terça-feira, março 15, 2011

A experiência é um teste válido da verdade? - John MacArthur e o movimento carismático


Estou lendo o livro “Caos Carismático” de John MacArthur e recomendo a sua leitura para todos, tanto os carismáticos quanto os não carismáticos. Na verdade, a Editora Fiel muito graciosamente disponibilizou esse livro gratuitamente. Veja o link em outra postagem.
Eu sei que muita gente vai ficar brava comigo, mas mesmo assim vou postar alguns dos textos mais interessantes que destaquei no meu Kindle. Esse é apenas o começo. As palavras abaixo podem parecer desconfortáveis em um primeiro momento, mesmo para mim foi assim, mas deixe de lado um pouco as emoções e aborde o que está sendo falado de uma forma bíblica.

A experiência é um teste válido da verdade?

Certa mulher me escreveu em tom raivoso: “você recorre a traduções gregas e palavras pomposas para explicar o que o Espírito Santo tem realizado na igreja hoje. Quero dar-lhe um conselho que pode salvá-lo da ira vindoura do Deus todo-poderoso: ponha de lado a sua Bíblia e seus livros e pare de estudar. Peça ao Espírito Santo que venha sobre você e lhe conceda o dom de línguas. Você não tem o direito de questionar algo que nunca experimentou”.
Um ouvinte do programa de rádio escreveu, após minha exposição de 1 Coríntios 12 a 14: “Você e, especialmente os ministros que falam que o falar em línguas não é para os dias de hoje estão, na minha opinião e na de todos os que as falam, entristecendo o Espírito Santo e perdendo a benção de Deus. Para mim isso é tão ridículo quanto uma pessoa não salva tentar persuadi-los de que vocês não podem ter certeza absoluta de entrar no céu... se vocês não o experimentaram, não podem dizer a alguém que JÁ O EXPERIMENTOU que ele não existe”.
As duas cartas refletem a tendência de avaliar a verdade por meio da experiência pessoal, e não pelas Escrituras. Há pouca dúvida de que os carismáticos, se forem honestos consigo mesmos, terão que reconhecer que a experiência pessoal – e não a Escritura – é o fundamento de seu sistema de crenças. Apesar de vários carismáticos desejarem atribuir à Bíblia uma posição destacada em sua vida, as Escrituras, com muita freqüência, ocupam o segundo lugar em definir o que eles crêem (o primeiro é a experiência). Como certo autor declarou:
“As experiências com Deus fornecem-lhes a base da fé”.
Isso é exatamente o contrário do que deveria ser. A nossa fé deveria constituir a base das nossas experiências. A experiência verdadeiramente espiritual será o resultado da vivificação da verdade na mente cristão – ela não ocorre em um vácuo místico.

Um dos motivos por que a experiência constitui o critério dos carismáticos é a enfase indevida no batismo do Espírito Santo como experiência posterior à salvação. De modo geral, os carismáticos acreditam que, após alguém se tornar cristão, ele deve procurar com diligência o batismo do Espírito. Os recipientes do batismo experimentam vários fenômenos, como falar em línguas, sentir-se eufórico, ter visões e arroubos emocionais de diversos tipos. Quem não experimentou o batismo e os fenômenos subseqüentes não é considerado cheio do Espírito; ou seja, são pessoas imaturas, carnais, desobedientes – em outras palavras, cristãos incompletos.
Esse tipo de ensino abre as comportas para a crença de que o cristianismo vital é somente experiências sensoriais, uma após outra. Estabelece uma competição para saber quem recebeu a experiência mais vívida ou espetacular. E as pessoas que têm os testemunhos mais impressionantes são reputadas como pessoas de um nível espiritual mais elevado. Fazem-se declarações incríveis, que geralmente não são questionadas.

O misticismo irracional encontra-se no âmago da experiência carismática. Ele subverteu a autoridade bíblica dentro desse movimento, substituindo-a por um novo padrão: a experiência pessoal. Não se deixe enganar, o efeito prático do ensino carismático é elevar a experiência pessoal a um plano superior, em detrimento do entendimento correto das Escrituras. Isto corresponde exatamente à advertência da mulher mencionada no início deste capítulo: “Ponha de lado a sua Bíblia e seus livros e pare de estudar”. As “revelações” particulares e as sensações pessoais são mais importantes para ela do que a verdade eterna da Palavra inspirada de Deus.
Existem apenas duas abordagens básicas da verdade bíblica. Uma é a abordagem histórica e objetiva, que enfatiza a ação de Deus entre os seres humanos – conforme as Escrituras ensinam. A outra abordagem é pessoal e subjetiva – enfatiza a experiência humana de Deus. Como devemos formar a nossa teologia? Devemos nos dirigir à Bíblia ou às experiências de milhares de pessoas? Se nos dirigirmos às pessoas, teremos tantas opiniões quantos forem os indivíduos. Isso é exatamente o que acontece em todo o movimento carismático moderno.
A teologia objetiva e histórica é teologia da Reforma, é o evangelicalismo histórico, é a ortodoxia histórica. Começamos pelas Escrituras. Nossos pensamentos, idéias ou experiências são válidos ou não mediante comparação com a Palavra.

E esses são apenas alguns textos do primeiro capítulo. Acredito que coisas interessantes serão apresentadas nos próximos capítulos. Isso já é de praxe em qualquer livro de John MacArthur.

Um comentário:

Anônimo disse...

Valeu pela dica do livro, já baixei e vou ler. :)

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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