sábado, junho 26, 2010

MICHAEL JACKSON: DEPOIS DE UM ANO, A POLÊMICA CONTINUA!


Há exatamente um ano morria Michael Joseph Jackson, ou apenas Michael Jackson, como preferirem, aos 50 anos de idade. Fiquei pensando muito nesta data, primeiro por perceber como o tempo passa rápido... e depois por ver que, talvez, o cantor tenha sido mais adorado em sua morte do que nos últimos anos de vida.
Porém, nessas breves linhas, quero refletir sobre uma polêmica que, 365 dias depois da passagem do artista “dessa para melhor” (tenho lá minhas dúvidas se foi para melhor mesmo), ainda alimenta os blogs de vários ex-Tj’s e a mente de testemunhas ativas:
Michael Jackson era ou não Testemunha de Jeová?
A coisa é mais complicada do que parece. Porém a resposta é mais simples do que imaginam.
Primeiramente, temos que lembrar que a Organização das Testemunhas de Jeová, cujo braço legal é a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, nos Estados Unidos, e a Associação das Testemunhas Cristãs de Jeová (ATCJ), no Brasil, caracteriza-se pela inconstância doutrinal, que eu chamo de “fluidez teocrática”: assim como a água toma a forma do objeto que a contém, da mesma maneira os ensinos das testemunhas se adaptam aos tempos e às conveniências sociais, culturais e, principalmente, econômicas. Em outro artigo prometo explicar essa minha teoria melhor, mas desde já quero dizer que, pela contagem de nosso irmão Fernando Galli, apologista de primeira (visitem: http://iacs33.blogspot.com), já mudaram de ensino 315 vezes até o começo de 2010.
Pois bem, até os fins da década de 1980, ser publicador (pessoa que vai à pregação, ao serviço de campo) era a coisa mais fácil que havia. Bastava estar estudando a Bíblia há algumas semanas, se arrumar bonitinho com sua melhor roupa domingueira, colocar uma bolsa ou pasta com a Bíblia dentro e alguns tratados (panfletos) ou revistas A Sentinela para distribuir, e aparecer na reunião de saída de serviço de campo. Aí você seria escalado para sair com alguém de sua família, se fossem TJ’s, ou com seu instrutor (pessoa que realiza o estudo da pessoa) ou mesmo um ancião (líder). Você seria contado como publicador não batizado quando entregasse à congregação o seu primeiro relatório de campo, ou seja, a compilação mensal de seu trabalho na pregação, em que se deve especificar a quantidade de horas gastas, os livros e revistas distribuídos e estudos realizados. A partir daí, seria aberto uma ficha em seu nome, que ficaria nos arquivos da congregação, com a sua “ficha corrida” de serviço, e você seria contado como membro efetivo. Para todos os efeitos, sua atividade seria enviada para “Betel” (o escritório nacional, em São Paulo), e nas estatísticas anuais você seria contado normalmente como uma das milhões de testemunhas ativas no mundo.
O fato de a pessoa sair ao serviço de campo, falar com as pessoas sobre Jeová de maneira oficial, possuindo o cartão de publicador, a identificavam, e até hoje é assim, como uma Testemunha de Jeová. A única coisa que mudou a partir do início dos anos 90 foi que, a partir de então, para ser contado como publicador não batizado, seria necessária uma reunião com alguns anciãos para formalizar sua entrada no rol dos pregadores. Lembro-me que, em 1994, quando me tornei publicador não batizado, a norma já havia mudado, e os anciãos foram em minha casa com meu instrutor fazer uma pequena sabatina para saber se eu me habilitava para ir ao serviço de campo. No final da palestra, eles enfatizaram isto: apesar de eu não ser batizado ainda, mesmo assim, aos olhos da comunidade, eu seria uma Testemunha de Jeová.
Que dizer então de Michael Jackson? Ele pregava com sua família lá na década de 70, antes de os procedimentos de aceitação como publicador mudarem. Por isso, fato incontestável é que ele saía ao serviço de campo com a mãe e os irmãos. Quem o via na rua sabia que eram TJ’s. Ele foi contado como publicador não batizado, com certeza, fato que ele mesmo admitiu em algumas entrevistas. Por exemplo, certa vez escreveu:
“Domingo era meu dia de 'pioneiro', o termo usado para o trabalho missionário que as Testemunhas de Jeová fazem. Nós passávamos o dia nos subúrbios da Carolina do Sul, indo de porta em porta ou dando voltas no shopping, distribuindo nossas revistas A Sentinela. Eu continuei meu trabalho por anos e anos após o início da minha carreira”.
Tomando-se isso como evidência, aos olhos da comunidade, ele era uma Testemunha de Jeová, afinal, não dava testemunho de suas crenças?
Porém, vale lembrar que, internamente, só são considerados Testemunhas de Jeová os crentes batizados. Conforme o livro “Conhecimento” cap. 18, p. 178, par. 17: “é importante lembrar-se de que o batismo não é o fim do seu progresso espiritual. Ele marca o começo de um serviço vitalício a Deus como ministro ordenado e Testemunha de Jeová (grifo meu). Assim, será que MJ era batizado?
Honestamente, não sabemos. Não há nada explícito sobre o assunto. A Sociedade Torre de Vigia não se pronuncia, e nem mesmo a família do cantor. Porém, temos evidências que, ao meu ver, ajudam a dizer que sim.
Em uma carta circular às Comissões de Congressos de Distrito dos Estados Unidos (disponível em: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTB3StN13JRAYHzVjp1NWeXSV6RHaw01ka_AO2uINIvMvtDnsghFHYutatdRBbzWRYTz29A9R_Okl8YaQ7O3CSzT1fXvoN0hWGmX_hcpwO7J9Hvzwm-wX87yy3b3LXIYcdX1fX/s1600-h/michaeljackson.jpg), datada de 08 de junho de 1987, em inglês, a Sociedade Torre de Vigia falava aos anciãos responsáveis que se calassem caso fossem argüidos sobre uma notícia que estava naquele tempo sendo muito veiculada, na qual MJ dizia não mais fazer parte das Testemunhas de Jeová. Uma tradução livre de um trecho da carta diz:
Tem havido uma certa publicidade recentemente a respeito de Michael Jackson. A essência dessas notícias tem a ver com sua própria dissociação da organização das Testemunhas de Jeová. Alguns telefonemas foram também recebidos sobre uma carta da Sociedade, cópias que aparentemente foram disponibilizadas para a mídia de notícias, assim como outras, afirmando que ele não mais se considera uma Testemunha de Jeová e que a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados não mais considera Michael Jackson uma Testemunha de Jeová (grifos meus).
Em outra parte:
Na eventualidade de representantes da mídia de notícias ou outros abordarem seu departamento de notícias do congresso e questionarem sobre Michael Jackson e sua posição, seria melhor para os irmãos responsáveis não comentarem. Deveriam apenas dizer que eles ouviram ou sabem sobre as novas informações e não têm mais nenhum comentário (grifos meus).
As notícias da época afirmavam que MJ havia se dissociado da organização. Mas o que é a dissociação? A Sentinela de 1º de abril de 1985, p. 32 diz:
[...] vez por outra uma Testemunha decide de sua livre vontade deixar o caminho da verdade. Talvez até mesmo torne conhecida sua decisão depois de a comissão começar a investigar sua transgressão. A pessoa talvez os informe por escrito ou declare perante testemunhas que deseja dissociar-se da congregação e não mais ser reconhecida como Testemunha. Neste caso, não mais será necessário que os anciãos continuem a investigação. Contudo, os anciãos farão então um breve anúncio da dissociação, a fim de que a congregação saiba que tal pessoa ‘saiu do nosso meio’. (1 João 2:19) A congregação aderirá então à injunção inspirada de ‘não receber a tal nos seus lares, nem o cumprimentar, para que não se torne partícipe das suas obras iníquas’. — 2 João 10, 11.
Agora observem: só se dissocia quem é Testemunha de Jeová. Para ser Testemunha de Jeová, contada e considerada como tal segundo a norma interna, deve-se ser batizado. Logo, se MJ se dissociou, ele era contado como TJ, e não apenas como publicador não batizado.
Além disso, na carta citada, a posição da Sociedade não é de negar nada. Os anciãos deviam apenas dizer que já estavam informados das notícias e que não tinham nenhum comentário para a imprensa.
Eu creio que, em muitas vezes, o silêncio é uma grande resposta.
Portanto, a evidência lógica era de que Michael Jackson, pelo menos até 1987, era uma Testemunha de Jeová batizada, sim, ia ao serviço de campo, relatava direitinho todos os meses (ou não, pois podia estar “inativo”), e mesmo depois de se dissociar ainda manteve muitas das crenças na mente, entre elas a não comemoração do Natal, festa essa que só realizou muitos anos depois, conforme mostrado no programa Fantástico, tendo ido para o quarto chorar assim que terminou porque se sentia culpado.
Portanto, esta polêmica, que pode facilmente ser elucidada, conforme vimos aqui, é uma pedra no sapato de muitas TJ’s, que não admitem que MJ tivesse sido batizado e, portanto, um legítimo membro da seita. Dizem que ele apenas ia ao serviço de campo com a mãe e os irmãos. Não sei o porque dessa querela toda, mas lamento desiludi-los, pois Michael Jackson era Testemunha de Jeová, devidamente batizado, pois dissociou-se, e agora, no Hades há um ano, deve estar refletindo bem em suas atitudes e em todos os erros que cometeu em sua vida e em ter perdido a oportunidade de reconhecer a Cristo como Único Senhor e Salvador de sua alma. E que reflexão demorada será... por toda a eternidade!
E que a Graça de Deus esteja com todos nós!
Abraços,

Cleber Tourinho
João Pessoa, 25 de junho de 2010

2 comentários:

Luisa disse...

Olá querido, não sei se Michael era testemunha de Jeová, tambem não sei dizer se ela era um seita..Na internet, há um video onde o produtor de MJ, Rodney Jerkins, diz que 3 semanas antes de morrer, Michael aceitou o Senhor Jesus!Como eu queria , que ao contrario de todas as mentiras que a midia forjou estes anos contra ele, isso sim seja verdade!E ele tenha tido oportunidade de conhecer a Cristo!O senhor digno e toda honra, toda glória e todo poder!Seria mais uma alma salva,bom isso só o próprio Deus sabe!De coração, não via maldade em MJ, ao contrario ele parecia ser temente!Inclusive acredito que ele tenha sido usado pela midia e quando se deu conta, tentou dixer..Quando vc escuta They dont care about us, e Stranger in Moscow é perceptivel o grito de scorro de Michael..estranho que pouco antes dele fazer os shows onde "ele ia dizer toda a verdade" mataram ele..sim,a industria do entretenimento é maligna..enquanto ele fazia e cantava essas letras criticas, era a época das acusações onde os meiso de comunifcações tentavam desviar o foco para o "homem louco"...Por isso devemos tomar cuidado com o que reproduzimos e escutamos sem termos provas concretas..Ninguem conhecer Michael alem-artista, seu carater e sua personalidade..Então, suposições a parte, que tal deixarmos para que o Senhor Jesus o julgue pois só ele conhece a verdade em nossos corações..inclusive o de Michael Jackson!!Obrigada!

Maurilo e Vivian disse...

Olá Iara.
Eu não entendi muito bem o que você disse. Mas algumas coisas são claras.
Uma delas, a mais importante, já foi reiterada várias vezes aqui, quando uma pessoa famosa morre: não temos como ter certeza do destino final de alguem. Esperamos em Deus que Michael Jackson (e qualquer outra pessoa famosa) tenha se arrependido de seus pecados e tenha colocado sua fé em Jesus Cristo como salvador. Mas não temos uma esperança ingênua. Não sabemos.
Mas sabemos que aqueles que morrem seu o perdão de seus pecados vão enfrentar o julgamento de Deus e Sua justa ira.
Também temos certeza que Michael Jackson foi Testemunha de Jeová, isso é algo bem documentado. E também temos a mais absoluta certeza que essa organização é uma seita e agente de Satanás para engano dos mais incautos.
Eu não sei se ele foi pedófilo ou não, apesar de achar que não foi. Esse é um assunto irrelevante para nossas discussões aqui porque estão mais baseadas em fofocas e acusações. Caberia a justiça definir se ele era um pedófilo ou não.
Mas sendo um pedófilo, sendo um cantor, sendo testemunha de Jeová, seja o que fosse, ele jamais estaria longe demais da mão salvadora de Deus.

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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