Estava lendo a revista Veja de algumas semanas atrás, sobre o médico Roger Abdelmassih que está sendo acusado de estupro e abuso sexual de muitas de suas pacientes, além de outros aspectos médicos da reprodução assistida ou fertilização in vitro e em uma rápida entrevista ele disse que na prisão está lendo dois livro, um deles era a Bíblia e o outro A Cabana.
Não sei se ele é culpado ou não. É fácil já tomá-lo como culpado por tudo o que mídia está apontando, mas esse é um trabalho que cabe a justiça. E se alguma forma essa falhar, podemos ter certeza que a justiça divina não irá. Seja para uma coisa, seja para outra.
Mas o aspecto mais importante para mim é que o Dr. Abdelmassih está lendo ao mesmo tempo livros tão antagônicos quanto seria possível.
De um lado ele está lendo a Bíblia (pelo menos é o que afirma), a revelação de Deus para o homem, que nos mostra nossa verdadeira natureza, nosso destino terrível por causa de nossos próprios pecados, nossa necessidade de um salvador, o amor de Deus providenciando esse salvador e seu amor a ponto de morrer na Cruz em nosso lugar, quando ainda eramos seus inimigos e afirmações como “eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim”.
Por outro, ele está lendo A Cabana, de William P. Young, filho de missionários que serviram no pacífico e escreveu o livro como resposta a seus próprios conflitos e sofrimentos. Na Cabana, todos são no final das contas bons, não existe o perigo de um destino de tormento por causa de nossos pecados, já somos todos salvos, a morte de Cristo (e também de Deus Pai, que de acordo com Young também morreu na Cruz) age para salvação de todos, não que essas pessoas fossem inimigas de Deus, mas esse é o melhor caminho e todas as afirmações de Cristo podem ser relativizadas: ele é o único caminho, não por que as pessoas podem seguir por ele ou não, mas sim porque todos estão nesse caminho, quer queiram, quer não. Também é possível ser um cristão “anonimo”: você é cristão, só não sabe disso. Além disso, você pode ser salvo e pertencer a qualquer outra crença. Pode ser budista, muçulmano, mórmom e talvez até ateu. Querendo ou não, você é cristão.
O Dr, Abdelmassih não faz nenhum juízo de valor sobre o livro. Não diz se está gostando ou não. Mas seja como for, é uma pena ver um livro tão danoso ao cristianismo ser elevando à categoria de best-seller evangélico.
Espero que, independente do que vier a se seguir em relação a esse caso, o Dr. Abdelmassih possa perceber que esses dois livros são antagonistas um ao outro e possa se render à mensagem daquele que é o único que pode lhe mostrar o verdadeiro e único caminho para a vida eterna. Ele já o possui em suas mãos. Só falta fazer a escolha certa.
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