terça-feira, agosto 14, 2012

A escatologia desconhecida



Eu preciso confessar uma coisa para os leitores do blog. Até essa sexta-feira teremos 800 artigos públicos em nosso blog em pouco mais de 6 anos de existência e, pelo menos que eu me lembre, nenhum deles abordou o assunto dos últimos dias, ou seja, a escatologia. E isso por um motivo simples: eu não entendo absolutamente nada sobre escatologia. É verdade, eu tenho um conhecimento que fica aquém do funcional sobre o assunto. Mas existe um motivo para isso. Acredito que tanto a Vivian quanto eu não chegamos ao momento de nos dedicarmos a estudar esse assunto.
Eu me lembro que quando me converti a escatologia era um assunto muito quente no meio evangélico. Em uma visita a uma família da igreja eu vi pela primeira vez aqueles quadros que mostravam desde a criação até o final dos tempos, com várias ilustrações e datas até os dias de hoje e um tempo mais ou menos previsto para os eventos futuros. Eu ficava me perguntando como as pessoas sabiam que tudo aquilo ia acontecer daquela forma. Mas praticamente desde a minha conversão eu já possuía um posicionamento escatológico: eu acreditava no arrebatamento da igreja, nos sete anos de tribulação que se seguiria e no reino de mil anos de Cristo, que culminaria no Armagedom. Mas esse meu posicionamento era mais fruto da crença coletiva do meio evangélico que eu vivia do que de uma análise bíblica dos fatos. Não estou dizendo que essa crença não possua fundamento bíblico, mas eu a tinha aprendido pelo comentário aqui e ali dos membros da igreja e nunca havia participado de um estudo sobre o assunto. Mas na verdade, isso nunca chegou a ser mais do que uma leve curiosidade. Eu sempre fui atraído por outras coisas, como evangelismo e apologética e o livro de Apocalipse foi ficando para trás. Eu já li alguns livros sobre o assunto, já tive aulas sobre escatologia em um curso de teologia básico que fiz, mas nada mais do que isso. Em um futuro eu acredito que irei dar um pouco mais de atenção a esse assunto, mas gostaria de apontar duas razões pelas quais a Escatologia não está nesse momento no meu foco principal:

1 – Você jamais poderá entender o livro de Apocalipse enquanto não entender o livro de Romanos.
Ou seja, a Escatologia não fará sentido se você não entender que o homem é pecador, que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, que a salvação é pela graça de Deus, através da fé. Ou seja, se você não entender o básico de doutrinas e teologia cristã, jamais entenderá corretamente a Escatologia. Isso parece óbvio, mas você se surpreenderia se soubesse a quantidade de pessoas que entendem tudo sobre Escatologia, mas não tem a menor ideia de como o homem se salva ou do que ele é salvo. O fim dos tempos está dentro da história redentiva de Deus e ele nunca fará sentido solto sem contexto. É como ler somente o fim de um livro, sem nunca ter lido o começo e o meio. E particularmente, nesse momento estamos mais focados no aprofundamento do meio dessa história redentiva.

2 – “Tudo o que você precisa saber sobre o fim dos tempos você saberá quando o fim dos tempos chegar” – Paul Washer
Essa é uma frase do Paul Washer que eu gosto muito e concordo plenamente. Milenarista, amilenarista, pós-tribulacionismo, pré-tribulacionismo, seja qual for a vertente escatológica. Não haverá mais dúvidas. Isso não quer dizer que não seja importante aprender sobre essas coisas, é importante sim, mas é o tipo de posicionamento teológico que devemos manter com certa flexibilidade e jamais deveríamos nos dividir por causa disso. Por mais bem informado que estejamos sobre o assunto, apenas na volta de Cristo teremos certeza sobre como será esse evento em seus detalhes. Fique tranquilo, você não irá perder esse espetáculo. Só espero que esteja do lado do Cordeiro nesse dia.

Essa é a minha confissão. Escatologia é o meu calcanhar de Aquiles. Eu entendo muito pouco sobre o assunto. Tenho ótimos materiais sobre isso, mas ainda não tive tempo para estudá-los. E pelos motivos acima, isso não me perturba. A minha esperança está em Cristo e eu sei que, sejam quais forem os eventos, Cristo o fará como o Pai já determinou. Isso para mim é o suficiente para acalmar meu coração sobre o futuro.

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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