sexta-feira, abril 23, 2010

Aborto: aceitável em caso de estupro?


Eu não sei quantas pessoas são a favor e quantas pessoas são contra o aborto no Brasil. Procurei algumas pesquisas por cima na internet mas não encontrei nada. Talvez não tenha procurado direito.
Algumas pessoas são contra o aborto. Mas não totalmente. Já ouvi várias vezes de pessoas que se posicionam contra o aborto que este é aceitável em caso de estupro. Mesmo entre cristãos.
Eu sempre me perguntei o que leva alguém a manter essas duas posições. Talvez, a primeira delas, contrária ao aborto, não possua uma boa base de sustentação e varia conforme a circunstância.
Eu sou contra o aborto, mesmo em caso de estupro. Vou apresentar minha defesa, que eu acredito que é cientificamente e, mais importante, biblicamente correta. E não vou precisar citar nenhum versículo bíblico para isso. Vou fazer isso em outro post.
Primeiro, devo dizer que sou bastante solidário a uma situação como essa e sei que não é algo fácil. É uma experiência traumática e devastadora. Mesmo assim, eu não acredito que a melhor saída para uma mulher que engravida após um estupro seja o aborto.
Devemos definir aquilo que está dentro do útero. O que encontramos dentro do útero de uma mulher grávida? Um ser humano. Mesmo com pouquíssimas células, ainda assim um ser distinto, com DNA diferente da mulher que o está gerando.
Algumas objeções a isso:
Ele depende da mulher para sobreviver. Isso não o desqualifica como ser humano. Muitos outros seres humanos depende de outras pessoas para sobreviver. Veja pacientes de UTI. Precisam de cuidados intensivos. Pacientes diabéticos são dependentes de insulina, mas ainda assim são seres humanos.
Ele está dentro do útero. Localização não altera a condição humana de alguém. Eu sou um ser humano, seja aqui em casa, seja no espaço, seja coberto com músculo ou líquido aminótico. Localização não muda nossa condição.
Ele é parte do corpo da mulher. Não, ele está dentro do corpo da mulher, mas é um corpo a parte. Ele possui DNA próprio. Se ele fosse parte do corpo da mulher, teria o mesmo DNA.
Existem outras objeções, mas todas facilmente refutáveis.
Uma vez que se estabelece o que o feto é (um ser humano), devemos levantar a questão: o que justifica matar um ser humano? Mais ainda, o que justifica matar um ser humano indefeso? Existe alguma justificativa para tirar a vida de um ser humano indefeso? Não, não existe. Ninguém jamais poderia ser justificado em matar um ser humano indefeso.
A palavra indefeso parece uma tentativa de gerar um sentimento de comoção no intuito de se desviar da questão em si. Mas a palavra indefeso vem bem a calhar no caso de um feto. Ele é indefeso. Qual mecanismo de defesa possui um feto? Nenhum. Uma criança pequena, mesmo um recém-nascido pode chorar quando agredida, mas essa não é uma opção válida para um feto. Como um paciente em coma em uma maca (que ainda assim é um ser humano), ele é totalmente indefeso.
Mas e no caso de estupro? Não seria justificado o aborto em uma situação como essa?
Para resolver essa situação, vamos nos perguntar o seguinte: duas escolhas erradas fazem uma certa? Estupro é errado? Sim, sem sombra de dúvida e o indivíduo que comete tal crime contra uma mulher deve pagar por isso. Aborto é errado? Sim, pois o aborto tira a vida de um ser humano indefeso. Portanto, como seria possível corrigir um estupro com um aborto? Como a morte de um ser inocente, que de todas as pessoas é a menos culpada de toda a situação, pode ser considerada justa?
Aborto é uma operação traumática. Não se cura um trauma com outro. Se a mulher não deseja criar a criança por ser fruto de um estupro, seria melhor entregá-la para adoção. Matar um ser humano indefeso nunca é justificado, em qual fase da vida esteja, seja idoso, seja adulto, seja criança, seja um bebê, seja um feto. Seja o fruto de um estupro. Não podemos esquecer que esse fruto também é um ser humano indefeso.

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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