segunda-feira, dezembro 24, 2012

Postagens natalinas




Eu gosto muito do natal, muito mesmo. Fico esperando essa data o ano todo. Nem sempre eu consigo comemorar como eu quero, ou acabo comemorando do jeito que outras pessoas querem, mas eu gosto muito do natal. Mas eu sei que a data mais importante do cristianismo é a páscoa, não o natal. Por isso temos tantos posts sobre a páscoa, a ressurreição de Cristo e afins.
Ainda assim, temos alguns posts interessantes sobre o natal e listamos todos eles abaixo. Para mim, o mais interessante é o que apresenta uma boa explicação para como o 25 de dezembro se tornou o natal, diferente da teoria prevalente que a data foi apenas escolhida para casar com a data do solstício de verão, uma data festiva para os pagãos. Existe uma outra alternativa, baseada em escritos da época, que em nada tem a ver com as festividades pagãs e que apresenta a igreja celebrando o natal bem antes da formação da Igreja Católica Romana.
Uma boa leitura e um feliz natal!










Nossa gatinha Gracie, comemorando o natal (ou mais provável, olhando um ratinho pela janela).

domingo, dezembro 23, 2012

Como saber a vontade de Deus?



A Vivian estava conversando com uma amiga cristã sobre um assunto específico na qual a nossa amiga dizia que não queria agir porque ela acreditava que agir em relação a tal assunto seria o mesmo que afirmar que Deus não era poderoso para agir por ela. Não vou entrar nos detalhes da coisa, mas esse raciocínio possui uma falha porque ele acha que Deus apenas se preocupa com o fim das coisas, quando às vezes o foco maior de Deus é o processo como um todo, pois, mais do que receber aquilo que queremos, como chegamos ao recebimento (ou não) é o que realmente transforma o nosso caráter.
Isso me lembrou duma outra coisa: como saber qual é a vontade de Deus para minha vida? Como saber se devo fazer algo ou não? Como escolher entre A ou B? Isso tem sido tema de livros, palestras, pregações e conferências. Muita gente quer saber: como descobrir a vontade de Deus? Na verdade, isso é quase uma obsessão no meio evangélico.
Duas coisas me parecem motivar essa obsessão. A primeira, mais espiritual, é que as pessoas realmente estão dispostas, até certo nível, em descobrir e cumprir a vontade de Deus. Elas sabem que isso é importante, Deus possui uma vontade. A segunda, bem menos espiritual, é que o povo quer uma garantia que toda vez que fizerem a vontade de Deus, tudo dará certo. Tudo será um mar de rosas. Fazer a vontade de Deus é paz, alegria, tranquilidade. Não fazer a vontade de Deus, tudo dará errado. Quem nunca ouviu, “se você está no centro da vontade de Deus, coisas boas vão acontecer com você”. Se isso fosse verdade, o apóstolo Paulo jamais poderia ser considerado como estando no centro da vontade de Deus, já que a vida dele foi bem miserável (2 Cor 11:23-33) e ainda morreu decapitado.
Um lembrete importante: Deus é soberano. Completamente soberano. A vontade Dele sempre irá se cumprir na sua vida. Você não tem como enganar Deus. Ele não está lá, olhando através de uma televisão cósmica, torcendo para que você escolha fazer aquilo que Ele planejou que você venha a fazer. Mas, de repente, que puxa, você escolheu errado! E agora? Deus pega seus planos, rasga tudo e começa a trabalhar em um plano B. Enquanto isso, você paga pela sua burrice: como pode ter escolhido tão errado quando estava tão óbvio!
Nada disso. Deus, o soberano Senhor de todo o universo, sabe de todas as coisas, Ele sabe as suas decisões e Ele decreta tanto os fins quantos os meios. Não vou entrar em detalhes sobre a questão do calvinismo ou arminianismo (particularmente eu acredito na graça soberana de Deus), mas a soberania divina é declarada por toda a Bíblia (Salmo 103:19).
Ainda assim, somos responsáveis por nossas decisões porque elas são tomadas livremente por nós. Existe uma tensão aqui, que eu não me proponho a resolver, mas que pode ser simplificada da seguinte forma: Deus soberanamente decreta aquilo que nós livremente vamos escolher. Complicado? Se fosse fácil, não teria tanta gente errando nesse assunto.
Mas à parte de tudo isso, existe uma forma de “descobrir a vontade de Deus” que é simples, desde que você entenda ao menos que Deus é soberano e que você jamais irá engana-lo. São três passos simples que irão te ajudar a escolher de forma sábia entre qual carreira seguir, com qual pessoa devo me casar, compro uma casa ou faço uma viagem? É tão simples que parece inacreditável.
  • Leia a Bíblia: muita gente diz, “eu quero saber a vontade de Deus para minha vida” e elas se referem aquelas coisas secretas sobre o que vai acontecer que ninguém nunca sabe. Aí você pergunta, “você já leu toda a Bíblia?” e muitas vezes a resposta é não. A Bíblia é a vontade revelada de Deus. Se você não conhece a vontade revelada, então, dificilmente irá entender o resto. Muitos dos dilemas da vida cristã estão bem explicados na Bíblia. O livro de Provérbios é um tesouro de sabedoria que se os cristãos colocassem em prática, o mundo seria diferente. As cartas de Paulo não apenas nos ensinam teologia (o que ajuda também, especialmente se você conhece o caráter e os atributos de Deus), mas também nos mostram de forma prática como agir dentro e fora da igreja. Em resumo, quando você estiver se sentindo confortável em praticar a vontade revelada de Deus, aí eu acho que você pode se preocupar em tentar a vontade secreta. Leia a Bíblia.
  • Oração: uma mente informada pelas Escrituras passa a orar conforme as Escrituras e passa a buscar aquilo que realmente é importante, o Reino de Deus. Por mais que todos nós sabemos a importância da oração, ela ainda é subestimada. Ore, leve as suas petições à Deus, peça por sabedoria para tomar a melhor decisão e lembre-se que Deus é soberano. Agora, não fique esperando ouvir uma voz audível que irá te dizer exatamente o que fazer. Deus não lida conosco como simples robôs que recebem sua instrução e segue à risca os comandos. Somos filhos e Deus está mais interessado em nosso caráter do que nossas posses.
  • Peça conselhos para irmãos mais velhos e maduros na fé: vivemos em uma sociedade bastante individualista e temos a tendência de não envolver ninguém em nossas decisões. E isso também acontece na igreja. Na verdade, o crescimento de megas-igrejas e telepastores tem privilegiado a existência de um evento desconhecido nas Escrituras: o cristão solitário. Tal coisa não existe. A vida cristã deve ser vivida em comunidade. É um corpo, não um ser unicelular. Aqui eu tenho que fazer um mea culpa porque eu sofro desse mal também. Mas como cristãos, devemos buscar o conselho de irmãos cristãos mais maduros na fé, que nos conhecem e podem nos ajudar a ter uma visão geral e mais ampla sobre um assunto. Está na dúvida se deve seguir o pastorado? Ou se tornar missionário? Converse com seus irmãos mais maduros. Veja o que eles dizem sobre isso. Uma ressalva aqui: via de regra, o irmão mais maduro tem mais tempo de cristianismo, mas nem sempre é assim. Saiba diferenciar uma coisa da outra.

Aí estão. Três passos para saber qual é a vontade de Deus para você. Parece simples? E é. Não é nada mais complicado do que isso. Não tem glamour, mas funciona e é como a igreja sempre buscou a vontade de Deus. Por dois mil anos isso funcionou perfeitamente para a igreja, não tem porque não funcionar para você.
Tenho certeza que quase todas as suas decisões poderão ser tomadas com base nesses três passos. E você a cada dia, irá se tornar mais sábio.

terça-feira, dezembro 18, 2012

A verdadeira questão sobre o casamento gay



A questão (do casamento gay) não é sobre controlar “o que as pessoas fazem em seus quartos”, ou “quem eles podem amar”. A questão é sobre que tipo de união o Estado irá reconhecer como “casamento” e lhe dar todos os benefícios adjacentes. O Estado não nos diz com quem podemos ser amigos ou com quem podemos viver. Você pode ter um amigo, três amigos ou uma centena de amigos. Você pode morar com sua irmã, com sua mãe, seu cachorro ou seu colega do trabalho. Você pode celebrar seu relacionamento com a sua avó ou o seu colega de quarto o quanto quiser. Mas nenhum desses relacionamentos – não importa o quão especial sejam – são casamentos. A recusa do estado em reconhecer esses relacionamentos como “casamento” não nos impede de persegui-los, aproveitá-los ou considerá-los significantes.
O debate é muitas vezes caracterizado como liberdade (aqueles que apoiam qualquer um casar com qualquer um) contra opressão (aqueles que querem lhe dizer com quem você deve se casar). Os conversadores estão perdendo o debate porque essa é a história contada em milhares de episódios de televisão, em milhares de músicas e por um número crescente de políticos e educadores. Mas no longo prazo, o triunfo do casamento gay (caso triunfe como uma realidade cultural e legal) irá significar a restrição da liberdade de milhões de americanos.
Isso vai acontecer primeiro de uma forma bem óbvia – por condenar ao ostracismo aqueles que discordam, pelo bullying através do politicamente correto e pisando na liberdade religiosa. É claro que os cristãos precisam entender que não importa quantas ressalvas emitimos, não importa quantas nuances tenhamos em nossas posições, não importa o quanto alentamos ou mostremos compaixão para com os homossexuais, nada disso será suficiente para repelir as acusações de ódio e homofobia. Nós teremos muitas oportunidades para andar como Jesus que, quando injuriado, não cometeu injuria como resposta e quando ele sofreu, não lançou ameaças, mas continuou confiando naquele que pode julgar de forma justa (1 Pedro 2:23).
Mas o casamento gay irá desafiar nossa liberdade de outras maneiras também. Não apenas evangélicos, assim como católicos tradicionais e mórmons serão ameaçados. Assim que o governo ganha novos poderes, ele raramente abre mão deles. Haverá uma leve tirania que irá crescer enquanto o poder do Estado aumentar, um crescimento que é intrínseco à própria noção de casamento gay

Kevin DeYoung; "A Few Things to Consider BeforeSupporting Gay Marriage"; DeYoung, Restless, and Reformed

segunda-feira, dezembro 17, 2012

Uma festa inesperada (ou um versículo inesperado)



Eu estou brincando com o nome do título porque este não tem nada a ver com o assunto da postagem. Mas a citação bíblica que deu origem ao texto foi realmente inesperada, mas não surpreendente. Enfim, eu acho que só quis usar esse titulo por causa da estreia de O Hobbit. Na minha página do Facebook finalmente colocamos as fotos de nossa viagem para Hobbiton, em Matamata, na Nova Zelândia. Foi muito legal. Mas não estou escrevendo sobre O Hobbit.
Sábado passado a Vivian e eu fomos a uma festa de aniversário. Eu nunca me senti muito a vontade nesses eventos (especialmente quando somos praticamente obrigados a ir), talvez por causa da minha herança de Testemunha de Jeová, talvez porque eu ache que mesmo os aniversários cristãos são tão focados no aniversariante que beira a própria adoração. Já deve fazer pelo menos uns quatro anos que eu não faço nenhuma comemoração especial no meu aniversário. No máximo, usamos como uma boa desculpa para ir ao Outback, para encontrar uma costela divina.
No aniversário de ontem, foi um pastor neopentecostal bastante próximo da família do aniversariante. Eu já o vi várias vezes (na verdade, eu o conheço desde a minha adolescência) e como parte do evento, o pastor tomou a palavra. Ele agradeceu a presença dos amigos, engrandeceu o esforço de todos estarem lá (especialmente ele mesmo, já que no sábado estava chovendo muito) e fez duas citações, uma de algum poeta que ele não se preocupou de esclarecer e outra, supostamente bíblica, de acordo com o pastor, que ele também não se preocupou de dar a referência. Eu não estava prestando muita atenção, mas a Vivian percebeu algo errado. O dito pelo pastor foi o seguinte: “e a outra frase, essa bíblica, diz, ‘quem encontra um amigo, encontra um tesouro’”.
Na hora eu não percebi nada de errado porque o pastor começou a orar e em suas súplicas demandava que Deus estivesse presente na vida do aniversariante. Isso estava na verdade me deixando um pouco mais irritado porque não temos como pedir por algo que já temos. Deus é onipresente (Salmo 139:7-12), ou seja, ela já está em todos os lugares, mas para o Cristão, já somos morada do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16), já estamos na presença de Deus por causa de Jesus Cristo (Hebreus 4:14-16). Ou seja, não faz sentido ficar pedindo a presença de Deus. Eu acho que quando um evangélico clama pela presença de Deus, ou ele não entende o que é estar na presença de Deus ou ele está pedindo outra coisa. Talvez uma mistura de ambos. Mas isso é assunto pra outro post.
Assim que a Vivian me chamou a atenção para o “texto bíblico”, começamos uma perseguição para encontrar a referência. Santo 3G do smartphone! Procuramos aqui, procuramos ali, nada de tal referencia. A festa terminou, e na volta pra casa a Vivian continuou procurando pelo texto perdido  (eu estava dirigindo e a lei e o bom senso ditam que não se deve procurar por textos bíblicos ou qualquer outro, ao volante de um carro). E ela encontrou a referência. Para nossa surpresa, o texto realmente está na Bíblia. O texto lê-se assim:
Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro.
O texto pode ser encontrado na sua Bíblia no livro de Eclesiástico, capítulo 6, versículo 14.
Você deve estar se perguntando se eu não errei o nome do livro, pois o correto é Eclesiastes. Não, eu não errei. É no livro de Eclesiástico, que fica logo depois de Sabedoria e antes de Isaías. Pode procurar na sua Bíblia. Eu espero...
Encontrou? Não? Eu encontrei. Mas na minha Bíblia das Edições Paulinas. Você pode encontrar também na Bíblia Ave Maria. Se você estiver usando uma Bíblia comum, logo após Cantares você terá Isaías. Mas a Igreja Católica, no Concílio de Trento, entre 1545 e 1563, promulgou como canônicos vários livros que até aquela data só haviam sido considerados por concílios menores e nunca foram incluídos na lista de livros sagrados do judaísmo. Um dos principais motivos para inclusão desses livros pela Igreja Católica é que alguma das praticas católicas podem ser fundamentadas nessas passagens. Antes, apenas constavam com a autoridade eclesiástica e com o magistério como fonte de autoridade. Engraçado que a Igreja Católica não entende que as Escrituras sejam a única autoridade sobre a revelação de Deus (o Sola Scriptura protestante), mas tem uma lista de “autoridades”, como a tradição, o próprio Papa, mas ainda assim buscou colocar livros dentro da Bíblia para legitimar suas crenças.
Portanto, o querido pastor evangélico citou um texto de um livro deuterocanônico. Será que ele sabia disso? Será que ele sabia que a citação estava no livro de Eclesiástico? Se ele sabia disso, por que ele disse que estava na Bíblia? Será que ele sabe que existe uma diferença no número de livros entre uma Bíblia protestante e uma Bíblia Católica? Será que ele sabe que Eclesiástico é um livro deuterocanônico? Será que ele sabe o que é um livro deuterocanônico? E se sabe, será que ele os considera inspirado?
Todas essas são boas perguntas a serem feitas em nosso próximo encontro com o pastor, o que vai acontecer, já que as festas de aniversário em que ele está presente são muitas ao longo do ano. Seria interessante ouvir suas respostas. Mas eu também conheço a igreja onde ele se tornou pastor e sei que os pastores que são formados lá não apresentam nenhum treinamento teológico ou mesmo bíblico e o que os torna elegíveis para o pastorado são o carisma e a capacidade de liderança. Bíblia e teologia são detalhes. Quando for pregar, pegue um texto qualquer, de preferência motivacional ou moralizante e construa uma mensagem com alguma chamada para ação ao final. É assim que funciona. É assim que as ovelhas são alimentadas. Uma mensagem motivacional após a outra. Manejar bem a Palavra não é um foco daquela igreja (2 Timóteo 2:15). Quando eu vejo esse cenário, me pergunto se vale a pena questioná-lo sobre a citação deuterocanônica. Vai depender do meu humor no nosso próximo encontro.
Quando os ateus nos acusam de não conhecermos a Bíblia, muitas vezes eles estão certos. Não conhecemos. A maioria dos cristãos nunca leu toda a Bíblia. Gente com 5, 10, 20 anos de cristianismo. A maioria conhece um punhado de textos batidos, repetidos à exaustão, desprovidos de seu contexto, o que leva muitas vezes ao uso e ao abuso. Uma boa maioria não sabe nem ao menos se um livro está no Velho ou no Novo Testamento. Tem gente que acha que Maria Madalena foi uma prostituta ou uma mulher adúltera. Todo tipo de mitologia e superstição se adiciona à Bíblia pela falta de conhecimento daqueles que deveriam manejá-la bem.
Se esse já é um sintoma preocupante entre os leigos, imagine o horror quanto se torna sintomático entre pastores.
“Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus” (1 João 5:13).
Pena que o povo não está lendo o que foi escrito. Pena que os pastores não estão lendo o que foi escrito.

domingo, dezembro 16, 2012

Duzentos seguidores no blog Pés Descalços!!



Essa semana chegamos ao números de 200 seguidores no blog! Gostaríamos de agradecer a todos o carinho e paciência conosco. Esperamos sinceramente que esse blog esteja ajudando a todos que passam por aqui, de uma forma ou de outra, a entender que o Cristianismo é a melhor explicação para a realidade como ela é.
Mais uma vez, obrigado!

Sem Deus, não existe o bem ou o mal


Ataque em Newton, Connecticut

Sobre o atentado em Newton, Connecticut, na última sexta-feira.
É impossível construir uma sociedade ao redor da negação de um padrão dado por Deus e então, arbitrariamente, reintroduzir esse padrão conforme for conveniente, sempre que você precisar de uma palavra como “mal” para descrever o que acaba de acontecer. Essas palavras não podem apenas ser assopradas. Se nós as abolimos e também suas definições e todo fundamento possível para elas, precisamos reconhecer o fato que elas se foram. A descrença cultural, que leva inexoravelmente a um niilismo cultural e ao desespero, é completamente incapaz de responder apropriadamente a coisas como essa, enquanto é totalmente capaz de criar tais situações. Nas palavras proféticas de C. S. Lewis, “Em um tipo de simplicidade medonha nós removemos o órgão e exigimos a função. Nós criamos um homem sem peito e esperamos que eles tenham virtude e iniciativa. Nós rimos da honra e ficamos chocados ao encontrar traidores em nosso meio. Castramos e exigimos que o eunuco seja frutífero.”

sábado, dezembro 08, 2012

É possível uma vida sem Deus?



Essa semana morreu o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Eu entendo bem pouco de arquitetura, mas sei que ele foi uma pessoa que contribuiu imensamente para essa arte. Ele também era ateu. Era, porque agora ele não é mais. Tanto na visão cristã quanto na ateísta, Niemeyer deixou de ser ateu porque, na visão cristã, ele encontrou com o seu Criador e agora ele sabe que Deus existe e na visão ateísta, não existe vida após a morte, portanto, tudo o que sobrou do arquiteto é aquilo que já existia antes: um corpo físico, só que agora, morto.
Em comemoração à morte de Niemeyer (???) ou para homenageá-lo pela sua obra, a fan Page do Facebook ATEA nos presenteou com a imagem que você vê acima. “Na imagem, podemos ler: uma longa vida de realizações e sucesso, sem Deus”.
Essa frase está errada. O correto seria: “uma longa vida de realizações e sucesso, sem uma crença em Deus”. Pode parecer que ambas são a mesma coisa, mas não são. E já explico o porquê.
Antes, acho interessante notar que os novos ateus estão aprendendo alguma coisa de marketing com o movimento evangélico moderno, especialmente da teologia da prosperidade. Assim como muitas igrejas prometem sucesso na vida se você acreditar em Deus, os ateus estão prometendo uma vida feliz e próspera se você não acreditar em Deus. Dawkins já prometia isso no inicio de seu brilhante livro, “Deus um Delírio”. Parabéns ATEA! Se vocês conseguirem fazer com o movimento ateu aquilo que o evangelho da prosperidade fez com a igreja evangélica, o futuro do ateísmo caminha para um futuro sombrio.
Voltando ao tópico, uma vida sem Deus é diferente de uma vida sem crença em Deus. Niemeyer nunca teve uma vida sem Deus. Ele teve uma vida sem crença em Deus. Primeiro, a crença ou não na existência em Deus é irrelevante para a questão se Deus existe ou não. Se ele não acreditava em Deus, se ele negava a existência de uma divindade, essa divindade continuaria existindo independente de suas crenças. E mesmo sem essa crença, essa divindade continuaria exercendo influencia em sua vida, como exerce na de todos nós. O simples fato de Deus ter permitido que ele tivesse vivido por quase 105 anos mesmo negando a sua existência, apesar das comprovações mais óbvias de sua existência, mostra o quanto Deus é amoroso e agiu com graça para Niemeyer. Mas o segundo ponto para mim é ainda mais importante.
A frase “uma longa vida... sem Deus” é irracional. Para que a vida exista, Deus é necessário. Aliás, para que o universo exista, Deus é necessário. Se isso não fosse verdade, veja quantas crenças irracionais uma pessoa precisa aceitar para acreditar que uma vida sem Deus é possível:
  • Acreditar que coisas aparecem do nada sem causa.
  • Acreditar que a vida pode vir de algo sem vida.
  • Acreditar que informação pode ser gerada sem uma mente inteligente.
  • Acreditar que essa informação pode ser interpretada sem uma mente inteligente.
  • Acreditar que a primeira lei de Newton, da inércia, está errada.
  • Acreditar que padrões morais reais não existem.

E por aí vai. Todos esses conceitos acima contrariam as mais simples percepções de nosso universo. Todas elas são, para dizer o mínimo, irracionais. Portanto, uma vida sem Deus, é também uma frase irracional.
Se a ATEA quisesse parecer menos irracional, deveria mudar a frase sobre Niemeyer. Mas racionalidade nuca foi o forte por ali...
Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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