domingo, janeiro 01, 2012

Os Evangelhos do Novo Testamento São Confiáveis?



Parte 1 Os Evangelhos do Novo Testamento São Confiáveis? 

Na minha série Unmasking the Jesus Seminar (Desmascarando o Seminário de Jesus, em inglês), eu mostrei que o Jesus Seminar, basicamente um ajuntamento de estudiosos do Novo Testamento, parecia ser uma tentativa objetiva para determinar o que Jesus realmente disse (e fez). Mas, de fato, era parte da visão geral de seu fundador, Robert Trunk, para diminuir o cristianismo ortodoxo e especialmente seu entendimento e fé em Jesus.  O ajuntamento de Professores do Seminar, combinado com a metodologia que eles seguem em seus trabalhos, predeterminaram os resultados do Seminar. Começando com um extremo ceticismo em relação à confiabilidade dos evangelhos como fontes históricas sobre Jesus, o Jesus Seminar concluiu – surpreendentemente! - que os evangelhos nos dizem relativamente pouco sobre o Jesus histórico. Eu não quero afirmar que cada um dos eruditos do Jesus Seminar era um erudito ruim (alguns eram muito bons), ou que qualquer coisa que o Seminário produziu era lixo. Mas no todo, o impulso principal do trabalho do Seminar foi tanto academicamente suspeito quanto prejudicial para a ortodoxia cristã.



Na maior parte, o Jesus Seminar é notícia velha nos dias de hoje. Eles não estão mais nas manchetes porque acabaram-se os dizeres e atos de Jesus para se refutar. Uma vez que mostraram que Jesus não disse tanto quanto foi atribuído a ele nos evangelhos e que ele não fez tanto quando foi atribuído a ele nos evangelhos, não sobrou muito para o pessoal do Seminar dizer ou fazer.

Mesmo assim, me pareceu bem abordar o Jesus Seminar de uma forma crítica. Eu escrevi a série Unmasking parcialmente porque alguns dos professores do Jesus Seminar, como John Shelby Spong ou Marcus Borg, continuam a transmitir os pecados dos pais para os filhos através de seus escritos. Mais ainda, muitas pessoas que nunca leram um único trabalho publicado pelo Jesus Seminar ainda vivem sob sua sombra agourenta. Eu conheço alguns cristãos que tiveram uma sensação incomoda que em algum passado recente um grupo de estudiosos sérios se reuniram eu descobriram que Jesus não disse muito do que parece ter sido registrado nos evangelhos. Eu eu conheço não cristãos que leram as notícias nos jornais sobre o Jesus Seminar e, até hoje, não tiveram nenhuma razão para duvidar do que era anunciado tão entusiasticamente sobre a inconfiabilidade histórica dos evangelhos. Eu tenho sugerido várias razões para duvidar dos resultados do Jesus Seminar, para que as pessoas não sejam  perseguidas ou inspiradas por estes fantasmas.

Ainda assim, o fim do Jesus Seminar não colocou um fim na especulação imaginativa sobre Jesus e os evangelhos. A versão mais recente de tal coisa vem do livro bestseller de Dan Brown e em breve convertido em livro, O Código Da Vinci. Para seu crédito, Brown não afirma que ele escreveu uma não ficção. Seu livro, no final das contas, é um romance. Ainda assim, dentro da arquitetação do romance existe muito do que é apresentado como se fossem fatos de informações historicamente corretas sobre Jesus e o cristianismo antigo. E tem também a afirmação aterrorizante na primeira página do livro: “todas as descrições sobre arte, arquitetura, documentes e rituais secretos neste romance são corretos”. Já que O Código Da Vinci tem muito a falar sobre os antigos documentos cristãos, parece que Dan Brown está dizendo que tudo o que ele fala sobre esses documentos é realmente verdade.

De fato, muitos leitores, tanto cristãos quanto não cristãos acreditam que as histórias ficcionais sobre o cristianismo antigo como apresentado em O Código Da Vinci sejam fatos. Quando os personagens dizem coisas como “todos os acadêmicos sabem disso...,” muitos leitores tomam essa afirmação como fato, ao invés de uma afirmação ficcional do romance. O resultado é que muitas pessoas hoje acreditam que os evangelhos bíblicos, Mateus, Marcos, Lucas e João não são fontes confiáveis de informação sobre Jesus e que os evangelhos não canônicos, como o evangelho de Maria ou o evangelho de Filipe nos mostram uma verdade mais integral sobre Jesus

Na minha série Was Jesus Married? A Careful Look at the Real Evidence (Jesus foi Casado? Uma Análise Cuidadosa das Evidências, em inglês), eu examinei a parte final dessa crença. Eu mostrei que os evangelhos não canônicos, somados ao fato de não serem uma fonte confiável de informações sobre Jesus, na verdade não apresentam nada em apoio à ficção que Jesus foi casado como é mostrado em O Código Da Vinci. Mas esse livrou deixou uma impressão prolongada, mais parecida com o eco distante do Jesus Seminar, que os evangelhos do Novo Testamento não são confiáveis.

Portanto, enquanto eu finalizo minha série Unmasking the Jesus Seminar, eu gostaria de iniciar uma nova mas relacionada série, que eu estou intitulando Os Evangelhos do Novo Testamento São Confiáveis? Nos vários artigos dessa série, eu quero explicar porque Mateus, Marcos, Lucas e João são confiáveis.

Eu estou pensando em confiabilidade em duas formas diferentes. De um lado, eu quero mostrar que os evangelhos bíblicos são fontes confiáveis de informação histórica sobre Jesus. Apesar de suas várias limitações, estes documentos podem nos ajudar a conhecer bastante coisa sobre o que Jesus disse e fez. Por outro lado, eu também quero mostrar que os evangelhos do Novo Testamento são confiáveis como base para a fé em Jesus. Cristão que tomam estes documentos seriamente estão, na minha opinião, agindo racionalmente e eu explico o porque. (Sim, eu tenho um viés no assunto. Mas eu acredito que posso defender meu viés com argumentos racionais e amplas evidências.)

Minha nova série, portanto, começa de onde a série Unmasking termina. Eu espero ter mostrado que o Jesus Seminar deveria ser rejeitado pelas pessoas que querem conhecer os fatos sobre Jesus. Eu espero mostrar um caminho melhor para se determinar quem Jesus era, o que Ele disse e o que Ele fez. Portanto, esta nova séries é a versão positiva da série Unmasking.

Antes de terminar essa postagem, eu quero mencionar cinco pontos adicionais.

Primeiro, essa nova série será uma elaboração de uma outra série que eu fiz chamada How Can We Know Anything About the Real Jesus? (Como Podemos Saber Coisa Sobre o Jesus Real? em inglês) Eu não vou repetir tudo o que estava naquela série, especialmente o material sobre as fontes de informação não bíblicas sobre Jesus. Mas eu vou usar os pontos finais dessa série e desenvolvê-los ainda mais nessa série.

Segundo, como eu afirmei no início de How Can We Know Anything About the Real Jesus?, eu estou bem ciente que o tópico que eu estou planejando discutir é vasto, complexo e cheio de controvérsias. Se você não está familiarizado com o meu currículo, eu devo mencionar que completei um Ph.D. em Novo Testamento em Harvard, onde eu estudei com alguns dos melhores eruditos críticos do mundo e onde tive muitos colegas brilhantes, dos quais pelos menos sete deles terminaram como professores do Jesus Seminar. Então eu estou bem familiarizado com algumas das questões críticas associadas com os evangelhos e a questão do Jesus histórico. Mais ainda, quando eu escrevi meu livro, Jesus Reaveled (Jesus Revelado), eu li muito dos novos trabalhos acadêmicos sobre Jesus, incluindo coisas publicadas pelos professores do Jesus Seminar. Portanto, mesmo eu não sendo um acadêmico de tempo integral, eu estou bem atualizado nas conversas acadêmicas sobre Jesus.

Terceiro, essa nova série é primariamente destinada para os meus leitores no blog – um grupo com certo estudo basicamente composto de não especialistas. Em outras palavras, eu não estou escrevendo para eruditos do Novo Testamento. Isso significa que eu não fazer notas de rodapé para os meus comentários como faria se fosse produzir um texto acadêmico. E eu vou me sentir livre para fazer generalizações sem dar suporte para tudo o que disser com milhares de evidências.

Quarto, se você for do tipo que gosta desse tipo de anotações, você deveria dar uma olhada na postagem precedente na série Unmasking ("What Do Scholars Really Think About Jesus?" O Que os Eruditos Realmente Pensam Sobre Jesus, em inglês). Nessa postagem eu faço referências a muita literatura erudita sobre Jesus e os evangelhos. Talvez o livro mais diretamente relevante para essa nova série seja The Historical Reliability of the Gospels (A Confiabilidade Histórica dos Evangelhos), de Craig Blomberg. Blomberg é um erudito evangélico de primeira linha que defende a confiabilidade dos evangelhos bíblicos em 250 páginas exigentes mas legíveis

Quinto, nessa nova série eu espero mostrar porque é razoável considerar os evangelhos do Novo Testamento como confiáveis, tanto para pesquisa histórica quanto para fé pessoal. Eu não posso provar que os evangelhos são precisos, contudo, porque esse tipo de prova não pode ser dada para investigações históricas. Nem eu posso resolver todos os problemas que se conectam à questões de confiabilidade dos evangelhos. Em muitos desses, para ser bem honesto, eu também continuo trabalhando nas minhas incursões acadêmicas. Mas eu acredito que uma pessoa racional, olhando para os fatos com uma mente aberta, irá concluir que a imagem que o Novo Testamento faz de Jesus, enquanto não fotográficas, são suficientemente realísticas para merecerem confiança tanto acadêmica quanto espiritual.

Copyright © 2005 by Mark D. Roberts

Parte 2 – Podemos Saber o que os Manuscritos Originais dos Evangelhos diziam?

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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