sexta-feira, setembro 25, 2009

O(s) Evangelho(s) segundo a Daslu


Normalmente a vida dos famosos (ou coisas do tipo) pouco nos interessa. Suas estripulias, falas, casos, realizações, via de regram não vão gerar em nós qualquer reação digna de nota. Com uma única exceção: quando o assunto em pauta de tal pessoa envolve religião. Aí sim, nosso interesse é acionado.
Em uma pequena reportagem sobre as visitas (quatro no total) a uma igreja evangélica feitas nos últimos meses pela dona da Daslu, Eliana Tranchesi, católica de carteirinha segundo a revista, pode-se ler a reposta a uma pergunta relativamente direta, “a senhora virou evangélica”? “Sempre tive fé no Evangelho”, ela respondeu, “então não precisaria me converter. Acredito nas religiões do cristianismo, sem preconceito”.
Seria possível alguém dizer tudo sem falar nada?
Vamos observar dois pontos interessantes nesta resposta, que demonstra o que ela tem aprendido (ou não) na Igreja Evangélica de Jesus Cristo, localizada na casa da pastora (????) Vera Domingues, que conta com cerca de 30 pessoas por reunião. Os caracteres totais do nome da igreja são 33 (diga trinta e três) e superam o número médio de participantes. Seja como for, não existe dificuldade em se discipular alguém em um igreja que possui um número de membros menor do que a quantidade de letras de seu nome.
Eliana disse “sempre tive fé no Evangelho, então não precisaria me converter”. O que será que ela quis dizer com isso? Ela sempre teve fé no Evangelho? Em qual evangelho? Existe uma diferença bem grande na visão que os católicos e os protestantes possuem do evangelho e seus resultados. Um acredita na infusão da retidão de Cristo e daí em frente podemos trabalhar nossa salvação. Se no final da vida, morrermos sem pecados, vamos para o céu. Ao contrário, se morrermos em pecado, podemos ir para o purgatório, desde que não seja um pecado capital, se não para o inferno vamos nós!
O outro entende que somos pecadores miseráveis (I'm the wretch, the song refers to...), que merecem receber a ira de Deus mas pela obra de Cristo na cruz temos todos os nossos pecados perdoados (passados, presentes e futuros) e a retidão de Cristo é creditada em nossa conta. Nada do que podemos fazer irá nos tornar mais salvos. Mas pela fé podemos ter confiança em nossa salvação única e exclusivamente por causa de Cristo.
Em qual evangelho ela já acredita para não precisar se converter?
Além do mais, para nós protestantes (e evangélicos até onde eu sei) a conversão é necessária para a salvação, pois a conversão é o nascer de novo (João 3:5). Conversão não é mudar de religião. É a ação de nos arrependermos de nossos pecados e colocar nossa fé em Cristo. Graça, fé e arrependimento. Nesse momento o Espírito Santo age em nossa vida e nos dá uma nova natureza. Nascemos de novo, nos convertemos. Sem isso, sem salvação. Ela não precisa ser salva?
Segunda frase que nos chamou a atenção; “Acredito nas religiões do cristianismo, sem preconceito”. O que isso quer dizer exatamente? Ela acredita em todas as variações que existem dentro do cristianismo? Mesmo quando elas discordam totalmente?
O catolicismo vê a salvação de uma forma diferente do protestantismo. Também entendem a importância das Escrituras de forma diferente. Para a igreja católica, os dogmas são desenvolvidos pela interpretação das Escrituras pelo magistério (igreja) somado às tradições. Os protestantes, somente as Escrituras (sola scriptura) com liberdade de leitura e interpretação para cada cristão. Para as Testemunhas de Jeová (faz um tempinho que não escrevemos nada sobre elas...) Jesus Cristo não é Deus, para os protestantes e católicos, com certeza o é. Mormons acham que Jeová é o pai de toda a humanidade, teve muitos filhos com uma mãe cósmica e que todos somos irmãos, inclusive de Jesus e do diabo. A igreja Ortodoxa rejeita a “Imaculada Concepção de Maria”, assim como os protestantes, mas é uma doutrina de grande importância para os católicos.
Podemos enumerar várias e várias outras diferenças no que ela chama de “religiões do cristianismo”. Como é possível para ela acreditar em todas essas “religiões” se elas não concordam entre si?
Ela só foi até o momento a quatro reuniões na igreja de nome grande. Mas não seria o suficiente para saber que o cristianismo bíblico é totalmente diferente de qualquer outra religião? Não seria o suficiente para saber que você pode aceitar ou negar a mensagem do Evangelho, mas não tem como agir de forma indiferente, se aquilo que ela prega é verdadeiro? Não seria o suficiente para ela saber que aqueles que já se converteram, que nasceram de novo, dão frutos de sua salvação e acreditam que Cristo é o único e verdadeiro caminho e difere daqueles que o representam de forma errada?
Quatro reuniões são mais do que suficiente para isso. Quando estamos fazendo evangelismo na rua, o evangelizado entende tudo isso em menos de 15 minutos e pedimos para que ele repita para nós o que acabou de ouvir. Se a pessoa vai se converter ou não é outra história, já que esse é um trabalho para o Espírito Santo. Mas ela sai dali com uma mensagem muito clara do evangelho.
A pregação somente da graça de Deus sem a lei tem a tendência de criar pseudocristãos. É por isso que Tiago disse “Deus resiste ao orgulhoso” (não preciso me converter), “mas dá graça ao humilde” (Tiago 4:6)

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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