Mostrando postagens com marcador hermeneutica. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador hermeneutica. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, junho 17, 2013

Com quantos versículos se faz um tema central?


Eu vou mudar o nome do blog para Apologética Facebookiana, ou algo assim. Agora eu nem preciso sair de casa para achar inspiração para os textos. Mas como eu realmente saio de casa, acabo não tendo tempo para escrever. Mas resolvi fazer um update no meu texto sobe numerologia bíblica, porque mais uma vez eu vi alguém no Facebook usando a numerologia bíblica para avançar seu ponto de vista. E mais uma vez foi um pastor que fez isso (essa prática é moda entre os pastores), com a seguinte afirmação:
"Aprendam a fazer o bem. Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva." [Isaías 1:17]Justiça é um tema central, mencionada mais de 200 vezes nas Escrituras.Não é secundário, é central! E pq anda tão esquecido?
Por justiça, o nosso amigo quer dizer justiça social e com justiça social ele quer dizer tirar de uns para dar para os outros. Esse conceito de justiça é estranho às Escrituras. Para a Bíblia, justiça é corrigir um mal feito a alguém. Se eu roubar você, eu devo sofrer pelas mãos da justiça. Como muitas vezes o rico consegue que a justiça seja feita e o pobre e a viúva não, a Bíblia nos instiga a lutar pelos direitos dos mais fracos, mas esse direito não tem nada a ver com deixar de ser pobre, a não ser que tenha existido roubo. Esse foi um pequeno adendo, porque o alvo não é esse, mas acho importante ressaltar que o conceito bíblico de justiça é diferente do que o povo anda pregando por ai. Eu não me lembro se já escrevi sobre isso. Se não escrevi, vou explicar melhor em um texto à parte.
Mas vamos supor, apenas para manter o argumento vivo, que a noção de justiça bíblica é a de justiça social. Ele diz que o tema é central, que é mencionada mais de 200 vezes nas Escrituras. Ora, isso é um número interessante, não é? Se, a quantidade de vezes que um tema é mencionado nas Escrituras define a sua importância, então, podemos acreditar que essa noção de justiça é importantíssima, certo? Talvez.
Primeiro já escrevi que esse método para se definir importância para um tema é furado. Deus é mencionado na Bíblia 4,3 mil vezes. Jesus é mencionado 900 vezes. Então, o que é mais central na Bíblia? Justiça ou Deus? Justiça ou Jesus?
Vamos calcular a real importância do termo justiça como disso o pastor. A Bíblia possui cerca de 31.200 versículos. Destes, 200 mencionam justiça (na verdade, a palavra justiça aparece 548 na Bíblia em português, mas a maioria referente à justiça divina, o que não avança a afirmação do pastor). Fazendo uma rápida análise, podemos dividir 200 por 31.200 e teremos 0,64%. Ou seja, de tudo o que é abordado nas Escrituras, essa justiça aparece 0,64% das vezes. Se isso é central, eu não sei o que mais é secundário.
No final das contas, esse grupo de pastores que vem avançado a numerologia bíblica (justiceiros sociais, universalistas, etc) precisaram arrumar uma forma de tentar justificar sua péssima hermenêutica. Já que uma leitura completa das Escrituras dentro do seu conceito nos mostra que o tema central da Bíblia é Cristo e seu plano de salvação para a humanidade da ira vindoura para a Glória de Deus (ufa), só resta catar versículos soltos, fazer uma rápida contabilidade e torcer para que os mais incautos caiam na conversa. Uma pena que o argumento não se sustenta nem mesmo dentro das suas premissas.
Prometo não escrever mais sobre isso. Mesmo que eu veja na Facebook de novo (e sei que verei) Já esgotei o tópico.

O Facebook ainda vai render outros textos. E a vida real também.

quarta-feira, abril 10, 2013

Numerologia bíblica (ou a arte de ignorar o todo)



Finalmente duas postagens na mesma semana. E olha que essa segunda quase não aconteceu, com a semana corrida. Mas estou feliz que minhas férias estão chegando e talvez eu consiga publica mais.

Eu quero escrever hoje sobre uma prática que tenho visto no meio evangélico, especialmente no meio neo-pentecostal cool, que é definir a importância de um assunto na Bíblia pela quantidade de vezes que uma palavra aparece nas Escrituras. Eu já vi isso um punhado de vezes por aí. Apesar da repetição de um termo ter certa importância (e um apelo retórico) apenas essa repetição não define a importância do termo dentro do contexto geral.
Por exemplo, em um recente texto um pastor-deputado (temos tido vários deles ultimamente) disse que “há mais de dois mil versículos na Bíblia falando sobre o cuidado com os pobres e aproximadamente seis tratando sobre homossexualidade”. A ideia do pastor-deputado (ainda quero escrever sobre essa “novidade”) é que como a Bíblia tem mais textos sobre o cuidado com o pobre, então esse é um assunto muito mais importante e a igreja deveria se focar nisso, não em coisas menores, como o homossexualismo.
Em um primeiro momento isso até pode fazer sentido. Se eu tenho mais versículos falando sobre um assunto do que outro, então esse assunto deve ser mais importante. Certo?
Errado!
Primeiro, a Bíblia não é um livro de versículos soltos, desconexos que pouco se relacionam dentro de um contexto. Existe uma história da redenção do homem, através da obra de Deus que tem começo, meio e fim. O único livro da Bíblia que você pode ler sem se preocupar demais com o contexto é Provérbios e ainda assim não recomendo. E quando um texto é lido dentro de seu contexto, tanto literário quanto histórico, o que define a importância de um tema não é a quantidade de vezes que ele aparece, mas sim em que contexto ele aparece.
Teve um período que eu tentei aprender SEO (otimização para motores de busca) para aumentar o tráfego no blog. Eu não me dei muito bem com isso, apesar de ter dobrado o número de visitas em menos de um mês, mas eu aprendi que parte do que faz o Google dar uma boa coloção para um site em uma busca é a relevância da palavra buscada dentro da página. Por exemplo, pesquise no Google “testemunhas de Jeová Michael Jackson” e você vai ver o nosso blog na primeira página. Alguns anos atrás, estávamos na primeira posição; hoje estamos em nono, mas está bom. Um truque que algumas pessoas usam para tentar enganar os robôs do Google é escrever várias vezes a palavra chave de forma escondida na página, seja no cabeçalho da página que aparece apenas para os robôs seja ao longo da página na mesma cor do fundo da página, o que não aparece para na tela. Mas aí reside a beleza do robô do Google. Ele reconhece não apenas quantas vezes uma palavra aparece no texto, mas também a relevância da palavra dentro do contexto. Como o robô faz isso? Eu não tenho ideia. Se soubesse, provavelmente estaria rico. Mas ele faz isso muito bem.
Portanto, apenas o número de vezes que uma palavra aparece não define a sua importância.
O que nos leva ao segundo ponto problemático dessa abordagem: ela leva a conclusões esdrúxulas.
Eu sou um analista e como bom analista, preciso de dados. Então, resolvi colocar esse método de teologia numérica (termo meu) à prova. Fiz um levantamento das palavras que mais aparecem na Bíblia e correlacionei esse número com o número de palavras totais na Bíblia. Como eu fiz isso em inglês, os valores podem ficar um pouco diferente do português, mas eu acho que é estatisticamente correto (bonito né?).
Em inglês, na versão King James, a Bíblia possui 774.746 palavras, somados Velho e Novo Testamento.
Qual é a palavra que mais aparece na Bíblia? Ao contrário do que muita gente fica pregando por aí, não é amor, mas a palavra “e”. Faz sentido né? Ela aparece 28.364 vezes, ou seja 3,66%. Será que o tema mais importante da Bíblia é a conjunção “e”? Acho que poucos teólogos numerólogos iriam tão longe. E outras palavras mais interessantes? Vamos lá
  • Pobre       197         0.02543%
  • Amor        281         0.03627%
  • Morte       346         0.04466%
  • Santo        544         0.07022%
  • Céu          551         0.07112%
  • Mau          569         0.07344%
  • Criança   1.727     0.22291%
  • Casa       1.840     0.23750%
  • Israel       2.301     0.29700%
  • Deus       4.293     0.55412%

Veja que a importância do amor na Bíblia é de apenas 0,036%. “Casa” é mais importante que “amor” na Bíblia, segundo a teologia numérica. O "pobre", coitado, só importa em 0,025% dos casos.
"Jesus" aparece apenas 942 vezes, ou 0,12%. E eu achando que Jesus era o foco de toda a Bíblia.
Essa abordagem se demonstra claramente falha. O número de vezes que uma palavra aparece na Bíblia, apesar de ser um indicativo, não define de forma alguma a importância dessa palavra ou temo nas Escrituras.
Apenas através do estudo da Bíblia dentro de seu contexto literário e histórico (ou seja, uma boa hermenêutica) podemos descobrir a importância de cada tópico.
Não se deixe enganar com atalhos teológicos. Eles sempre levam a becos perigosos. E confusos.

segunda-feira, dezembro 17, 2012

Uma festa inesperada (ou um versículo inesperado)



Eu estou brincando com o nome do título porque este não tem nada a ver com o assunto da postagem. Mas a citação bíblica que deu origem ao texto foi realmente inesperada, mas não surpreendente. Enfim, eu acho que só quis usar esse titulo por causa da estreia de O Hobbit. Na minha página do Facebook finalmente colocamos as fotos de nossa viagem para Hobbiton, em Matamata, na Nova Zelândia. Foi muito legal. Mas não estou escrevendo sobre O Hobbit.
Sábado passado a Vivian e eu fomos a uma festa de aniversário. Eu nunca me senti muito a vontade nesses eventos (especialmente quando somos praticamente obrigados a ir), talvez por causa da minha herança de Testemunha de Jeová, talvez porque eu ache que mesmo os aniversários cristãos são tão focados no aniversariante que beira a própria adoração. Já deve fazer pelo menos uns quatro anos que eu não faço nenhuma comemoração especial no meu aniversário. No máximo, usamos como uma boa desculpa para ir ao Outback, para encontrar uma costela divina.
No aniversário de ontem, foi um pastor neopentecostal bastante próximo da família do aniversariante. Eu já o vi várias vezes (na verdade, eu o conheço desde a minha adolescência) e como parte do evento, o pastor tomou a palavra. Ele agradeceu a presença dos amigos, engrandeceu o esforço de todos estarem lá (especialmente ele mesmo, já que no sábado estava chovendo muito) e fez duas citações, uma de algum poeta que ele não se preocupou de esclarecer e outra, supostamente bíblica, de acordo com o pastor, que ele também não se preocupou de dar a referência. Eu não estava prestando muita atenção, mas a Vivian percebeu algo errado. O dito pelo pastor foi o seguinte: “e a outra frase, essa bíblica, diz, ‘quem encontra um amigo, encontra um tesouro’”.
Na hora eu não percebi nada de errado porque o pastor começou a orar e em suas súplicas demandava que Deus estivesse presente na vida do aniversariante. Isso estava na verdade me deixando um pouco mais irritado porque não temos como pedir por algo que já temos. Deus é onipresente (Salmo 139:7-12), ou seja, ela já está em todos os lugares, mas para o Cristão, já somos morada do Espírito Santo (1 Coríntios 3:16), já estamos na presença de Deus por causa de Jesus Cristo (Hebreus 4:14-16). Ou seja, não faz sentido ficar pedindo a presença de Deus. Eu acho que quando um evangélico clama pela presença de Deus, ou ele não entende o que é estar na presença de Deus ou ele está pedindo outra coisa. Talvez uma mistura de ambos. Mas isso é assunto pra outro post.
Assim que a Vivian me chamou a atenção para o “texto bíblico”, começamos uma perseguição para encontrar a referência. Santo 3G do smartphone! Procuramos aqui, procuramos ali, nada de tal referencia. A festa terminou, e na volta pra casa a Vivian continuou procurando pelo texto perdido  (eu estava dirigindo e a lei e o bom senso ditam que não se deve procurar por textos bíblicos ou qualquer outro, ao volante de um carro). E ela encontrou a referência. Para nossa surpresa, o texto realmente está na Bíblia. O texto lê-se assim:
Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro.
O texto pode ser encontrado na sua Bíblia no livro de Eclesiástico, capítulo 6, versículo 14.
Você deve estar se perguntando se eu não errei o nome do livro, pois o correto é Eclesiastes. Não, eu não errei. É no livro de Eclesiástico, que fica logo depois de Sabedoria e antes de Isaías. Pode procurar na sua Bíblia. Eu espero...
Encontrou? Não? Eu encontrei. Mas na minha Bíblia das Edições Paulinas. Você pode encontrar também na Bíblia Ave Maria. Se você estiver usando uma Bíblia comum, logo após Cantares você terá Isaías. Mas a Igreja Católica, no Concílio de Trento, entre 1545 e 1563, promulgou como canônicos vários livros que até aquela data só haviam sido considerados por concílios menores e nunca foram incluídos na lista de livros sagrados do judaísmo. Um dos principais motivos para inclusão desses livros pela Igreja Católica é que alguma das praticas católicas podem ser fundamentadas nessas passagens. Antes, apenas constavam com a autoridade eclesiástica e com o magistério como fonte de autoridade. Engraçado que a Igreja Católica não entende que as Escrituras sejam a única autoridade sobre a revelação de Deus (o Sola Scriptura protestante), mas tem uma lista de “autoridades”, como a tradição, o próprio Papa, mas ainda assim buscou colocar livros dentro da Bíblia para legitimar suas crenças.
Portanto, o querido pastor evangélico citou um texto de um livro deuterocanônico. Será que ele sabia disso? Será que ele sabia que a citação estava no livro de Eclesiástico? Se ele sabia disso, por que ele disse que estava na Bíblia? Será que ele sabe que existe uma diferença no número de livros entre uma Bíblia protestante e uma Bíblia Católica? Será que ele sabe que Eclesiástico é um livro deuterocanônico? Será que ele sabe o que é um livro deuterocanônico? E se sabe, será que ele os considera inspirado?
Todas essas são boas perguntas a serem feitas em nosso próximo encontro com o pastor, o que vai acontecer, já que as festas de aniversário em que ele está presente são muitas ao longo do ano. Seria interessante ouvir suas respostas. Mas eu também conheço a igreja onde ele se tornou pastor e sei que os pastores que são formados lá não apresentam nenhum treinamento teológico ou mesmo bíblico e o que os torna elegíveis para o pastorado são o carisma e a capacidade de liderança. Bíblia e teologia são detalhes. Quando for pregar, pegue um texto qualquer, de preferência motivacional ou moralizante e construa uma mensagem com alguma chamada para ação ao final. É assim que funciona. É assim que as ovelhas são alimentadas. Uma mensagem motivacional após a outra. Manejar bem a Palavra não é um foco daquela igreja (2 Timóteo 2:15). Quando eu vejo esse cenário, me pergunto se vale a pena questioná-lo sobre a citação deuterocanônica. Vai depender do meu humor no nosso próximo encontro.
Quando os ateus nos acusam de não conhecermos a Bíblia, muitas vezes eles estão certos. Não conhecemos. A maioria dos cristãos nunca leu toda a Bíblia. Gente com 5, 10, 20 anos de cristianismo. A maioria conhece um punhado de textos batidos, repetidos à exaustão, desprovidos de seu contexto, o que leva muitas vezes ao uso e ao abuso. Uma boa maioria não sabe nem ao menos se um livro está no Velho ou no Novo Testamento. Tem gente que acha que Maria Madalena foi uma prostituta ou uma mulher adúltera. Todo tipo de mitologia e superstição se adiciona à Bíblia pela falta de conhecimento daqueles que deveriam manejá-la bem.
Se esse já é um sintoma preocupante entre os leigos, imagine o horror quanto se torna sintomático entre pastores.
“Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus” (1 João 5:13).
Pena que o povo não está lendo o que foi escrito. Pena que os pastores não estão lendo o que foi escrito.

domingo, julho 22, 2012

O ambientalismo cristão e o Facebook



O Facebook continua provendo debates e postagens interessantes. Mais uma vez, estive em uma conversa no site de relacionamento que pode ser proveitosa para todos nós. Dessa vez, tive uma participação modesta e coadjuvante, mas os ensinos, especialmente dos meus irmãos que se envolveram mais são muito instrutivos.
O foco do debate é o ambientalismo, especialmente em sua forma mais severa, que acredita que o objetivo do homem na Terra é preservar o meio ambiente. O homem serve ao meio ambiente e não o contrário. E como pode ser visto a baixo, essa visão de mundo tem influenciado até os membros da igreja.
Eu quero reforçar que não possuo nada contra a preservação do meio ambiente, muito pelo contrário. Como produtor rural, eu sei o quanto é importante a preservação e administração cuidadosa daquilo que o Senhor nos deu. Mas uma coisa é administrarmos o meio ambiente, outra coisa é sermos servos dele.
A conversa começou assim: uma amiga (aqui chamada de Amiga Cristã) postou seu pensamento sobre essa questão do meio ambiente. O que se segue são as respostas a esse comentário:
(os novos foram substituídos por questão de privacidade. Apenas o meu e da Vivian fora mantidos).


Amiga Cristã É engraçado como ultimamente as pessoas tem dado tanta importância para o meio ambiente e não dão a mínima para Aquele que tudo fez. É a criatura sendo adorada no lugar do Criador.

Vivian Borges É como o Maurilo sempre me diz: "é a nova religião, salvar o planeta!". Isso é uma pena :(

Ambientalista Cristã Eu me localizo entre os que vc critica, mas como sei que você é uma pessoa boa, acredito sinceramente que vc não está do mesmo lado apenas por ainda não ter entendido que nenhuma religião pode ser sincera se desprezarmos e descuidarmos, por orgulho e vaidade humana (nos considerando melhores ) daquilo e daqueles que Deus, criador de TUDO, fez, e consequentemente, do lugar onde nos permitiu morar. É responsabilidade nossa cuidarmos desse planeta com toda inteligencia, capacidade e ardor que pudermos.

Amigo Cristão 1 Ambientalista, boa noite.
Creio que você não entendeu o manifesto. 
Em nenhum momento a minha esposa falou de religião e sim do culto a natureza e desprezo ao Deus vivo, Arquiteto do Universo e Criador Soberano.


Além disso, nos equiparar aos animais é errado, pois fomos criados imagem e semelhança de Deus (Gn. 1 v. 27) e tudo que há na Terra foi presente dele para nós.
Portanto toda a natureza está sujeita às nossas necessidades e serve para o nosso uso. (Gn. 1 v. 28-30)
No entanto, como cristãos devemos usar esses recursos com sabedoria e gratidão. Afinal, que filho que ama o Pai deixa de cuidar com todo zelo dos presentes que ele lhe da?
Assim é o cristão bíblico, é grato e agradece ao Criador pelo alimento que Ele concede diariamente, seja carne vermelha ou branca, bem passada ou mal passada. ;)


Agora crueldade com animais, descaso e uso inadequado dos recursos naturais é coisa de gente burra e má.


Um abraço.

Ambientalista Cristã E disse Deus: Eis que vos tenho dado TODA A ERVA que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.
E A todo o animal da terra, e A toda a ave dos céus, e A todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.
Gênesis 1:29-30
Ambientalista Cristã Respeito sua opçao, mas não coloque palavras na Bílblia pata justificar o consumo da carne. Verifique traduçoes corretas e não deturpadas, veja que moisés colocou que A todo animal... (texto se perdeu na hora de salvar)
Ambientalista Cristã de qualquer forma, quem respeita, defende e arregaça as mangas pela natureza (ou cultua, palavras suas...) ama sim, e muito, a Deus e ao seu semelhante, pois cada passo conquistado a favor do meio-ambiente reverterá em benefícios a toda humanidade. Fiquem com Deus

Amigo cristão 1 Ambientalista, os versículos que citei foram para provar o domínio e superioridade do homem sobre os animais, pois você havia dito que éramos seres iguais a eles. E essa sua afirmação não é bíblica. Em qualquer tradução séria, isso fica evidente, inclusive na João Ferreira de Almeida que você usou para postar o versículo. 


O exemplo sobre a carne eu dei pois é a reclamação mais frequente de quem acusa o homem de destruir o planeta. 
Mas posso sim usar a Bíblia pra defender meu consumo de carne. Por favor, não diga que estou pondo palavras nas Escrituras, eu apenas as leio e o que está lá não posso mudar. 
Essa foi uma acusação muito séria. Melhor se dedicar um pouco mais à hermenêutica pra não ofender ninguém. ;)


Segue alguns textos bíblicos onde há a ocorrência de consumo de carne até mesmo por Jesus.


(Gn. 9 v. 2-3) - Deus autoriza o homem a comer carne.
(Lc. 24 v. 42-43) - Jesus comeu peixe.
(Mt. 14 v. 17-21) - Jesus multiplica os peixes e alimenta uma multidão.
(At. 10 v. 10-15) - Pedro recebe autorização para comer toda sorte de animais e não considerar imundo o que Deus purificou.


Olha, realmente não ligo pra quem come carne ou alface. Tanto faz, cada um come o que quer, não tem problema. 
É até errado eu impor algum tipo de comportamento alimentar à alguém. (Rm. 14 v. 2-3)


E quanto a essa luta contra a degradação da natureza, relaxa um pouco. =)
Temos sim que cuidar do que Deus nos deu, mas em Gênesis mesmo Ele disse "Enquanto durar a terra, plantio e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite jamais cessarão" (Gn. 8 v. 22)… Então pode crer que até o fim teremos alface e carne pra fazer x-salada. hehehe


Fica com Deus você também.

Amigo Cristão 1 E pra finalizar, tudo que a minha eposa queria dizer é que ela fica indignada com quem atribui à "mãe natureza" tudo que o nosso Deus Majestoso criou. As pessoas simplesmente ignoram a existência de Deus e isso é triste.

Ambientalista Cristã Um grande abraço a vcs.. E Amigo Cristão amado... precisamos de mais prática cristã e menos teoria! E um grande abraço à Amiga Cristã... vc é muito especial, menina! Não fique estragando o seu humor por existirem pessoas que expressam diferente o seu amor a nosso Pai. Simplesmente, AME. Seja luz, seja esse referencial (que eu tenho certeza que vc é, como sempre foi) Assim as pessoas verão Deus em sua vida, e não nessas criticas/desabafos que não levam ninguém a olharem mais a Deus. Abraços, com carinho.

Ambientalista Cristã ah... só pra não deixar passar em branco, não pra polemizar.... rs Quanto a a relaxar na minha dedicaçao à natureza, só por causa de um versiculo dizendo que plantio e colheita não cessará... é conhecer pouco a causa que abraço. Existem "profetas-cientistas", milhares de anos após ter sido feita essa citação, portanto muito mais atualizados, que apontam para a necessidade de cuidarmos melhor, com mais responsabilidade dessa nossa amada Terra. Se não a tivessemos agredido tanto, com certeza hoje o alface que chega às nossas mesas já não estaria tão carregado de venenos... não é mesmo? rsrs :)

Amigo Cristão 2 é Amiga Cristã e Amigo Cristão 1 meus amados, apoio tudo o que disseram, Amigo Cristão 1 sua hermenêutica das escrituras está perfeita! a vida Cristã deve ser mesclada de equilíbrio em tudo, a natureza é criação e deve ser cuidada, mas em primeiro lugar vem o Senhor Deus, infelizmente há pessoas que usam a bíblia para defender modismos... veja mais essa Pastor... a gente morre e não vê tudo...

Amigo Cristão 1 Fique tranquila, você não tirou nosso sono, a minha esposa estava dormindo e eu trabalhando. E também não me ofendeu, veja que deixei até um smile no final da frase. Eu estava só tentando achar um jeito de não ser grosseiro e falar que você precisava estudar mais o texto bíblico. Mas pelas suas outras afirmações vi que você não zela tanto pelas escrituras, pois dizer que não posso fundamentar meu argumento cristão "só por causa de um versículo" e que existem "profetas-cientistas" com verdades mais atualizadas do que as de Deus, mostra despreparo ou descaso. Rogo para que seja a primeira opção. 


E discordo quanto a precisarmos de mais pratica Cristã e menos teoria. 
O crente deve amar a Escritura, viver a Escritura, Sola Scriptura.
A teoria e prática vem do estudo da Bíblia, se você estiver despreparado, vai cair... ou sair por aí falando abobrinha.
Enfim, obrigado pelo carinho pela minha eposa, ela é sim muito especial.

Amigo Cristão 1 Triste isso, Amigo Cristão 2. Eu acho que quem acredita na "Mãe Natureza" também acredita na "Mãe Diná". hehehehe

Maurilo Borges Junior Amigo Cristão 1, infelizmente o ambientalismo, a religião do momento, acaba as vezes se espalhando e alterando a nossa perspectiva de cristianismo. Muito do que os painéis ambientalistas afirmam depende que o evolucionismo seja verdadeiro ou pelo menos que a Terra possua 4,5 bilhões de anos. Além do mais, o foco sempre se altera. Eu me lembro que na Eco 92 só se falava em buraco na camada de ozônio, que ela jamais seria fechado, que todos morreríamos queimados. Hoje já sabemos que o buraco é um fenomeno combinado de gases CFC e a temperatura na Antártica. E também sabemos que deve estar totalmente fechada em 2065. E ninguém mais fala no buraco.
Hoje o foco é na produção rural. O que muita gente ignora é que o grande poluidor do planeta não é o mundo agro, mas sim as cidades. O produtor rural nos dias de hoje sabe que ele depende dos recursos da natureza para produzir e é um grande preservador. Por isso temos 63% do nosso território preservado. A verdade mais incoveniente que existe é essa: o ambientalismo é uma religião que substitiu a adoração ao Deus verdadeiro pela adoração às obras de Suas mãos. E as vezes combate aqueles que estão na verdade preservando o meio ambiente.

Amiga Cristã Ambientalista, lamento por você ter interpretado mal o meu comentário. Eu não me referia aos crentes, e sim às pessoas que “dão a vida”pela natureza e fazem dela um deus, se esquecendo do único Deus.
Mas, já que você expôs o seu pensamento devo discordar e lembrá-la que a causa do crente deve ser a expansão do Reino de Deus (Marcos 16:15). 
Não vou entrar em maiores detalhes pois tudo o que penso, o meu marido já expôs. Um abraço

Ambientalista Cristã Não Amiga Cristã, eu interpretei muito bem seu comentário, acreditava apenas que expondo meu ponto de vista faria vc repensar na forma de julgar aos outros sem conhecimento de causa, e pensar antes de colocar uma critica no facebook a um grupo de pessoas. Já falei isso anteriormente. Mas, tendo em vista o rumo que tomou, eu tomo a liberdade de deletar os comentários e exclui-la dos amigos, apenas porque meu objetivo não é piorar a situação. Fico triste quando vejo pessoas bem intencionadas, com grandes potenciais, errando por pensamento obtuso. Mas acredito no futuro..."amar é dar a cada um o tempo para amadurecer". Vou dar apenas o tempo de vc ler esse comentário... sinto muito por isso.

E assim praticamente termina a conversa. Um ou outro comentário foi adicionado, mas nada realmente relevante foi trazido para a conversa. A Ambientalista Cristã realmente deletou seus comentário e tirou a Amiga Cristã de seus amigos no Facebook.
Mais uma vez, não temos nada contra a preservação do meio ambiente, muito pelo contrário, mas somo contra a adoração da criação ao invés do Criador. Mesmo que os motivos sejam nobres (infelizmente muitas vezes não são, vide Al Gore) nada na criação se compara à glória do Criador.
Não deixe que o politicamente correto seja a lente pela qual você entende o Cristianismo. Cristo é o fundamento da nossa fé. E por Ele e para Ele vivemos.

terça-feira, janeiro 18, 2011

Dicas de hermenêutica: como interpretar a Bíblia


Tradução Pés Descalços


A hermenêutica se refere ao estudo dos princípios metodológicos da interpretação da Bíblia. Aqui estão 10 dicas que você pode usar para interpretar as Escrituras.

A nossa hermenêutica é baseada em 2 Timóteo 3:16 e 17. Esses versos dizem: "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra." Nós entendemos que as Escrituras não poderiam ser proveitosas se ela contivesse erros, portanto a Palavra de Deus deve se inerrante. Usando a hermenêutica corretamente, podemos provar que a Palavra é inerrante em sua totalidade.


10 Dicas de Hermenêutica

quinta-feira, agosto 05, 2010

Como descobrir as promessas de Deus para você


Promessas são as coisas mais prometidas (quase um pleonasmo) nas igrejas evangélicas de hoje. Algumas são para nós. Outras não. Como saber? Como saber quando o pastor está declarando uma promessa de Deus que realmente é minha por direito e uma que não tem nada a ver comigo? Como me proteger contra a enganação que pode estar escondida atrás do púlpito?
Greg Koukl, filósofo e apologista do ministério Stand to Reason compartilhou essa semana um texto em suas cartas de instrução que eu achei muito útil. Ele rapidamente aborda o assunto nos dando ferramentas para saber quando podemos tomar posse de uma promessa e quando não podemos.
Leia o texto com atenção, coloque seus ensinos em prática e você nunca mais vai ser enganado por promessas que não são suas e vai saber exigir as que lhe são por direito.

Por Greg Koukl

Quando eu era um novo convertido na década de 70, parte das tralhas padrões de um cristão do Movimento de Jesus (+) era uma cópia brochura com as páginas marcadas nos cantos do livro The Jesus Person Pocket Promise Book (O livro de promessas de bolso da pessoa de Jesus).
Parecia uma ideia sensacional, no momento, recolher as promessas de Deus e depois requerê-las conforme necessário. Agora, quase 40 anos mais tarde, - embora as promessas de Deus não sejam menos "preciosas e magníficas" (2 Pedro 1:4), - penso duas vezes quando as pessoas as afirmam para si.
Promessas são muitas vezes abusadas, em muitos casos por pessoas que deveriam conhecer melhor. A promessa não amarrada cuidadosamente aos detalhes do texto em que se baseia se torna um exercício vazio de pensamento desejoso relativista.
Conhecimento – uma mente corretamente informada – é a primeira característica de um bom embaixador. Embaixadores precisam obter o conteúdo da mensagem corretamente antes que eles possam passá-la com precisão para outros. Uma vez que tudo o que oferecemos em nome de Deus consiste em promessas de algum tipo, erros aqui realmente importam.
A promessa bíblica é um compromisso vinculativo de Deus para fazer ou não fazer algo específico. Se a promessa é feita para você, você tem o direito de esperar que Deus mantenha sua palavra. No entanto, se você não é o legítimo proprietário dessa promessa, você não pode reivindica-la para você. É inútil apropriar-se de promessas feitas para outro. Isso pode levar à decepção e desânimo.
Mas como você sabe se você é o sortudo beneficiário? Você sabe olhando bem de perto os detalhes da promessa em si mesma e aplicando dois simples princípios.
O significado correto de qualquer passagem bíblica é o significado que o autor tinha em mente quando ele o escreveu. Uma promessa é somente uma promessa quando é utilizada conforme a intenção de seu criador. Nós descobrimos essa intenção prestando atenção aos detalhes, as palavras, as condições, o destinatário, o tempo, o cenário histórico – os detalhes que compõem o contexto da promessa.
O processo pode ser organizado em etapas, perguntando (e respondendo), quatro questões: quem?, o quê?, por quê? e quando? *

Quem? - Identifique a pessoa em particular ou pessoas em particular para quem a promessa é feita. A promessa pode ser para um indivíduo específico, para um grupo, ou para qualquer um. Pergunte: “sou eu essa pessoa? Se a promessa é para um grupo (por exemplo, os judeus, cristãos) pergunte: sou eu parte do grupo?

O quê? - Mire nos detalhes da promessa. Especifique no que realmente a promessa se compromete. Pergunte: que vai acontecer (ou não acontecer) quando a promessa for cumprida?

Por quê? - Por que a promessa será cumprida, isto é, o que deve acontecer primeiro? Observe as condições ou exigências nas quais a promessa depende, muitas vezes assinaladas por uma cláusula se/então. Pergunte: eu preencho os requisitos?

Quando? - Este é o tempo da promessa. A promessa pode ser para um período em particular ("... nessa época no ano que vem...") ou por um tempo indeterminado. Faça a pergunta: Qual é o tempo da promessa, (se existir algum)?

Nós só podemos legitimamente reivindicar uma promessa bíblica se ela for nossa por direito. Se a promessa for para nós, e tivermos preenchido as condições, e a promessa for para o nosso tempo, então podemos contar com Deus para cumprir sua palavra.
Se não, então devemos deixar a promessa para seu legítimo proprietário e aproveitar o texto, através do que podemos aprender a partir das relações de fidelidade de Deus com as pessoas.

Semper Fi, (Semper fidelis, sempre fiel).

* Agradeço ao meu irmão, David Koukl, para este exercício útil.

Nota do tradutor: (+) Jesus Movement, 'Movimento de Jesus' ou ainda Jesus People, foi um movimento cristão estabelecido nos 1960 em oposição ao Movimento Hippie.

sexta-feira, março 05, 2010

Jesus está à porta e bate. Mas em qual porta?


“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”
Apocalipse 3:20

Esse texto é chave em qualquer treinamento de evangelismo.
Desde quando eu comecei a vivenciar de forma intensa a pregação do evangelho que esse versículo sempre me acompanhou. Em todos os evangelismo que fazíamos esse texto era lançado como um convite para o pecador abrir as portas de seu coração para Jesus. Em muitos manuais de evangelismo esse texto é usado como base para a famosa “oração do pecador”. Vários folhetos apresentam esse texto como um convite. Veja esse exemplo de um folheto da Editora Amem:
Em todo coração humano existe essa estranha porta. Jesus nunca entrará à força na vida de alguém; nós temos que abrir a porta.
Caro leitor, o Senhor Jesus agora mesmo está pacientemente à porta do seu coração. Você vai deixar que Ele bata em vão? A maçaneta do seu coração está do lado de dentro.

“Jesus está a porta do seu coração e está batendo”, “deixe Jesus entrar” e o famoso “aceite Jesus em seu coração”. Todas são frases comuns no vocabulário do evangelista moderno.
Durante muitos anos eu sempre tive a mais absoluta certeza sobre o significado desse texto. Tinha total certeza que era uma poderosa passagem evangelística. Não havia sombra de dúvidas de onde Jesus estava: à porta do coração do pecador. O que deveria este fazer em resposta? Convidar Jesus para entrar em seu coração. Tudo isso era muito certo, até o dia em que resolvi ler o texto de Apocalipse. E descobri que a história é bem diferente.
Primeiro, quero explicar uma regra que me é muito útil e eu aprendi com o pessoal do Stand to Reason: nunca leia um versículo bíblico. De uma forma mais explicada, nunca leia apenas UM versículo bíblico. Leia também os que estão próximos, pois 90% das vezes o contexto nos dirá qual a melhor interpretação da mensagem, vai nos dizer qual o significado do texto.
Vamos aplicar essa regra ao texto. Mas antes disso, um pouco de contextualização, um pouco de história.
João está escrevendo para a famosa igreja de Laodicéia, uma igreja rica em uma região comercial central. Essa cidade era tão rica que quando foi praticamente destruída por um terremoto em 60 d.C., os cidadãos de Laodicéia recusaram a ajuda do governo romano e reconstruíram a cidade eles mesmos. Apesar de ser rica, essa igreja é reprovada por João. Era uma igreja permissiva que se orgulhava com a cidade. João não faz nenhum elogio a essa igreja, de forma diferente do que fez com as outras igrejas. Tendo isso em mente, vamos ler os versículos que antecedem o texto em questão:

14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o principio da criação de Deus;
Ou seja, ao pastor (anjo) da igreja em Laodicéia, Jesus, o Amém, está falando.

15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente!
Jesus sabe o que está acontecendo na igreja. Eles não são frios, como a igreja de Colossos, que possuía uma água fria e refrescante (ou seja, boa), nem quentes, como a igreja em Hierápolis, que possuía uma água medicinal quente e que fazia bem a saúde (ou seja, boa).

16 Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca.
A água de Laodicéia era ruim, tinha de ser trazida de Colossos ou de Hierápolis. Era morna. E assim era a igreja. Morna, nauseante, como a água da cidade. E Jesus estava a ponto de vomitá-los de sua boca.

17 Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu;
Jesus está denunciando o orgulho da igreja, que estava na cidade rica, famosa pelo talco frígio, usado no tratamento de doenças dos olhos e na produção de fina lã negra. Essas características são contrastadas chamando a igreja de pobre, cega e nua.

18 aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas.
19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.
Jesus oferece à igreja a oportunidade de se arrepender, pois ele ama a sua igreja e está pronto para corrigi-la.

20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.
E aqui chegamos ao versículo principal.
Levando-se em consideração tudo o que foi visto até esse momento, observando os versículos que levam até essa frase, qual é a interpretação mais plausível? Ou melhor, vamos nos perguntar: onde está Jesus? Na porta de quem ele está batendo?
Jesus está falando com a igreja, que o havia expulsado. Jesus estava fora da sua própria igreja. Ele está batendo à porta da igreja e se ela ouvir a voz do Senhor e abrir a sua porta, ele vai entrar e cear com ela. Não é essa a interpretação mais plausível para esse texto? Não só essa é a mais plausível, como é a única interpretação que leva em consideração o significado real do texto e do contexto.

Mas vamos fazer de conta que o texto que antecede o versículo 20 não é importante. Vamos focar única e exclusivamente no versículo 20. Jesus está a porta batendo. Qual porta é essa? Do coração? Mas a palavra coração não aparece no versículo. Pode ser do rim, do pulmão ou mesmo do cérebro. Ele pode estar batendo à porta da nossa consciência. Ou mesmo do nosso lar? Podemos determinar qual é a porta apenas pela leitura desse versículo? Não. Por isso é importante buscarmos no contexto qual porta Jesus está batendo. E o texto é bem claro que é à porta da igreja de Laodicéia.
Nós só acreditamos que essa porta é a porta do coração porque isso virou parte da linguagem evangélica, da linguagem do evangelismo. É mais um mito evangélico. Mas ele não encontra sustentação bíblica.

E por último (e um dia eu vou abordar isso com calma), como a Bíblia diz que alguém é salvo? Convidando Jesus para entrar em seu coração? Qual versículo bíblico diz isso? (descarte Apocalipse 3:20). Na verdade, a Bíblia diz que “Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam” (Atos 17:30) e somos salvos pela fé em Jesus (Efésios 2:8). Nenhum versículo nos fala sobre “convidar Jesus para entrar em nosso coração”. Você se arrepende, coloca sua fé em Jesus Cristo e Ele irá te convidar para entrar e se com ele em seu trono:

“Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono”
Apocalipse 3:21

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...