terça-feira, outubro 19, 2010

O Cristianismo é Verdadeiro? - Os Evangelhos Assim me Dizem


Os Evangelhos Assim me Dizem por Vocab Malone & Paul D. Adams

(Áudio em MP3 aqui em breve)

Porque acreditar que o Cristianismo é verdadeiro? Porque os Evangelhos assim me dizem. Embora isso possa parecer banal ou disperso, é uma resposta razoável, se o conteúdo bíblico preserva os eventos como eles realmente aconteceram. E se o cristianismo é baseado em determinados fatos empiricamente verificáveis, então o cristianismo é verdade. Este ensaio vai falar sobre a confiabilidade geral dos Evangelhos do Novo Testamento.

Questões preliminares sobre literatura antiga que se proponham a ser um registro preciso de eventos históricos incluem: "Qual é a intenção dos autores?" "Será que os autores dos Evangelhos pretendiam capturar um retrato verdadeiro da vida e da obra de Jesus de Nazaré?" Se não, então isso é, no mínimo, psicologicamente ingênuo e, no máximo, historicamente irresponsável confiar nos relatos dos Evangelhos como fontes precisas. Se pode ser demonstrado que os autores dos Evangelhos pretendia escrever biografias e registrar com precisão as palavras e obras de Jesus, então tem-se uma pequena distância para se chegar a acreditar que Cristianismo é verdadeiro.

Devemos dar o benefício da dúvida aos Evangelhos ou devemos assumir que eles são imprecisos? Dr. Greg Boyd adverte contra tomar esta última postura:
Os historiadores geralmente assumem que a intenção do autor é escrever história se ele ou ela parece que está tentando escrever história... Nós em geral confiamos no relato a não ser que tenhamos razões para não fazê-lo. O ônus da prova, em resumo, é sempre assumida por estar sobre os historiadores para demonstrar que a obra não é confiável, pois não recai sobre os documentos em cada caso para demonstrar o contrário... A menos que este pressuposto de senso comum seja assumido, é difícil ver como a disciplina da escrita antiga da história poderia decolar.1

Professor Luke Timothy Johnson destaca o resultado desesperado da aplicação da metodologia cética a documentação histórica:
Cada escritor segue o caminho previsível de redução racionalista. Dificuldades históricas nos textos que temos são entendidos como obstáculos sem esperança, que deve conduzir inevitavelmente ao ceticismo. O vazio de ceticismo é, então, preenchido com a especulação inventiva. A especulação não é uma leitura alternativa razoável com base na evidência disponível, mas uma remodelação completa das peças, gerando um quadro mais satisfatório para a sensibilidade estética ou religiosa dos autores.2

Se quisermos evitar as armadilhas agnósticas do ceticismo, deveríamos conceder a cortesia que Boyd registra acima e aplicá-la aos evangelhos do Novo Testamento.

Embora as biografias modernas geralmente cobrem a vida inteira de seus biografados, os biógrafos antigos eram mais seletivos e focavam na final da vida da pessoa. O Julgamento de Sócrates de Platão é um bom exemplo. Essa seletividade pode explicar porque é que existe pouco sobre a vida de Jesus antes de começar seu ministério público.

A testemunha ocular era considerada essencial para uma biografia greco-romana de confiança. No prólogo de Lucas está claro que ele entrevistou testemunhas antes de montar um relato preciso da vida de Jesus (Lc 1:1-4). Além disso, é possível que o Evangelho de Marcos tenha um inclusio* que começa e termina com Pedro, tradicionalmente entendido como fonte principal de Marcos. Martin Hengel observa que Marcos 1:17 e 16:07 busca mostrar que Pedro foi a testemunha ocular legítima pela qualificação em Lucas 1:2, João 15:27 e Atos 1:22.3

Paul D. Adams (o co-autor deste trabalho), faz alguns pontos importantes sobre a cultura oral do primeiro século. Ele escreve:
Embora o direito do autor para resumir, em vez de citar cada palavra, era reconhecido, existia uma intensa preocupação com o rigor no que constava como história, tanto na tradição greco-romano quanto na tradição judaica... A questão principal é entre resumo versus citação. Mas, como [Darrell] Bock lembra, "é possível ter verdade histórica sem recorrer sempre a citações explícitas.4

Se os Evangelhos são historicamente exatos, então os eventos neles descritos devem estar alinhados com pessoas e lugares reais. A arqueologia pode ser extremamente útil para confirmar o registro histórico. Considere a descoberta do ossuário (caixa de ossos) de Caifás, fora de Jerusalém em 1990. Este artefato tem os ossos do “Yehosef bar Kayafa", traduzido como "José, filho de Caifás".5

Escavações verificaram as piscinas de Betesda (João 5:1-15) e Siloé (João 9:1-11).6 Betesda é especialmente relevante já que muitos críticos duvidavam da precisão de João, só para mais tarde descobrirem que sua descrição corresponde até ao mais pequeno detalhe. Da mesma forma, em 1961, uma equipe de arqueólogos italianos trabalhando em um teatro em Cesaréia Marítima encontrou o que agora é conhecido como a "Pedra de Pilatos". Ela menciona Tibério e inclui uma inscrição descrevendo Pilatos como o prefeito da Judeia.7 No mínimo, existe cerca de vinte pessoas diferentes mencionadas nos Evangelhos, sejam confirmadas pela arqueologia ou citadas pelos escritores não-cristãos.8 Pela estimativa de Craig Blomberg quase sessenta detalhes históricos do evangelho de João foram confirmados.9 Obviamente, esses resultados afirmam a veracidade dos Evangelhos.

Em resumo, os autores dos Evangelhos tiveram como intenção fazer um registro preciso do ministério terreno de Jesus e podemos verificar que eles foram precisos. A arqueologia e historiadores não-cristãos dão confirmação aos Evangelhos, oferecendo evidências de que quando lemos sobre as ações e a mensagem de Jesus nos Evangelhos, nós estamos lendo o que realmente aconteceu. Em suma, o Cristianismo é verdadeiro, porque "a Bíblia assim me diz."

*Um inclusio é um artifício literário que suporta ou moldura uma seção repetindo propositalmente a mesma palavra ou frase no início e no final da seção. Também chamado de um "envelope".

NOTAS
1 Gregory A. Boyd, Cynic Sage or Son of God? Recovering the Real Jesus in an Age of Revisionist Replies (Wheaton, Ill: BridgePoint, 1995), 220-221.
2 Luke Timothy Johnson, The Real Jesus: The Misguided Quest for the Historical Jesus and the Truth of the Traditional Gospels (New York: HarperCollins, 1997), 32.
3 Richard Bauckham, Jesus and the Eyewitnesses: The Gospels as Eyewitness Testimony (Grand Rapids, Mich.: Eerdman’s ), 124-126.
4 See http://tmch.net/mystery.htm and references there.
5 see http://www.formerthings.com/caiaphas.htm, cf. Matthew 26:3; 57; Luke 3:2.
6 Hershel Shanks “Where Jesus Cured the Blind Man” Biblical Archaeology Review vol 31 no 5 Sep/Oct 2005, 16-23
7 see http://www.formerthings.com/pontius.htm
8 See Table 10.1 in Norman L. Geisler and Frank Turek, I Don’t Have Enough Faith to Be an Atheist, (Wheaton, Ill.: Crossway Books, 2004), 270.
9 Craig Blomberg, The Historical Reliability of John’s Gospel (Downers Grove, Ill: IVP, 2001), 70-280.

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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