quinta-feira, dezembro 15, 2011

Um pequeno debate no Facebook sobre palmadas (ou algo assim)



Eu ia postar um outro texto sobre os cananeus hoje, que já está quase todo traduzido, mas uma postagem do Facebook de um amigo me chamou a atenção e a minha resposta a essa postagem me levou em um leve debate pelo Facebook sobre o projeto de lei 7672/2010, a famosa lei anti-palmada. Na verdade, o assunto foi bem mais amplo e a postagem inicial em si não se referia ao projeto diretamente, mas acredito que a motivação da postagem foi, pelo menos indiretamente, da primeira aprovação do projeto de lei. Achei a discussão interessante e resolvi postar aqui.
Como esse meu amigo é uma figura pública, resolvi preservar o seu nome e também de outros postaram. Mantive apenas o meu nome e também não fiz nenhuma correção na ortografia do texto, já que eu mesmo respondi parte dele do meu celular e não quero mexer no que outros escreveram para ser justo com todos.

Amigo do Facebook Todos nós sabemos que a criança precisa de limites. Isso exige de nós paciência, tolerância e firmeza sempre, e em doses incertas.
Relações de amor exigem de nós paciência, tolerância e firmeza sempre, e em doses incertas. Amar é impor e aceitar limites todos os dias.
A ideia não é remover os limites e a disciplina da educação e da criação dos filhos. Mas utilizar formas de disciplina sem o uso da violência. #NãoBataEduque 
Curtir · há 3 horas · 8 pessoas curtiram isto.


Fulano 1 Oi, Xx. Existem evidêncas de que a lei é boa: http://blogs.estadao.com.br/daniel-martins-de-barros/so-umas-palmadinhas-evidencias-contra-castigos-fisicos/ 
há 3 horas · Curtir

Fulano 2 precisamos refletir sobre como educar os filhos, rever conceitos e interpretações de textos...de fato," atenção, presença, afetividade, estabelecer limites" e acrescento Muita paciência é o que as crianças precisam...mas para isso, precisamos rever a forma como estamos vivendo em sociedade....sem tempo, ausentes, sem paciência, sem limites....em fção do trabalho que pai e mãe precisam ter para sustentar os filhos, etc, etc...é uma discussão ampla, e tudo precisa ser revisto!! Penso ser importante dizer também que fere muito mais que a palmada e o puxão de orelha, as palavras afiadas ditas pelos pais...essas sim, nós que somos adultos, se puxarmos pela memória ainda podem doer bastante, e os petelecos conseguimos dar risadas!! Disse petelecos, e não pancadaria! * Não sou a favor do tapa *, sou a favor da reflexão que ajude a dar um norte aos pais que precisam de tanta de ajuda nessa caminhada! (resposta idem ao comentário sobre o que alguns irmãos evangélicos pensam sobre...) 
há 2 horas · Curtir

Maurilo Borges Junior Nem todo tipo de punição física é agressão. Agressão, violência contra crianças, acredito que tais coisas já são cobertas pela legislação vigente. A punição física, quando feita de forma carinhosa e com o objetivo de mostrar que a criança precisa ser disciplinada, quando usado com bom senso e não como resposta ao ódio, é uma forma válida e parte importantíssima na educação dos filhos, especialmente para o cristão, inclusive com suporte das Escrituras para isso (Provérbios 13:24). Na verdade, quando o Estado começa a interferir no nosso ambiente familiar, dentro de nossa casa, ele está não somente ditando como devemos agir em nossos lares, mas também ditando e alterando a nossa teologia. É o Estado ditando para o cristão aquilo que ele deve ou não seguir das Escrituras. Isso não está certo. Ao invés de impedirmos os pais de usarem todas as ferramentas disponíveis para a educação de seu filho, inclusive com a punição física, deveríamos ensinar os pais, especialmente os cristão, como usar essa ferramentas. Esse é um papel da igreja, não do Estado. Oro para que tal lei não seja implantada em nosso país. 
há 2 horas · Curtir · 2

Amigo do Facebook Mas pq vc está falando do Estado nesse post?! Eu não falei nada sobre Estado.....não entendi?! 
há 2 horas · Curtir

Maurilo Borges Junior Eu trouxe o Estado por causa da primeira aprovacao da lei anti palmada hoje. Mas mesmo sem Estado envolvido, nao devemos abrir mao de um modelo biblico de disciplina. Soh aproveitei o assunto. 
há 2 horas · Curtir · 1

Amigo do Facebook Mas o post faz uma reflexão séria sobre educação de filhos...#pensanisso
há ± 1 hora · Curtir

Maurilo Borges Junior Mas eu nao estou questionando a seriedade da reflexao. Estou na verdade, contribuindo com ela. Primeiro, desassociando a conexao perigosa entre punicao fisica e agressao, que me pareceu ter sido igualada no post. E segundo, trazendo a tona a questao da teologia da educacao, q eh esquecida muitas vezes pelos cristaos. Ideias divergentes contribuem para o reflexao. 
há ± 1 hora · Curtir · 1

Amigo do Facebook Entendo...Vc leu o projeto de lei? Sabe do que ele trata? 
há 50 minutos · Curtir

Maurilo Borges Junior Não, não li ainda. Uma boa dica. Mas ainda assim o meu argumento se mantêm. Punição fisíca não é a mesma coisa que agressão e a punição física como disciplina é uma ferramente importante na educação dos filhos, além de ser bíblica. Eu acho que li em outro post que você disse que a vara citada em Provérbios fazia sentido no contexto rural, não hoje em dia. Mas se isso for verdade, todos os que vivem no meio rural poderiam usar vara de forma literal. Eu acho que é um entendimento ruim do texto bíblico. A questão não é o uso da vara em si, mas da disciplina física como forma de educar. O texto usa linguagem forte. Quem esconde a vara odeia o filho. Assim como nós somos muitas vezes disciplinados por Deus em seu amor, através da dor (o grande C. S Lewis, que tanto voce quanto eu somos fãs já professava isso), nós também aplicamos essa punição em nossos filhos de forma amorosa.
Vamos deixar a parte da lei um pouco de lado, já que foi precipitada da minha parte trazer o assunto sem voce ter tocado nele (eu acho que outra pessoa comentou sobre a lei e eu já estava sugestionado por ter ouvido sobre a aprovação), podemos focar unica e exclusivamente na questão teológica como um todo, que para mim é mais interessante. 
há 43 minutos · Curtir

Amigo do Facebook Pelo que percebi a maioria absoluta dos que são contra o projeto sequer o conhecem ou tiveram a curiosidade de dar uma lida no texto para refutá-lo ou opinar...#mancada
há 40 minutos · Curtir

Maurilo Borges Junior Se voce tiver o texto do projeto em si para me enviar, fico grato, já que no Google ainda não encontrei o texto em si. Eu não sei se você conversou com a maioria esmagadora dos que são contra para chegar a essa conclusão, eu particularmente não conversei com ninguém que seja contra ainda. Mas eu acho que a coisa funciona das duas formas. Pelo o que percebi a maioria absoluta dos que são a favor do projeto sequer conhecem ou tiveram a curiosidade de dar uma lida no texto para defende-lo... #mancada. Mas para meus argumentos o texto em si é um detalhe. Já existe lei contra agressão física de crianças. A punição física como disciplina não é agressão e é válida e recomendada pelas Escrituras. Vou ler o texto sem dúvida. Mas essas quatro premissas se sustentam independente do texto. Para o texto mudar meus argumentos ele precisaria a) mostrar que não existe lei contra agressão de crianças; b) provar que punição como disciplina é o mesmo em todos os casos que agressão física (que já estaria coberto por "a"); c) a disciplina física não é válida como forma de educar os filhos; d) as Escrituras ou não ensinam que a disciplina física deve fazer parte da educação ou que o texto da Bíblia deve ser ignorado. Você que leu o projeto poderia me ajudar com essa informações. Ou me mandar o link para o texto. Só acho notícias sobre isso no Google. 
há 32 minutos · Curtir

Maurilo Borges Junior Achei! Vou ler. 
há 31 minutos · Curtir

Amigo do Facebook Ninguém durante todo o dia de hoje me respondeu ter lido o texto, sequer por curiosidade... Boa leitura!! 
há 25 minutos · Curtir

Amigo do Facebook Game over pessoal!!! Por hoje chega!! Fui.... 
há 25 minutos · Curtir

Maurilo Borges Junior Obrigado. Estou lendo e ao terminar eu posto minhas impressões. Assim meus argumentos não poderão mais ser ignorados simplesmente porque eu não li o texto, mesmo que os argumentos em si não estejam relacionados ao texto. Citar a lei foi um movimento tático errado da minha parte, apesar de ter sido bastante esclarecedor sobre as opiniões das pessoas e as formas como defendem ou não essa opiniões. A noite ainda é uma criança pra mim, então, volto daqui a pouco (depois de ajudar minha mulher com a louça). 
há 24 minutos · Curtir

Amigo do Facebook Maurilo Borges Junior Querido, jamais desqualificaria seus argumentos, que aliás são bons. Poupe o seu trabalho...Esse é um espaço de posts e livres pensamentos, não tenho a menor intenção de transformá-lo num espaço de debate teológico profundo. É só uma despretensiosa página no Facebook.
Sequer teria tempo de responder cada uma das opiniões...Seria insano da minha parte...
Sua contribuição hj já valeu! Jamais imaginei que teria tamanha repercussão. Aprendi muito com os debates de hoje. Valeu!! Abraço forte. 
há 23 minutos · Curtir

Maurilo Borges Junior Fico feliz em ler isso meu amigo. Mas você não desqualificou meus argumentos. Você os ignorou. E tive a impressão que o fez por eu não ter lido a lei, apesar de a priori não estarem diretamente relacionados. Realmente, o espaço para um debate tão profundo deveria ser outro e eu gostaria de ver você lidando com esse assunto diretamente, inclusive com os meus argumentos. Mas fica em mim um ponto de tristeza quando uma bola é levantada e quando o jogo está ficando bom o juiz interrompe no meio. O que estamos fazendo aqui é um momento de livre pensamentos. Acho que podemos discordar um do outro, mesmo em publico e continuarmos irmãos em Cristo que se amam e amam as Escrituras. 
há 10 minutos · Curtir

Maurilo Borges Junior Quando você abordar esse assunto de forma mais ampla que um único post, por favor me avise para que eu possa participar. 
há 9 minutos · Curtir

Amigo do Facebook Maurilo Borges Junior Acho que vc não entendeu o que escrevi...Não ignorei sua opinião, apenas disse pra que vc não perca sua noite, nem eu a minha (já era pra ter saído daqui há 1h atrás...kkk) pois este não é um espaço para discussões profundas como vc propõe. Primeiro por ser só um perfil de rede social e não um blog especializado em debates e segundo pq eu não consigo ter tempo livre para dar conta de uma tarefa dessa complexidade. Teria que abandonar meu trabalho!!kkk Gosto demais do bom debate, e vc como dezenas de outros irmãos contribuíram muito no debate de hoje. Abração 
há 9 minutos · Curtir

Amigo do Facebook Boa noite a todos!! Abs 
há 8 minutos · Curtir

Maurilo Borges Junior Desculpe meu amigo se estamos perdendo a sua noite aqui. Não era minha intenção segurá-lo por tanto tempo. Vá dormir. Hoje já foi instrutivo para todos nós. Se achar importante, por favor, um dia aborde meus argumentos em algum lugar mais apropriado.
Abraços e boa noite. 
há 3 minutos · Curtir

Para finalizar, eu li o texto do projeto de lei e continuo discordando dele. Eu acho uma intromissão exagerada no Estado nas famílias e mais ainda, uma intromissão do Estado na teologia cristã. Agressões às crianças já estão cobertas pela lei 8069. O que o projeto de lei quer fazer é tornar aquele pai que usa a disciplina física como forma de educar o seu filho um criminoso. Existem abusos nessa área, eu sei disso porque meu pai batia em mim de forma abusiva e excessiva. Mas o erro não estava na disciplina e sim na forma como ele a usava. Detalhe que o meu pai nunca apanhou na vida, até onde eu sei.
Enfim, essa postagem me pareceu interessante e também importante para refletirmos como muitas vezes estamos prontos a alterar nossa teologia de acordo com as tendencias da sociedade. Isso é perigoso. Nossa teologia deve ser ditada pela Bíblia, não pelos apelos da sociedade.
Como afirma uma das frases do textos sobre os cananeus que deveria estar aqui: se a nação cananéia se levantasse hoje, poderia condenar essa geração pela sua insensibilidade ao pecado. Estamos piores que os cananeus... 

2 comentários:

VIVENDO AMANDO E APRENDENDO disse...

Complicado... daqui a pouco voltamos a Ditadura em mais um tópico da vida social. Proteger crianças e adolescentes de abusos e agressões físicas é bem diferente de ditar e controlar o tipo de educação que podemos dar aos nossos filhos. Sou Psicóloga e cristã, tudo que estudei, vi na prática e vejo até hoje, o caos de uma sociedade omissa expresso em jovens e adultos sem limites, confusos, perdidos, sem noção de sentido de vida, de limites, uma sociedade " patológicamente tolerante" com o errado e o imoral me leva a ser completamente a favor da velha e boa palmada na bunda que não traumatiza ninguém. Penso na minha vida, eu já levei muitas palmadas e o engraçado é que de toda minha história essa parte é uma das que não vem associada a nenhum sentimento de trauma ou revolta. Pelo contrário agradeço pelos limites que me foram colocados, isso me ajudou a desenvolver várias habilidades sociais como empatia, respeito e uma visão ética e moral verdadeiras. Crianças durante os primeiros anos de sua vida não têm capacidade de abstração o suficiente para entender seus erros e possíveis consequências deles com uma simples conversa "madura e adulta", é importante durante esse tempo de baixa capacidade abstrativa que essa conversa (necessária também) esteja associada a algo concreto como uma palmada na bunda, essa associação é uma poderosa ferramenta na construção do caráter de uma pessoa e isso é prova de amor e interesse pelo futuro adulto que está sendo construído. Não a violência? COM CERTEZA, SEMPRE! Mas SIM aos limites feitos com amor. Que Deus nos ajude!

Maurilo e Vivian disse...

Concordo plenamente. E você tem bagagem profissional para falar isso!

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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