domingo, maio 02, 2010

Felipe, o evangelista pós moderno


Era uma vez um homem chamado Felipe. Ele era um guia espiritual de uma comunidade emergente. Um dia ele decidiu ir em uma viagem. Então, ele o fez. Como ele estava caminhando ao longo da estrada, concentrando-se mais na viagem do que no destino, ele se encontrou ao lado da carruagem de um oficial africano. O homem na carruagem estava fazendo a leitura de um pergaminho. Ele estava lendo em voz alta, tanto que Felipe foi capaz de ouvir o que o homem lia.

"Foi levado como a ovelha ao matadouro,
e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia,
assim ele não abre a sua boca.
Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento;
quem contará a sua geração?
porque a sua vida é tirada da terra."

Felipe se juntou a carruagem e disse: "Você leu o texto lindamente. Isso me fez sentir importante e ligado a tradições antigas ao ouvir-lo ler.”

"Eu só desejo poder entendê-lo", respondeu o homem.

"Entendê-lo? Você não precisa entender. Só precisa experimentar. Leia-o novamente, desta vez mais lentamente. Quero ouvir as formas poéticas e imaginar-me no contexto da antiga tradição", disse Felipe.

"De quem ele está falando?" O homem insistiu. "O profeta escreve sobre si mesmo ou sobre algum outro?"

"Acho que ele está escrevendo sobre todos nós", disse Felipe. "Acho que todos nós somos parte de uma história maior."

"Mas que história?", perguntou o oficial. "Parece-me que o escritor está falando de algo em particular, e eu sinto que é importante. Eu só gostaria de saber sobre o que. O que exatamente significa isso? "

"O que você acha que isso significa?", perguntou Felipe.

"Eu não sei. É por isso que estou perguntando."

"Bem, é verdade que sou um seguidor de Cristo, e a minha tradição impõe certos significados sobre este texto. Mas eu não quero forçar a minha afirmações a respeito da verdade sobre você. Suas afirmações sobre a verdade seriam igualmente válidas. Como você vê, estamos ambos em uma viagem, e nós dois nos encontramos na mesma estrada. Assim, conclui-se que o nosso destino também é o mesmo. Então, vamos aproveitar este tempo de comunidade e evitar nos dividirmos, discutindo sobre significados e dogmas", disse Felipe.

Depois de algum tempo, chegaram a um local onde havia água ao lado da estrada. Havia também uma bifurcação na estrada neste ponto, e o oficial escolheu o caminho da direita. Felipe, planejando pegar a estrada para a esquerda, primeiro se sentou à beira do lago para escrever suas experiências do dia em seu diário. Ele ficou muito contente que teve uma oportunidade única para iniciar um diálogo com a pessoa de uma cultura tão diversa da sua.

Enquanto isso, o funcionário Africano continuou no seu caminho, ainda buscando o significado do texto que poderia ter lhe trazido a vida eterna.

3 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

Meus irmãos,

Como disse ao irmão Matheus Fonseca, que me indicou o texto, o relativismo, ao apontar qualquer caminho ou todos os caminhos, não aponta nenhum.

Parabéns pela tradução e postagem do texto.

Cristo os abençoe!

Abraços.
PS: Estou ecoando-o no twitter.

Daniel Grubba disse...

Ficou muito legal essa paródia. Parabéns.

Leandro Boer disse...

Obrigado pelo texto. Enquanto o lia senti-me desconfortável e chateado, pois me lembrei das várias vezes que a Palavra de Deus tem suas cores desbotadas pelo relativismo dos púlpitos. Mais triste ainda é ouvir que um crente que lê a Bíblia e aceita exatamente o seus ensinos como está é uma espécie de "xiita cristão". Abraço, Leandro Boer.

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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