21,22). De fato, Deuteronômio 28.46,49 diz que ouvir uma língua desconhecida seria um sinal do juízo de Deus contra Israel sempre que esse povo rejeitasse sua mensagem. Ora, Israel rejeitou o Filho (At 7.51-53). Por isso, Deus usou a igreja para fazer com que os judeus ouvissem línguas que não entendiam como sinal do juízo que estava por vir. Esse juízo foi predito por Jesus (Mt 23.37-39) e chegou no ano 70 por mãos do general romano Tito. Uma vez que o castigo contra Israel sinalizado pelas línguas ocorreu, esse dom deixou de ser necessário e desapareceu. Obviamente, o fim do dom de línguas trouxe também o fim do dom de interpretação.

Parte 01 - Parte 03 (em breve)

domingo, janeiro 05, 2014

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Parte 1)


Gostaria de compartilhar com vocês três textos sobre os dons do Espírito Santo, um assunto muito debatido na igreja nos últimos anos. Na verdade, tenho acompanhado esse debate desde que me converti e sei que ele é muito anterior a isso. Eu já estive em ambos os lados do debate e a coisa toda se tornou clara para mim a partir de um estudo mais trabalhoso das Escrituras.
O texto abaixo se encontra originalmente no site da Igreja Batista Redenção. Pelos próximos três dias, vou publicar as três partes do estudo. Espero que seja útil para jogar alguma luz na questão.

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Parte 1)

Por Pr. Marcos Granconato

Os dons do Espírito Santo, seu significado e continuidade, estão entre os temas mais debatidos dentro do contexto evangélico. É nesse campo que ocorrem os maiores excessos na forma de agir de muitos crentes e é também por causa dessa discussão que terríveis divisões acontecem nas igrejas.
De tudo isso decorre a necessidade de entender bem o que são os dons do Espírito Santo, bem como seu propósito, duração e forma de funcionamento. De fato, a história já demonstrou satisfatoriamente que a má compreensão desses assuntos traz prejuízos desastrosos para o povo de Deus.

No Novo Testamento, há três passagens em especial que apresentam listas de dons espirituais. A primeira é Romanos 12.6-8 que menciona os sete itens alistados a seguir.

Profecia: O profeta era alguém que recebia revelações diretas de Deus e as transmitia aos homens de forma inerrante e infalível. No NT, as revelações proféticas eram predominantemente doutrinárias, ou seja, os profetas revelavam verdades divinas ocultas de outras gerações. Essas verdades eram também chamadas de mistérios (Ef 3.4,5). Só mui raramente os profetas traziam revelações sobre o futuro ou sobre a vida particular de alguém e, ao que parece, só o faziam quando o que era revelado tinha forte impacto sobre a igreja como um todo (At 11.28; 21.10,11). Os profetas tinham como função primária lançar as bases doutrinárias, éticas e funcionais da igreja (Ef 2.20). Como essas bases foram todas lançadas nos tempos dos apóstolos, os profetas deixaram de existir já no fim do século 1. O dom de profecia, portanto, não existe mais.

Serviço: É possível que esse dom abranja a habilidade dada por Deus de realizar bem aqueles trabalhos que são considerados inferiores pelas pessoas em geral. Nem todos são capazes de fazer esses serviços com qualidade. Por isso, Deus dotou alguns homens e mulheres da igreja com uma capacidade especial para realizar tarefas dessa natureza em favor dos santos.

Ensino: Trata-se da capacidade de transmitir a verdade de Deus à igreja com clareza e autoridade, promovendo sua edificação e amadurecimento. Através dos mestres, a igreja é protegida das falsas doutrinas e adquire base teológica para viver com retidão e santidade.

Exortação: Esse dom abrange o trabalho de consolar, animar e encorajar. Os cristãos geralmente são abalados não somente pelos problemas comuns da vida, mas também por ataques e dificuldades que lhes sobrevêm por causa da fé. Por isso, para que seu povo não fique à mercê do conselho de incrédulos, o Senhor concede esse dom a alguns crentes, a fim de que os santos encontrem neles amparo, alívio e amizade.

Contribuição: A referência aqui é à tarefa de distribuir. Sendo a igreja de Cristo formada por muitas pessoas pobres, há entre os santos aqueles cujo coração Deus dotou com a disposição constante de assistir os necessitados. Paulo diz que essas pessoas devem fazer isso generosamente. Outrossim, os crentes que têm esse dom devem se vigiar para que, no seu exercício, não sejam levados pelo desejo de ser admirados pelos homens (Mt 6.1).

Liderança: A prática desse dom envolve a administração de recursos da igreja e a direção geral da comunidade cristã local. A igreja não foi deixada por Deus à mercê das preferências de cada membro, pois isso a lançaria na desordem total (Jz 17.5,6). Antes, o Senhor lhe concedeu pessoas capazes de liderá-la, apontando seus alvos e o modo como devem ser atingidos. De acordo com Paulo, os líderes devem realizar seu trabalho com toda diligência, zelando para que seu dom não seja negligenciado.

Misericórdia: A pessoa que tem esse dom se vê disposta a mostrar favor a seus irmãos que sofrem por causa de doenças, perdas, decepções e tragédias. Por se tratar de uma tarefa pesada e, às vezes, bastante desagradável, pode acontecer de algum crente ter esse dom e passar a exercê-lo com pesar. Por isso, Paulo diz que os irmãos que têm o dom de misericórdia devem exercê-lo com alegria.

Conforme se vê, entre os dons alistados aqui somente o de profecia não existe mais. Com efeito, não há nenhum indício ou razão na Escritura que nos leve a afirmar que os demais também deixaram de existir. Na verdade, o próprio viver diário da igreja mostra sua permanência viva até os dias de hoje.

Parte 2 - Parte 3 (em breve)

quinta-feira, janeiro 02, 2014

Testemunhas de Jeová: as mais populares em nosso blog!

Sede das Testemunhas de Jeová em Nova Iorque
 As postagens mais acessadas do nosso blog ainda são sobre as Testemunhas de Jeová! Das dez postagens mais acessadas, 4 são de temáticas jeovistas e a mais acessada de todas é Morre Michael Jackson, a mais famosa das Testemunhas de Jeová.
O objetivo do blog não é focar especificamente nesse grupo, mas devido ao meu passado (bem curto, diga-se de passagem) como TJ, é bem difícil não puxar sardinha pra esse lado.
Muitas coisas boas vieram disso tudo. Fiz grandes amigos, como o Cleber Tourinho (e alguns inimigos) e passei a ter interação com várias pessoas que transitam nesse tema.
Espero em Deus que o pouco que está aqui no blog esteja servindo para tirar pessoas dessa seita maligna, que conta com muita gente boa e sincera, mas que estão sinceramente erradas em seu entendimento sobre o cristianismo. Ao menos, que sirva pra colocar uma ponta de dúvida que possa levar "a verdade que conduz à vida eterna".

Eu em frente ao Salão do Reino da congregação do Queens, Nova Iorque
Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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