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quinta-feira, maio 09, 2013

A genética de uma falácia



Você está em uma conversa sobre aborto (por exemplo) e aí, em reposta a algum argumento seu, a outra pessoa diz: “é, mas você pensa assim porque é religioso”. Isso já aconteceu comigo várias vezes, tanto aqui no blog, quanto no Facebook, quanto na vida real. O intuito da pessoa é invalidar o argumento mostrando a sua origem. No caso, se um pensamento tem origem religiosa, ele é automaticamente falso.
Esse tipo de resposta é um erro de pensamento, conhecido como falácia genética. Na falta de uma resposta melhor, uma manobra retórica leva o interlocutor para essa falácia. Antes de mostrar porque esse pensamento é falacioso, eu quero reforçar que todo tipo de pensamento tem algum origem. Todo mundo tem uma lente pela qual enxerga o mundo. O ateu, por exemplo, interpreta o mundo através da negação da existência de uma divindade e da negação do sobrenatural, em sua maioria. O religioso interpreta o mundo através de suas crenças religiosas, assim como o ateu. Se você acredita que o ser humano é basicamente bom, é assim que você vai guiar suas decisões e escolhas, especialmente em relação à sociedade. Se você acredita que o ser humano é basicamente mau, é assim que você vai guiar suas decisões. Todas as pessoas (TODAS) usam suas crenças para interpretar o mundo e expressar suas opiniões. A origem de uma ideia por si mesma não é suficiente para desqualificá-la, já que todas as ideias possuem uma origem na crença daquele que a expressa. Se não fosse assim, todas as ideias já estariam desqualificadas automaticamente.
Mas o que torna a falácia genética uma falácia de verdade é que a origem de uma ideia pouco ou nada tem a ver com a sua veracidade. Esta precisa ser determinada por seus próprios méritos. Se eu afirmar que “o estado de Minas Gerais é o maior produtor de queijos artesanais do Brasil” e você respondesse, “você fala isso só porque é mineiro”, você estará fazendo um uso clássico da falácia genética. Ou Minas Gerais é o maior produtor brasileiro de queijos artesanais ou não é. Se eu sou mineiro ou paulista ou gaúcho nada tem a ver com a questão. A afirmação tem que ser verificada por seus próprios méritos.
É assim quando alguém diz que suas afirmações não são válidas porque tem origem religiosa. Ele está usando da falácia genética para tentar silenciar a conversa. Agora que você conhece esse truque, não se deixe enganar.

segunda-feira, abril 09, 2012

A falácia do homem de palha



Quando visões diferentes de mundo se encontram em um debate, muita coisa acontece. Na tentativa de mostrar que “o meu lado está certo e o seu está errado” os debatedores se utilizam das mais variadas ferramentas. Algumas são válidas. Outras não. A estas últimas, chamamos de falácias.
Um amigo no Facebook postou a imagem acima e eu achei interessante colocar aqui como blog como um claro exemplo da falácia conhecida como “homem de palha” ou também chamada de “espantalho”. Essa falácia é definida da seguinte forma pela Wikipédia (e se está na Wikipédia, só pode ser verdade...) “a falácia do homem de palha (também falácia do espantalho) é um argumento informal baseado na representação enganosa das posições defendidas por um oponente.” Ou seja, é uma tática muito comum de se apresentar uma versão distorcida (e via de regra mais facilmente ridicularizável) da posição de um oponente. Na maioria das vezes, a distorção é tão grande que em nada se assemelha ao que o oponente acredita. E ataca-se e defende-se uma posição alheia à realidade. A imagem acima é um exemplo clássico de homem de palha em relação ao cristianismo (ou cristandade no caso).
Por quê alguém se utiliza desse subterfúgio? Simples, é mais fácil você atacar uma visão falsa do que a verdadeira. É mais fácil você ir atrás daquilo que você acha que é, não gastando um tempo estudando a crença do outro, do que se empenhar em ser generoso e aprender realmente aquilo que a pessoa acredita. Quando você faz isso, gasta esse tempo de estudo, passa a entender melhor a posição do outro e tende a usar menos o homem de palha. Mas às vezes também é um problema de caráter e contra isso pouco pode ser feito.
Vamos ver quais foram as distorções apresentadas pelo texto acima?
  • Zumbi cósmico: um zumbi seria um ser morto que é reanimado, em estado de putrefação e que volta à vida, mas de forma catatônica. Ele não é inteiramente vivo, nem inteiramente morto. Em nada essa figura se assemelha ao Cristo ressurreto. Crito voltou à vida, em um novo corpo ressuscitado e glorificado, em suas completas faculdades mentais e foi visto por mais de 500 pessoas. Nenhum relato bíblico mostra Cristo saindo da tumba pronto para participar Thriller, de Michael Jackson.
  • Que foi seu próprio pai: aqui é um entendimento errado sobre a doutrina da Trindade. Jesus nunca foi o Pai, que nunca foi o Espírito Santo, que nunca foi o Filho. São três pessoas diferentes, mas uma única divindade. O Pai, o Filho e o Espírito Santo referem-se à personalidade. Deus, refere-se à essência do que são. Apenas uma divindade. Não é fácil, eu sei disso. Temos alguns textos sobre Trindade, é só jogar na busca ao lado. Mas o cristianismo não ensina que o Pai e o Filho são a mesma pessoa. Essa é uma heresia antiga, repudiada no Concílio de Niceia, conhecida como Sabelianismo ou Modalismo.
  • Telepaticamente o aceite como seu mestre: a Bíblia nunca disse nada sobre aceitar Jesus como seu mestre, seja telepaticamente ou não. Eu não entendi bem o que o telepaticamente quer dizer aqui. Telepatia, resumidamente, é a capacidade de ler a mente dos outros e aceitar a Jesus como seu mestre é uma questão de vontade. Eu não preciso ler a mente de outra pessoa para fazer isso. Só preciso consentir voluntariamente à isso. Enfim, mas mesmo isso não é ensinado nas Escrituras. A Bíblia diz que para alguém ser salvo, ela deve se arrepender de seus pecados e colocar sua fé em Jesus Cristo como seu Salvador. O telepaticamente deve ter aqui um apelo retórico.
  • Retirará uma força do mal da sua alma: o texto deve estar se referindo ao novo nascimento do cristão, mas a Bíblia não faz menção à retirar algo maléfico da alma. O que a Bíblia diz é que o cristão se torna uma nova criatura em Cristo. Você morre para o pecado e renasce para Deus. Mas infelizmente a pecaminosidade, que é nossa companheira desde o nosso nascimento, continua em nós. Quem me dera ela fosse totalmente retirada. Ela somente será lançada para longe de nós quando recebermos o corpo glorificado, na ressurreição. O que acontece com o cristão no novo nascimento é a capacitação, pelo Espírito Santo, de lutar contra nossa carne. Não somos mais escravos do pecado, mas ainda somos seduzidos por ele.
  • Mulher nascida de uma costela: a mulher não nasceu de uma costela. A costela não estava grávida e depois de nove meses deu à luz uma mulher. A mulher foi moldada, formada da costela de Adão. Mesmo tomando-se o texto de forma literal, não vejo qual seria o problema com isso. O Criador de todo o universo não teria o poder de forma a partir de um material genético já pronto um novo ser da mesma espécie? O que é mais fácil acreditar? A origem da mulher pela costela de Adão ou a origem da vida a partir daquilo que não possui vida? A abiogênese já foi refutada por Pasteur em 1862.
  • Comer o fruto de uma árvore mágica: a árvore não era mágica. O texto não diz isso, não informa tal coisa. Vamos ler o que Deus disse: “Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gen. 2:16-17. Veja que a palavra mágica não existe no texto. O pecado de Adão e Eva (os dois, diferentemente do que fala a imagem) foi desobedecer a Deus. Ele deu uma ordem bem clara. Comam do que quiser, menos da árvore que está no meio do Jardim. No dia que comeram, eles morreram espiritualmente, porque pecaram contra Deus, desobedecendo-O. Ao menos, eu fiquei feliz que a imagem não falou que foi uma maça...


Pronto. Essas foram as distorções apresentadas no texto. Veja que eu gastei mais tempo mostrando que essa não é a nossa crença. Quando isso é feito, o ataque perde o sentido e mostra como o nosso oponente no mínimo não conhece direito aquilo que ele mesmo ataca. No mínimo.
O homem de palha é um recurso desonesto, que fala mais sobre a idoneidade de seu articulador do que do objeto que ele ataca. Precisamos ficar atentos para o seu uso. Não apenas contra nós, mas em nossos discursos. É muito fácil fazer isso. É o caminho mais rápido e retórico de deixar o oponente de “calças curtas”. Mas não precisamos nos utilizar desse recurso. Se conhecemos a verdade, devemos apresentá-la como ela é, como bons embaixadores de Cristo, lembrando-se do que Pedro nos diz:
“antes santificai em vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós”. 1 Pedro 3:15.

domingo, abril 01, 2012

Facebook, Bíblia, homossexualismo e uma conversa entre amigos


Quem lê o blog regularmente, sabe que de vez em quando eu posto aqui algumas conversas que tive pela internet com os amigos. É importante colocar nossa fé em prática e ver como ela funciona fora do ambiente hermeticamente fechado de nossas igrejas ou mesmo do blog.
Em fevereiro tive um diálogo com um rapaz que me adicionou no Facebook. Nós continuamos uma conversa que se iniciou por causa da imagem abaixo.


O meu amigo estava advocando que a Bíblia endossava a escravidão e condenava a homossexualismo. Esse assunto rende outras postagens, mas resumidamente, eu afirmei que a Bíblia na verdade condenava as duas coisas. A escravidão, ou servidão que a Bíblia regulamentava em nada era parecido com a escravidão que aconteceu nas Américas, que é representada na figura abaixo. E esse tipo de escravidão, condenada pelas regras de servidão bíblica, encontrou o seu fim exatamente pelas mãos de cristãos que lutaram pelo fim desse sistema horrendo. Mas o papo que segue abaixo lida com várias questões, como o homossexualismo, a naturalidade da coisa, a existência de padrões morais realistas, Bíblia, enfim, muitas coisas.
O nome do meu amigo, como de costume, foi substituído por questões de privacidade.

Maurilo Borges Junior
Olá Amigo, obrigado por me adicionar. Percebi que temos vários amigos em comum no Facebook. O mundo é pequeno.
Enfim, gostaria de continuar o papo do seu link por aqui. Acho que fica mais fácil quando somos apenas nós na conversa. Você disse que é cristão e acredita em Deus. Gostaria de saber o que isso significa pra você e como você vê a Bíblia.
Não quero discutir com você, apenas conversar. Se você não estiver disposto, tudo bem, continuamos alegremente com as nossas vidas.
Abraços.

Amigo
Oi Maurilo. Desculpe se soei arrogante ou qualquer outra coisa no post. Admito que estou mesmo criando polemica quase a toa, pois não tenho mais uma opinião 100% formada a respeito. Sou cristão desde que me conheço por gente. Nasci num lar evangélico, e meus pais são bem esclarecidos, nem um pouco fundamentalistas radicais. Freqüentei escola dominical minha vida toda e sempre fui o cara mais caxias que você pode imaginar. Mas de alguns anos pra cá tenho tido vários questionamentos. Não digo nem com relação a fé ou existência de Deus, mas principalmente sobre questões bíblicas, sua veracidade, sua confiabilidade, etc. Existem vários temas na bíblia que por anos me convenci a fazer vista grossa porque aquela é a palavra de Deus, indiscutível. Mas hoje tenho visto de forma muito diferente, impossível de casar com o Deus que conheço. A bíblia pra mim, cada vez mais, tem passado a ser um amontoado de relatos de lunáticos somado com textos forjados com interesses políticos. Tenho tido muitos questionamentos e a homossexualidade que é um tema em voga hoje é um dos que mais me intriga. Sou heterossexual, casado, e não tenho nem nunca tive problemas com minha sexualidade, mas conheço e sou amigo de muitos gays e simplesmente não consigo enxergar como pode o Deus que eu conheço ser condizente com o que a bíblia diz sobre homossexualidade e principalmente a homofobia que impera no meio cristão

sábado, março 31, 2012

Um silogismo simples sobre o aborto



P1 - Tirar a vida de um ser humano inocente é errado.
P2 - O aborto tira a vida de um ser humano inocente.
Conclusão - Portanto, o aborto é errado.

Esse silogismo é correto. A conclusão se segue às premissas. Se as premissas forem verdadeiras, a conclusão também é. A primeira premissa é pouco discutida. Eu não conheço ninguém que ache que é certo tirar a vida de um ser humano inocente. A discussão é sempre sobre a segunda premissa. Mas a própria ciência nos mostra que o feto é um ser humano desde a sua concepção. Qualquer tentativa de desqualificar o feto como parte da raça humana também serve para desqualificar outros membros da raça humana que estão fora do útero. Assim sendo, a conclusão é correta.
Lembrem-se que é a partir desse ponto que argumentamos contra o aborto. Não é uma questão de direitos reprodutivos, não é uma questão de liberdade das mulheres, não é uma questão social ou econômica. A questão toda é a seguinte: o aborto tira a vida de seres humanos inocentes. E isso é errado, seja fora do útero, seja dentro do útero.

segunda-feira, março 07, 2011

Ensinando lógica para seus filhos



É prazeroso saber que alguns pais estão tomando um papel mais proativo na educação de seus filhos, estando eles ensinando em casa (homeschooling) ou não. Já me foi perguntado se eu posso recomendar algumas ferramentas que poderiam ser usada para ensinar para as crianças os elementos da lógica e do pensamento crítico.
- Minha primeira sugestão é que a melhor maneira de ensinar crianças como pensar criticamente é ser um modelo visível de pensamento crítico. As crianças tem uma aptidão muito maior para o pesamento crítico do que os adultos pensam. Elas costumam ser boas em raciocínio inferencial. Seu poder está limitado em parte por seu limitado acervo de informações a partir da qual podem fazer inferências.
- Ser um modelo em excelência no pensamento crítico pressupõe habilidades no pensamento crítico. Portanto os pais precisam ser estudantes eles mesmos de lógica e pensamento crítico. Infelizmente, muitos não tiveram a oportunidade de uma educação formal nessas habilidades. Mas existem livros acessíveis para se considerar. Um exemplo é Use a Lógica.
- Se os seus filhos o vêem fazendo esforços para apurar suas habilidades de raciocínio, isso já será por si mesmo um bom exemplo. Você pode contar para ele o que você está aprendendo.
- Aprenda o nome de movimento de inferência básicos (por exemplo modus ponens, modus tollens) e use estas rótulos com suas crianças quando elas mostrarem suas próprias habilidades aos fazer esses movimentos. Isso irá reforçar sua percepção da significância de seus poderes mentais e afirmá-las no uso desses poderes.
- Encoraje seus filhos a pensar sobre as implicações de algo que eles disseram ou ouviram. Você precisa estar alerta para oportunidades para isso. Mas após estar nisso por algum tempo, você vai entrar em um ritmo natural. Eventualmente vai se tornar parte da sua rotina de interação com seus filhos. Como fazer isso? Eu vou guardar essa informação para outro post em outro momento.
- Ajude seus filhos a ler livros em seu nível escolar (ou acima!) que exemplificam e encorajam o pensamento crítico. Livros de mistério e suspense, cuidadosamente selecionados por sua sofisticação e interesse, podem ser úteis. Eu lia os Hardy Boys quando criança. Eu também gostava de Sugar Creek Gang.
- Se você está ensinando em casa (ou não), você pode incluir no curriculum algum material que ensina pensamento crítico. O livro (em inglês) The Fallacy Detective é um bom recurso para isso.

domingo, março 06, 2011

O que é Modus Tollens?



Modus tollens é uma forma válida de argumento. Porque a forma é dedutiva e tem duas premissas e uma conclusão, modus tollens é um exemplo de silogismo (Um silogismo é qualquer argumento dedutivo com duas premissas e uma conclusão).
A frase em latim modus tollens traduzido literalmente, quer dizer modo de negação.
Mostrado de modo esquemático, essa forma de argumento se parece com o seguinte:

Premissa 1: Se A então B.
Premissa 2: Não-B.
Conclusão: Portanto, não-A.

Argumentos dessa forma são produzidos pela substituição das frases em português por A e por B. Por exemplo, suponha que A = “Casey é um cachorro” e B = Casey tem quatro pernas”. Podemos substituí-los da seguinte forma, para um argumento válido:

Premissa 1: Se Casey é um cachorro, então Casey tem quatro pernas.
Premissa 2: Casey não tem quatro pernas.
Conclusão: Portanto, Casey não é um cachorro.

Qualquer argumento dessa forma é válido. Mas nem todo argumento dessa forma é sólido. Para que um argumento ser sólido, ele deve atender a dois requisitos. Primeiro, precisa ser válido; segundo, deve possuir premissas verdadeiras. O argumento acima sobre Casey é válido, mas não é sólido. Por que? Porque a primeira premissa é falsa. Ela implica que todos os cachorros possuem quatro pernas. Mas essa generalização, infelizmente, não é verdadeira (no final as contas, Casey tem sim quatro pernas; portanto, a premissa 2 também é falsa).
Porque os argumentos modus tollens são sempre válidos, podemos extrapolar dessa forma de argumento uma regra de inferência como se segue:
“Sempre infira não-A da conjunção de duas premissas, se uma das premissas é uma declaração condicional da forma 'se A, então B', e a outra premissa nega B” (a ordem das premissas não importa).
Ressalva:
Tenha cuidado para não confundir modus ponens com modus tolendo ponens. Modus tolendo ponens é um argumento na seguinte forma:

Premissa 1: Seja A ou B.
Premissa 2: Não-A.
Portanto, B.

O Que é Modus Ponens?


Modus ponens é uma forma válida de argumento. Porque essa forma é dedutiva e tem duas premissas e uma conclusão, modus pones é um exemplo de silogismo (Um silogismo é qualquer argumento dedutivo com duas premissas e uma conclusão).
A frase em latim modus ponens, traduzida literalmente quer dizer modo de afirmação.
Mostrado de modo esquemático, essa forma de argumento se parece com o seguinte:

Premissa 1: Se A então B.
Premissa 2: A.
Conclusão: Portanto, B.

Argumentos dessa forma são produzidos pela substituição das frases em português por A e por B. Por exemplo, suponha que A = ‘Casey é um cachorro’ e B = ‘Casey tem quatro pernas.’ Podemos substituí-los da seguinte forma, para um argumento válido:

Premissa 1: Se Casey é um cachorro, então Casey tem quatro pernas.
Premissa 2: Casey é um cachorro.
Conclusão: Portanto, Casey tem quatro pernas.

Qualquer argumento dessa forma é válido. Mas nem todo argumento dessa forma é sólido. Para que um argumento ser sólido, ele deve atender a dois requisitos. Primeiro, precisa ser válido; segundo, deve possuir premissas verdadeiras. O argumento acima sobre Casey é válido, mas não é sólido. Por que? Porque a primeira premissa é falsa. Ela implica que todos os cachorros possuem quatro pernas. Mas essa generalização, infelizmente, não é verdadeira.
Porque os argumentos modus ponens são sempre válidos, podemos extrapolar dessa forma de argumento uma regra de inferência como se segue:
“Sempre infira B da conjunção de duas premissas, se uma das premissas é uma declaração condicional da forma 'Se A, então B', e a outra premissa afirma A” (a ordem das premissas não importa).
Ressalva:
Tenha cuidado para não confundir modus ponens com modus tolendo ponens. Modus tolendo ponens é um argumento da seguinte forma:

Premissa 1: Seja A ou B.
Premissa 2: Não-A.
Portanto, B.

domingo, fevereiro 06, 2011

Como saber que coisas imateriais existem?


Você pode provar religião, ética, ou objetos morais? Aprenda a evitar uma visão materialística do universo.


Se você é cristão e diz, “sim, eu acredito que existe um céu e um Deus, e que existem almas e espíritos e certo e errado, mas eu não sei como. Eu só tenho fé e espero estar certo”. Ou se você ouve outros dizendo coisas do tipo “você não pode provar religião, objetos morais, etc”, esse tipo de afirmação presume uma visão materialística do universo.

Eu tive uma conversa com um casal cristão que estava sendo desafiado nesse tipo de coisas por seus parentes não cristãos que estavam dizendo “nós sabemos as coisas pela ciência, mas em relação a todas as outras coisas, é tudo fantasia”.

Para ajudar a responder tais objeções, eu os acompanhei por um exercício reflexivo que eu colhi pela influência de J.P. Moreland. Eu tinha uma caneta, eu a coloquei sobre a mesa e perguntei pra eles “tem uma caneta sobre a mesa?”

sábado, outubro 30, 2010

Erros de pensamento que devemos evitar: 12 Falácias comuns


Entre nossas leituras diárias, passamos pelo site do Reasons to Believe e vimos algumas coisas interessantes.
Entre elas, uma lista de 12 falácias que devemos evitar em nossos argumentos. É algo importante não somente para saber quando alguém está usando um argumento falacioso, falho, mas principalmente, para evitarmos usar de tais argumentos. O que me chamou atenção nessa lista é que ela aponta as falácias mais comuns. Além disso, temos ouvido o podcast do Reasons to Believe, Straight Thinking (algo como Pensamento Correto), com o filósofo Kenneth Samples.
Veja abaixo a lista das 12 falácias que devemos evitar:

Argumentum ad baculum: Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.
Ex: "Acredite no que eu digo; não se esqueça de quem é que paga o seu salário"

Argmentum ad misericordium: “Apelo à Piedade” Pede-se a aprovação do auditório na base do estado lastimoso do autor.
Ex: “Eu não assassinei meus pais com um machado! Por favor, não me acuse; você não vê que já estou sofrendo o bastante por ter me tornado um órfão?”

Falácia genética. Erro de pensamento em que mostrar como algo que se desenvolveu é mostrar o que é. Tenta-se diminuir a posição de alguém mostrando sua origem.
Ex: as Testemunhas de Jeová se recusam a festejar aniversários natalícios ou outras festividades por terem origem pagã, sem terem em conta a evolução destas práticas, incorrem na falácia genética.
Um outro exemplo, quando alguém diz “você é cristão somente porque você nasceu em um pais cristão”, tentando diminuir a validade do cristianismo por causa disso. Existem cristão que nasceram em países islâmicos, por exemplo, e vieram a fé cristã mais tarde em suas vidas.

Otimismo exagerado: significa tomar os desejos por realidades e tomar decisões, ou seguir raciocínios, baseados nesses desejos em vez de em fatos ou na racionalidade.
Ex: Paul Wolfowitz predisse que "uma explosão de alegria irá saudar os nossos soldados" nas vésperas da Guerra do Iraque de 2003.

Post hoc ergo propter hoc, “Depois disso, por causa disso”: Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e efeito. Também conhecida como "Correlação não implica causa". (Correlation does not imply causation).
Ex: "O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares."

Argumentum ad ignorantiam, “Apelo à Ignorância”: Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso. Argumento muito comum entre os ateus, que dizem que já que o ateísmo não pode ser provado como falso (não se pode provar uma negativa) o ateísmo é verdadeiro.
Ex: “Como não provaram que fantasmas não existem, então eles devem existir.”

Derrapagem, também conhecida como “Falácia do dominó”: assume-se uma pequena movimentação como um gatilho para que tudo siga para aquele sentido.
Ex: “Sou contra a eutanásia, porque daqui a pouco estaremos aprovando assassinatos e até genocídio generalizado.”

Generalização Precipitada, essa falácia aparece em todos os lugares: É o julgamento precipitado sobre uma amostra que é pequena demais em relação à população ou dado que ela quer apoiar, que acaba tendo uma generalização tendenciosa.
Ex: Fred, o australiano, roubou a minha carteira. Portanto, os Australianos são ladrões.

Argumentum ad hominem, “Ataque ao argumentador”: em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.
Abusivo: em vez de atacar uma afirmação, o argumento ataca pessoa que a proferiu.
Circunstancial: em vez de atacar uma afirmação, o autor aponta para as circunstâncias em que a pessoa que a fez e as suas circunstâncias.
Tu quoque (“Você Também”), Falácia do "mas você também": ocorre quando uma ação se torna aceitável pois outra pessoa também a cometeu. Uma forma de ad hominem.

Falácia do homem de palha: É mais fácil atacar um homem de palha do que um homem de verdade. Consiste em criar idéias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.
Ex: Quem acredita na Bíblia acredita que Jonas foi engolido por uma baleia.

Omissão de dados: O autor escolhe quais dados compartilhar e quais dados ignorar. Dados importantes, que arruinariam um argumento indutivo, são excluídos.
Ex: Muito provavelmente o Corinthians vai ganhar este jogo porque ganhou nove dos últimos dez jogos (esquecendo de informar que oito desses jogos foram contra times da segunda divisão e seu adversário atual é da primeira divisão).

Humor dispersivo e ridicularização: Todo mundo gosta de uma boa piada, mas em um debate por vezes o humor pode ser mal usado para evitar o assunto de verdade ou para ridicularizar o oponente de forma desleal.

O Cristianismo é Verdadeiro? - Ateísmo: uma hipótese falsificada


Ateísmo: Uma Hipótese falsificada por Brian Colón

(Áudio em MP3 aqui em breve)

Vários ateus gostam de reclamar que o teísmo, ao contrário do ateísmo não é falsificável. Se isso for verdade, então isso significa que o ateísmo pode ser provado falso. Teísmo não pode. Muitos ateus consideram que este é um ponto forte para o ateísmo e um ponto fraco para o teísmo. O problema é que, uma vez que o ateísmo PODE ser provado falso, SE FOR provado falso, então Teísmo (sua negação) seria, necessariamente, provado verdadeiro. Quando existem apenas duas respostas possíveis para uma proposição, e uma deles for provada falsa, então a outra é necessariamente verdadeira. Considere a pergunta "Deus existe?" Há apenas duas respostas possíveis: "sim" e "não". Se a resposta "não" foi provada falsa, então a única resposta alternativa restante é "sim".

O caminho que eu escolhi para mostrar que o ateísmo é falso é mostrando as próprias contradições dentro da cosmovisão ateísta. Logicamente falando, se uma proposição contém conseqüências necessárias que são elas próprias auto-contraditórias, então a proposição não pode ser verdade. Por exemplo, não existem cadáveres vivos, não há trabalhadores desempregados, e não há água desidratada.

De acordo com alguns ateus famosos, aqui estão algumas conseqüências necessárias do ateísmo: “Deus não existe, não existe nada além do mundo físico” (Dan Barker - Protest sign at the Washington State Capital / Sinal de protesto na capital do Estado de Washington). “Os seres humanos não são nada, mas máquinas que geram DNA” (Richard Dawkins – Deus, uma ilusão). “A moralidade está baseada no consenso entre seres humanos” (Gordon Stein - “The Great Debate: Does God Exist?” / "O grande debate: Será que Deus existe?"). Se isso for verdade, seria impossível explicar coisas como absolutos morais, as leis da lógica, ou a dignidade humana; três coisas que todos nós entendemos que são indiscutíveis.

Absolutos Morais
Todo ateu que eu já conheci acredita que assassinato e estupro é mau. Mas qual é o mau? Eu pensei que tudo o que existe é a matéria. Existe alguma coisa má sobre a matéria? Por acaso a faca se importa que alguém a use para matar alguém? Claro que não. Talvez o mal seja apenas algo que nós experimentamos que diminuí a nossa felicidade. Isso não quer dizer que, já que o estuprador aumenta a sua felicidade por estuprar pessoas, então estuprar pessoas seria considerado bom para ele? Quem vai dizer que os juízos morais do estuprador são falhos e os nossos não são?

Uma vez uma mulher atéia me disse que ela soube que seu colega estava traindo sua esposa com outra mulher do escritório. Ela me disse que estava indignada com quão imoral ele era e como ela perdeu todo o respeito por ele. Eu perguntei "O que estava tão errado com o que ele fez?" Por que o fato de que ele era casado torna o ato de sexo com outra mulher imoral? Ela simplesmente disse: "É simplesmente errado!" Eu concordo, mas eu gostaria de saber por que ele no final das contas está errado dado a cosmovisão do ateísmo.

Leis da Lógica
Considere a lei de "meio excluído" que diz que uma proposição é verdadeira ou falsa, não existe uma terceira opção. Qual é o fundamento ontológico dessa lei? Essa lei é apenas resultado das funções químicas no nosso cérebro? Se sim, então como é que é universal? A lei é material? Claro que não! As leis da lógica são entidades imateriais abstratas, coisa que não pode existir se a única coisa que existe é a matéria.

Dan Barker, em um debate com o Dr. James White, tentou refutar esse argumento, dizendo que "a lógica não é uma coisa." Bem, se por coisa ele quer dizer um objeto físico, então eu concordo com ele. O problema é que ele já disse que o físico é tudo o que existe. Assim, de acordo com Dan Barker, não há lógica.

Dignidade Humana
Por que as pessoas vestem um jaleco e argumentam que as pessoas são simplesmente animais evoluídos, e depois dizem que não devemos tratar as pessoas como animais? Se tudo o que existe é a matéria, então isso significaria que nós não somos nada a não ser matéria também. Se isso for verdade, então porque acreditamos que os seres humanos são dignos de respeito? Em um debate com Paul Manata, Dan Barker afirma que os seres humanos não são mais importantes do que de brócolis. Acho muito interessante que o pedaço de brócolis conhecido como Dan Barker acha que outros pedaços de brócolis são dignos de amor e respeito, como se fossem algo mais do que de brócolis. Cada dia todos nós tratamos uns aos outros com respeito e dignidade, e todos nós sabemos que aqueles que desrespeitam as pessoas não deveriam fazer isso. Isso é verdadeiro para teísta e para o ateu. Os seres humanos são realmente dignos de respeito. Isso é inexplicável na cosmovisão ateísta.

Conclusão
O ateu é capaz de reconhecer os absolutos morais, leis da lógica e da dignidade dos seres humanos, três coisas que não podem existir, dada a visão de mundo do ateu. Então a pergunta é, porque o ateu está contradizendo sua cosmovisão? A resposta é óbvia, porque, como vimos, a proposição "Deus não existe" acarreta conseqüências impossíveis.

Há, no entanto, uma outra visão de mundo que é capaz de explicar as coisas que o ateu não pode explicar, ou seja, o teísmo cristão. No teísmo cristão, absolutos morais fazem sentido porque Deus é apresentado como o padrão moral absoluto. Entidades imateriais, atemporais, transcendentes, tais como as leis da lógica fazem sentido porque elas podem ser fundamentadas em um Deus imaterial, atemporal, transcendente. A dignidade humana faz sentido, porque os seres humanos são criados à imagem do único ser digno de honra e louvor: Deus.

O ateísmo é insuficiente e incapaz de explicar a nossa experiência do mundo que nos rodeia. O ateísmo, portanto, não pode ser verdade. É por isso que eu concluo que a melhor prova da existência de Deus é a impossibilidade do contrário.

sexta-feira, outubro 22, 2010

O Cristianismo é Verdadeiro? - O Cristianismo explica Lógica


O cristianismo explica Lógica por Glenn Hendrickson

(Áudio em MP3 aqui em breve)

Tem havido muitas tentativas para provar a existência de Deus, a validade do Cristianismo, a ressurreição ou a divindade de Cristo, etc. Todos estes recaem sob a denominação geral de Apologética Cristã. Vários métodos e os dados foram empregados neste empreendimento, todos com o objetivo de justificar em parte, ou o toda da visão de mundo cristã. Espero demonstrar em meu breve ensaio que a cosmovisão cristã é justificado sobre e contra uma cosmovisão ateísta com base no uso cotidiano da lógica pela humanidade.

O argumento pode ser apresentado da seguinte forma:

1. O que todos nós experimentamos está baseado nas leis da lógica.
2. A cosmovisão cristã sozinha adequadamente explica e esclarece as leis da lógica.
3. Portanto, tudo o que experimentamos não pode ser explicado ou contabilizado fora da cosmovisão cristã.

Ponto 1 é pouco controverso. Consciente ou inconscientemente, todos os seres humanos usam a lógica. Nós evitamos contradições, mentiras, fazer escolhas mal informadas, etc, porque (entre outras coisas), essas coisas não são lógicas. As pessoas lutam por coerência de pensamento e de vida, procurando por padrões, tomada de decisões com base no passado, mudando comportamentos que renderam resultados indesejáveis. Quando as pessoas fazem um orçamento com dinheiro para evitar gastos excessivos elas usam lógica. Quando planejam aulas, reuniões, festas, etc. elas usam lógica. Embora grande parte da lógica que estou descrevendo não é imediatamente reconhecida como lógica, é uma experiência inegável compartilhada por todos.

O ponto 2 é uma afirmação ousada que talvez necessite de mais justificação. Claro, seres humanos de todos os tipos usam a lógica de algum tipo para seguir pelo dia. Mas como isso é possível? Se os seres humanos em todos os lugares podem reconhecer padrões, contagem, comunicação (mesmo em níveis de base), adquirir conhecimentos, e assim por diante, então como se explica isso? Talvez se a lógica só fosse perceptível nas sociedades com as melhores escolas e sistemas de educação, poderíamos dizer que é aprendida. Mas esse claramente não é o caso. Grupos primitivos povos têm sido observados contando e recontando histórias, realizando cerimônias religiosas, crenças e conhecimentos que passam de geração em geração. Seu modo de vida é notavelmente diferente do que muitas das pessoas que acessam este artigo online, mas, no entanto, eles apresentam a lógica em seu cotidiano.

A alegação de que a cosmovisão cristã sozinha adequadamente explica e esclarece as leis da lógica é uma declaração que deve ser descompactada. A cosmovisão cristã é a perspectiva e interpretação da vida, de Deus, do homem, do mundo, etc, que é apresentada nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento, a Bíblia. Esta visão está em oposição a todas as outras cosmovisões concorrentes, sejam eles religiosas ou seculares em sua na natureza. A Bíblia pinta um retrato do homem sendo criado à imagem (ou semelhança) de Deus (Gênesis 1:26-27; Tiago 3:9). O Deus trino, assim, nos criou com a capacidade de raciocinar logicamente, refletindo a forma como Ele pensa e raciocina. O comportamento lógico da humanidade é reflexo da lógica inerente à pessoa de Deus.

Uma visão evolutiva, por exemplo, pode apresentar a idéia de que a humanidade tem evoluído de formas de vida inferiores em um processo puramente naturalista. Se supusermos, pelo bem do argumento, de que este é o caso, eu apresentaria a questão de como a lógica pode ser encontrada em todas as pessoas? Nós vemos o mesmo processo básico em ação em civilizações e culturas completamente diferentes e separadas uma das outras que é difícil aceitar a afirmação de que o processo da evolução poderia gerar a lógica, o raciocínio das pessoas em todos os sentidos.

Ao contrário do ponto de vista ateu, que é forçado a assumir algum tipo de processo evolutivo para explicar a existência de seres inteligentes e racionais, a cosmovisão cristã explica convincentemente que toda a humanidade faz uso da lógica, pois Deus nos criou para isso. A presença da lógica cotidiana é facilmente explicada pela cosmovisão cristã, se encaixa perfeitamente com a explicação da natureza de Deus (como um ser lógico) e do homem (isto é, de todos os homens e mulheres como criaturas feitas à imagem de Deus).

Dos pontos 1 e 2 segue no ponto 3 que o que todos nós experimentamos não pode ser explicado ou respondido para além da cosmovisão cristã, como só ela pode explicar adequadamente a universalidade das leis da lógica. O ateu está em desvantagem, sem uma explicação satisfatória para a existência da lógica no homem. A visão bíblica faz todo o sentido para o raciocínio lógico, e assim por diante - mas o ateu não tem nenhuma boa explicação para o fenômeno da lógica ou para seu uso da lógica (se admitirmos pressupostos ateus). É quase cômico que, para que um ateu apresente um argumento contra a existência de Deus, eles devem primeiro chegar à visão cristã do mundo para emprestar suas ferramentas - lógica, raciocínio, ética, moralidade, etc

Este argumento para o Cristianismo é melhor entendido, não como um raciocínio partindo de baixo para cima (ou seja, movendo-se autonomamente a partir de premissas neutras para uma conclusão definitiva ou provável), mas como um reconhecimento de que o cristianismo deve ser assumido como verdadeiro no nível de pressuposto para se usar a lógica como um tudo. O mesmo poderia ser dito para a ética, beleza, conhecimento, raciocínio, o conceito de verdade absoluta, juízo de valores, a indignação moral na presença do mal, reconhecimento do mal, do amor, honra, etc. Nas premissas ateístas, o homem é o mais alto tribunal de apelo. Isso e muitas outras coisas se tornam relativas e sem sentido, sem o Deus da Bíblia no quadro. Em suma, o fato de que existe um quadro para começar prova a cosmovisão bíblica.

sábado, setembro 11, 2010

Resposta ao desafio: quem criou Deus?


Semana passada postamos um desafio para nós cristãos. A famosa pergunta feita por ateus para nós cristãos: se Deus criou todas as coisas, quem criou Deus?
Apresentamos um pequeno resumo do argumento cosmológico de Kalam para a existência de Deus como uma base para essa resposta.
É importante notar que a primeira premissa do argumento diz que “Tudo aquilo que veio à existência tem uma causa”. Ele não diz que tudo o que existe tem uma causa, mas tudo o que veio à existência tem uma causa. Essa é uma pista importante para a resposta.

Leia abaixo a resposta dada por Amy Hall de Stand to Reason postado em STRplace.
Esse desafio foi lançado nesse site primeiramente e respondida por ela e Brent Kukl, do mesmo ministério. Eles sempre lançam desafios em seu site e pretendemos fazer isso aqui em nosso blog também. Assim não somente apresentamos as resposta, mas ajudamos todo mundo a pensar junto.
Gostei muito dessa resposta por causa da sua concisão. Compare com a sua resposta, tendo você postado nos comentários ou não.

RESPOSTA:

Foi-me perguntado uma vez por um ateu: "Por que o argumento para uma primeira causa do universo conveniente termina em Deus? De onde veio Deus?"

Quando pensamos sobre esta questão, é importante notar que uma regressão infinita de causas é logicamente impossível. Ou seja, não poderia existir um número infinito de eventos que acontecem um após o outro no passado de nosso universo, porque nós nunca teríamos alcançado os eventos que estão acontecendo agora. Houve um começo.

Se o tempo e o espaço vieram à existência (como a física, a filosofia, a teologia indicam), isto significa que, por necessidade, houve uma primeira causa e início da existência da cadeia subseqüente de eventos neste universo. Uma vez que nada causou essa primeira causa (por definição), podemos saber duas coisas sobre ela:

1 - A primeira causa tinha de que começado este universo através de uma decisão de vontade. Sabemos disso porque o primeiro evento não foi um resultado natural de um evento anterior (uma vez que não houve eventos anteriores), e apenas um ser pessoal pode dar início a algo que não é um resultado automático de uma cadeia de causas anteriores impessoais.

Para ilustrar porque um ser pessoal com uma vontade é necessário para iniciar uma cadeia de eventos, imagine que você está olhando para uma fileira de dominós em uma sala onde nada mais existe. Uma vez que o primeiro dominó cai, a queda de cada dominó pode ser explicada pelo dominó anterior que o atingiu.

Mas se nada além de você existe nesse quarto, como o primeiro dominó cairá? Não existe nenhuma força natural que o fará cair – nenhum terremoto, nenhum objeto em queda, sem vento para bater em algum outro objeto que em seguida fará o primeiro dominó cair. Nada. Você poderia ficar olhando para ele por toda a eternidade, e nada iria acontecer.

A única maneira para que os dominós comecem a cair é se você decidir por si mesmo, expressando a sua vontade própria e não sendo fisicamente obrigado de qualquer forma por nenhum evento anterior, a começar a cadeia de eventos por derrubar o primeiro dominó. A única maneira de um estado imutável mudar é se um agente com uma vontade escolher por entrar e começar o processo.

2 - O ser que atuou como a primeira causa de tudo na existência deve ser auto-existente, sendo que não veio à existência (ou então outra coisa seria a primeira causa). Esse ser é Deus. Por definição, como a primeira causa, ele não tem uma causa.
Se você perguntar: "Quem criou Deus?" Você esta apenas realmente perguntando: "Quem é o verdadeiro Deus – a causa verdadeiramente primeira, auto-existente, pessoal?", Porque o único e verdadeiro Deus - o iniciador de tudo, não tem e não poderia ter, uma causa.


* Eu faço esta afirmação com base na evidência real que nós temos atualmente disponível. Existem alguns cientistas que especulam sobre como o universo pode ter sempre existido, ou como poderia ter surgido do nada. Com base nos elementos de provas positivas, no entanto, estas especulações não estão nem perto da melhor explicação. Pelo contrário, elas são fundamentadas principalmente pelo pressuposto de que uma explicação naturalista deve ser verdadeira. O que se segue para muitos cientistas é a crença que qualquer explicação natural, não importa o quão improvável e / ou contra as atuais observações científicas (por exemplo, a geração espontânea, isto é, as coisas que aparecem de repente do nada), é preferível a uma explicação de natureza externa.

sábado, junho 26, 2010

Dr. Craig ensina ateu a usar o pensamento Lógico-Racional

O Dr. William Lane Craig, filósofo cristão, e o Dr. Lewis Wolpert, biologista ateu, realizaram um debate sobre a existência de Deus.
O Dr. Craig apresentou o argumento cosmológico para a existência de Deus, o qual conclui que Deus é a causa para este universo existir. O Dr. Wolpert tentou refutar o argumento afirmando que a causa para o universo existir pode ser um computador. Assistam ao vídeo para ver o que aconteceu.


domingo, junho 06, 2010

Como as pessoas chegam às suas crenças


"Quase que invariavelmente, as pessoas chegam até suas crenças não com base em provas, mas com base naquilo que elas acham atrativo".
Blaise Pascal

sexta-feira, abril 23, 2010

Aborto: aceitável em caso de estupro?


Eu não sei quantas pessoas são a favor e quantas pessoas são contra o aborto no Brasil. Procurei algumas pesquisas por cima na internet mas não encontrei nada. Talvez não tenha procurado direito.
Algumas pessoas são contra o aborto. Mas não totalmente. Já ouvi várias vezes de pessoas que se posicionam contra o aborto que este é aceitável em caso de estupro. Mesmo entre cristãos.
Eu sempre me perguntei o que leva alguém a manter essas duas posições. Talvez, a primeira delas, contrária ao aborto, não possua uma boa base de sustentação e varia conforme a circunstância.
Eu sou contra o aborto, mesmo em caso de estupro. Vou apresentar minha defesa, que eu acredito que é cientificamente e, mais importante, biblicamente correta. E não vou precisar citar nenhum versículo bíblico para isso. Vou fazer isso em outro post.
Primeiro, devo dizer que sou bastante solidário a uma situação como essa e sei que não é algo fácil. É uma experiência traumática e devastadora. Mesmo assim, eu não acredito que a melhor saída para uma mulher que engravida após um estupro seja o aborto.
Devemos definir aquilo que está dentro do útero. O que encontramos dentro do útero de uma mulher grávida? Um ser humano. Mesmo com pouquíssimas células, ainda assim um ser distinto, com DNA diferente da mulher que o está gerando.
Algumas objeções a isso:
Ele depende da mulher para sobreviver. Isso não o desqualifica como ser humano. Muitos outros seres humanos depende de outras pessoas para sobreviver. Veja pacientes de UTI. Precisam de cuidados intensivos. Pacientes diabéticos são dependentes de insulina, mas ainda assim são seres humanos.
Ele está dentro do útero. Localização não altera a condição humana de alguém. Eu sou um ser humano, seja aqui em casa, seja no espaço, seja coberto com músculo ou líquido aminótico. Localização não muda nossa condição.
Ele é parte do corpo da mulher. Não, ele está dentro do corpo da mulher, mas é um corpo a parte. Ele possui DNA próprio. Se ele fosse parte do corpo da mulher, teria o mesmo DNA.
Existem outras objeções, mas todas facilmente refutáveis.
Uma vez que se estabelece o que o feto é (um ser humano), devemos levantar a questão: o que justifica matar um ser humano? Mais ainda, o que justifica matar um ser humano indefeso? Existe alguma justificativa para tirar a vida de um ser humano indefeso? Não, não existe. Ninguém jamais poderia ser justificado em matar um ser humano indefeso.
A palavra indefeso parece uma tentativa de gerar um sentimento de comoção no intuito de se desviar da questão em si. Mas a palavra indefeso vem bem a calhar no caso de um feto. Ele é indefeso. Qual mecanismo de defesa possui um feto? Nenhum. Uma criança pequena, mesmo um recém-nascido pode chorar quando agredida, mas essa não é uma opção válida para um feto. Como um paciente em coma em uma maca (que ainda assim é um ser humano), ele é totalmente indefeso.
Mas e no caso de estupro? Não seria justificado o aborto em uma situação como essa?
Para resolver essa situação, vamos nos perguntar o seguinte: duas escolhas erradas fazem uma certa? Estupro é errado? Sim, sem sombra de dúvida e o indivíduo que comete tal crime contra uma mulher deve pagar por isso. Aborto é errado? Sim, pois o aborto tira a vida de um ser humano indefeso. Portanto, como seria possível corrigir um estupro com um aborto? Como a morte de um ser inocente, que de todas as pessoas é a menos culpada de toda a situação, pode ser considerada justa?
Aborto é uma operação traumática. Não se cura um trauma com outro. Se a mulher não deseja criar a criança por ser fruto de um estupro, seria melhor entregá-la para adoção. Matar um ser humano indefeso nunca é justificado, em qual fase da vida esteja, seja idoso, seja adulto, seja criança, seja um bebê, seja um feto. Seja o fruto de um estupro. Não podemos esquecer que esse fruto também é um ser humano indefeso.
Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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