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terça-feira, janeiro 07, 2014

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Final)


Por Pr. Marcos Granconato

A terceira e última lista de dons que aparece no Novo Testamento encontra-se em Efésios 4.11. Na verdade, os dons ali mencionados designam funções dadas a algumas pessoas da igreja com vistas ao preparo dos crentes para o serviço de Deus, a fim de que o corpo de Cristo seja edificado e seus membros não se tornem semelhantes a meninos facilmente induzidos, “levados ao redor por qualquer vento de doutrina” (Ef 4.12-14).
A lista é pequena e se encontra em Efésios 4.11:

Apóstolo: Num sentido geral, o apóstolo era simplesmente um missionário pioneiro. Nesse sentido, Barnabé, por exemplo, foi chamado de apóstolo (At 14.14). Num sentido técnico, porém, esse termo tinha abrangência bastante limitada, designando apenas aqueles que viram o Senhor ressurreto e foram investidos diretamente por ele na função apostólica (At 1.21,22; 1Co 9.1; Gl 1.1), recebendo também, da parte de Deus, revelações doutrinárias especiais que servem como fundamento doutrinário para a igreja de todas as épocas (Ef 2.20; 3.4,5). Nesse sentido restrito, os apóstolos só existiram no século 1 e foram apenas doze (Ap 21.14). As marcas distintivas desse pequeno grupo eram as seguintes:

1. Eles eram missionários pioneiros (Rm 15.20; 2Co 10.13-16).

2. Eles eram testemunhas oculares da ressurreição (1Co 9.1; 15.8).

3. Eles não se autoinvestiam na função apostólica (Rm 1.5; 2Co 11.13; Ap 2.2).

4. Eles realizavam prodígios milagrosos (2Co 12.12).

5. Eles não entravam nessa função através de outros homens, mas somente por ordem direta de Cristo (Gl 1.1,11,12). A exceção no caso de Matias (At 1.21-26) ocorreu provavelmente por causa do caráter provisório de seu papel como décimo segundo apóstolo.

6. Eles eram canais de revelação doutrinária inédita (1Co 15.3; Ef 3.4-6).

7. Eles eram colocados por Deus numa posição de desprezo, miséria e sofrimento (1Co 4.9-13).

Se alguém não apresentasse essas marcas, poderia ser chamado de apóstolo no sentido não técnico, isto é, poderia ser, no máximo, um missionário pioneiro. Para ser, contudo, um apóstolo no sentido estrito, cada uma dessas marcas devia ser real em sua vida.

É importante destacar que o apóstolo, no sentido estrito, já nos tempos do Novo Testamento foi perdendo sua posição de liderança absoluta na igreja, cedendo lugar aos bispos ou pastores. Isso pode ser visto claramente no modo como a forte liderança de Pedro é nublada pelo decisivo governo de Tiago, que não fazia parte dos Doze. De fato, Pedro mostra até temor diante de uma comitiva que Tiago enviou a Antioquia (Gl 2.11-13) e, no Concílio de Jerusalém, a palavra final foi de Tiago e não de Pedro ou mesmo de Paulo (At 15.13ss). Isso dá indícios de uma mudança de primazia já na igreja primitiva que, aos poucos, foi substituindo a liderança apostólica pela pastoral. Afinal, com a morte dos Doze, já no século 1, o cargo de apóstolo, no sentido estrito, desapareceu de maneira definitiva.

Profeta: Veja-se nos artigos anteriores as considerações relativas ao dom de profecia.

Evangelista: É alguém que proclama as Boas Novas. Nos tempos do Novo Testamento designava especialmente missionários itinerantes que iam de cidade em cidade anunciando a mensagem de Cristo (At 8.5,26,40; 3Jo 1.7), embora o termo também seja aplicado a indivíduos que tinham um ministério fixo num determinado lugar (2Tm 4.5). Não há no Novo Testamento nenhum indício do fim do dom de evangelista.

Pastor mestre: Essa expressão pode designar duas funções distintas (pastores e mestres) ou somente a função do ministro que se ocupa de pastorear e ensinar a igreja. O artigo definido que consta do texto grego aponta para a segunda opção, realçando a dupla responsabilidade que recai sobre os pastores, a saber, o cuidado e a instrução do povo de Deus (At 20.28; 1Pe 5.2,3). O dom de pastor e mestre não apresenta nenhum sinal de ter pertencido somente aos tempos apostólicos, sendo seu exercício real e importante na igreja de todos os tempos.

Seja qual for o dom que um crente tenha recebido do Senhor, isso se encaixará em uma de duas categorias: ou será um dom de palavra ou um dom de serviço (1Pe 4.10,11). Se o dom for de palavra, então o crente deverá exercê-lo em harmonia com o que o Senhor revelou, jamais transmitindo à igreja apenas noções ou impressões pessoais. Se o dom for de serviço, o crente deverá realizá-lo não a partir de sua disposição individual, sempre oscilante, mas na força que Deus supre. Em todo caso, o uso dos dons do Espírito Santo deve ser feito de tal modo que a igreja toda seja servida (1Pe 4.10) e, no final, Deus, por meio de Jesus Cristo, seja glorificado (1Pe 4.11).

Parte 01 - Parte 02

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Parte 2)


Por Pr. Marcos Granconato

A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios traz a maior lista de dons espirituais do Novo Testamento. São nove no total e se encontram em 1 Coríntios 12.8-10. Essa lista de dons é a que mais tem causado controvérsias no meio evangélico, especialmente no tocante à atualidade de cada item alistado. A seguir são elencados todos esses dons, com uma breve exposição relativa ao seu significado e duração.

Palavra de sabedoria: A pessoa que tem esse dom diz palavras de sabedoria divina em contraste com os indivíduos que promulgam filosofias vãs ou palavras de sabedoria humana (1Co 2.6-7,13; 3.19). Os temas centrais abordados por quem tem o dom da palavra de sabedoria são a graça de Deus (2Co 1.12) e, especialmente, a cruz de Cristo (1Co 1.17,23-24). Esse dom, portanto, é fundamental para quem exerce o trabalho de evangelismo (1Co 1.17; 2.1). Num sentido mais estrito, a palavra de sabedoria também abrange a revelação de mistérios doutrinários trazidos à luz no tempo do Novo Testamento pelos apóstolos (1Co 2.7-13). Nesse sentido estrito, a palavra de sabedoria não existe mais, permanecendo apenas a sua expressão geral, ou seja, a capacidade de interpretar a realidade à luz da graça e da cruz do Senhor, expondo isso verbalmente aos outros no evangelismo e no ensino da igreja.

Palavra de conhecimento: É difícil saber o que Paulo tinha em mente quando fez distinção entre a palavra de sabedoria e a palavra de conhecimento. Porém, parece correto que a palavra de conhecimento se relaciona ao modo como se deve agir na prática da vida cristã. Se for esse o caso, esse dom é útil para conduzir a igreja ao crescimento na compreensão da sã doutrina, a fim de fazê-la abandonar comportamentos imaturos ou errados (1Co 8.7; 15.33,34).

Fé: Não se trata da fé salvadora, pois essa é um dom dado a todos os crentes (Ef 2.8). O dom da fé aqui mencionado é, provavelmente, uma convicção de origem sobrenatural de que Deus vai agir de forma especial numa determinada situação, quer por veículos naturais, quer por meios milagrosos (1Co 13.2). Essa confiança firme faz o crente agir como se o que espera estivesse mesmo prestes a se realizar (Hb 11.7-12). Não se deve confundir esse dom com mero otimismo ou com alguma forma de se autoiludir. O dom da fé é dado por Deus e gera uma surpreendente onda de confiança real no coração da pessoa.

Curas e operação de milagres: Os dons de curas eram capacidades dadas por Deus a alguns crentes de erradicar doenças, com o fim de servi-lo. O uso do plural (“dons de curar”) dá margem para formas diferentes de cura, o que pode abranger, além do milagre, o uso de meios naturais como remédios e cuidado médico. Já o dom de operação de milagres, conforme geralmente é entendido, consistia em realizar maravilhas fora da ordem natural das coisas. Parece certo dizer que o dom de curas, em sua expressão sobrenatural, era uma categoria mais específica do dom de operação de milagres que abrangia prodígios num sentido mais geral. Feitos sobrenaturais foram muito comuns na fase inaugural da igreja primitiva (At 5.15,16; 6.8; 8.13). Porém, em poucos anos essa fase começou a apresentar indícios de esfriamento (Fp 2.26,27; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20). A razão disso é que as curas sobrenaturais e os milagres tinham por objetivo autenticar a mensagem nova que estava sendo pregada (At 14.3; Hb 2.4), não havendo necessidade dessa autenticação se perpetuar. Por isso, não se veem hoje pessoas com dons de realizar curas ou feitos milagrosos. Isso, contudo, não significa que o Senhor, eventualmente, não faça obras grandiosas além da compreensão humana. Antes, significa que, quando Deus realiza feitos assim, ele o faz em resposta à oração dos crentes em geral e não por meio de indivíduos dotados por ele com capacitações sobrenaturais (Tg 5.14-18).

Profecias: Veja-se o que foi exposto na parte 1 desta série. Deve-se apenas acrescentar aqui que uma das responsabilidades da igreja no tocante aos profetas era avaliar o que eles diziam, comparando suas revelações com as verdades que o Senhor já havia transmitido (1Co 14.29). De fato, os profetas deveriam profetizar de acordo com a “proporção da fé” (Rm 12.6), ou seja, suas profecias deveriam se harmonizar com a doutrina cristã já fixada.

Discernimento de espíritos: Esse dom não consiste em descobrir os nomes ou as supostas áreas de atuação de demônios como alguns tendem a crer. Antes, é a capacidade de discernir a origem de uma mensagem ou ensino, isto é, trata-se do dom de discernir o que realmente procede do Espírito Santo. Assim, o crente dotado desse dom detecta se o que está sendo dito (com todos os seus desdobramentos práticos) é de origem divina ou é uma doutrina demoníaca (ou meramente humana) propagada por falsos mestres (1Tm 4.1,2; 1Jo 4.1-6). Não existe qualquer indício na Escritura ou na história do cristianismo que aponte para o desaparecimento desse dom, sendo vital a sua permanência na igreja cristã de todas as épocas.

Variedade de línguas e interpretação: O dom de línguas era a capacidade dada pelo Espírito Santo a alguns crentes de falar sobre as grandezas de Deus em um idioma humano jamais aprendido por quem falava (At 2.7-11). Ao definir esse dom, Paulo citou Isaías 28.11,12, identificando-o, assim, como um sinal de juízo contra judeus incrédulos que rejeitavam a mensagem de Deus (1Co 14.21,22). De fato, Deuteronômio 28.46,49 diz que ouvir uma língua desconhecida seria um sinal do juízo de Deus contra Israel sempre que esse povo rejeitasse sua mensagem. Ora, Israel rejeitou o Filho (At 7.51-53). Por isso, Deus usou a igreja para fazer com que os judeus ouvissem línguas que não entendiam como sinal do juízo que estava por vir. Esse juízo foi predito por Jesus (Mt 23.37-39) e chegou no ano 70 por mãos do general romano Tito. Uma vez que o castigo contra Israel sinalizado pelas línguas ocorreu, esse dom deixou de ser necessário e desapareceu. Obviamente, o fim do dom de línguas trouxe também o fim do dom de interpretação.

Parte 01 - Parte 03 (em breve)

domingo, janeiro 05, 2014

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Parte 1)


Gostaria de compartilhar com vocês três textos sobre os dons do Espírito Santo, um assunto muito debatido na igreja nos últimos anos. Na verdade, tenho acompanhado esse debate desde que me converti e sei que ele é muito anterior a isso. Eu já estive em ambos os lados do debate e a coisa toda se tornou clara para mim a partir de um estudo mais trabalhoso das Escrituras.
O texto abaixo se encontra originalmente no site da Igreja Batista Redenção. Pelos próximos três dias, vou publicar as três partes do estudo. Espero que seja útil para jogar alguma luz na questão.

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Parte 1)

Por Pr. Marcos Granconato

Os dons do Espírito Santo, seu significado e continuidade, estão entre os temas mais debatidos dentro do contexto evangélico. É nesse campo que ocorrem os maiores excessos na forma de agir de muitos crentes e é também por causa dessa discussão que terríveis divisões acontecem nas igrejas.
De tudo isso decorre a necessidade de entender bem o que são os dons do Espírito Santo, bem como seu propósito, duração e forma de funcionamento. De fato, a história já demonstrou satisfatoriamente que a má compreensão desses assuntos traz prejuízos desastrosos para o povo de Deus.

No Novo Testamento, há três passagens em especial que apresentam listas de dons espirituais. A primeira é Romanos 12.6-8 que menciona os sete itens alistados a seguir.

Profecia: O profeta era alguém que recebia revelações diretas de Deus e as transmitia aos homens de forma inerrante e infalível. No NT, as revelações proféticas eram predominantemente doutrinárias, ou seja, os profetas revelavam verdades divinas ocultas de outras gerações. Essas verdades eram também chamadas de mistérios (Ef 3.4,5). Só mui raramente os profetas traziam revelações sobre o futuro ou sobre a vida particular de alguém e, ao que parece, só o faziam quando o que era revelado tinha forte impacto sobre a igreja como um todo (At 11.28; 21.10,11). Os profetas tinham como função primária lançar as bases doutrinárias, éticas e funcionais da igreja (Ef 2.20). Como essas bases foram todas lançadas nos tempos dos apóstolos, os profetas deixaram de existir já no fim do século 1. O dom de profecia, portanto, não existe mais.

Serviço: É possível que esse dom abranja a habilidade dada por Deus de realizar bem aqueles trabalhos que são considerados inferiores pelas pessoas em geral. Nem todos são capazes de fazer esses serviços com qualidade. Por isso, Deus dotou alguns homens e mulheres da igreja com uma capacidade especial para realizar tarefas dessa natureza em favor dos santos.

Ensino: Trata-se da capacidade de transmitir a verdade de Deus à igreja com clareza e autoridade, promovendo sua edificação e amadurecimento. Através dos mestres, a igreja é protegida das falsas doutrinas e adquire base teológica para viver com retidão e santidade.

Exortação: Esse dom abrange o trabalho de consolar, animar e encorajar. Os cristãos geralmente são abalados não somente pelos problemas comuns da vida, mas também por ataques e dificuldades que lhes sobrevêm por causa da fé. Por isso, para que seu povo não fique à mercê do conselho de incrédulos, o Senhor concede esse dom a alguns crentes, a fim de que os santos encontrem neles amparo, alívio e amizade.

Contribuição: A referência aqui é à tarefa de distribuir. Sendo a igreja de Cristo formada por muitas pessoas pobres, há entre os santos aqueles cujo coração Deus dotou com a disposição constante de assistir os necessitados. Paulo diz que essas pessoas devem fazer isso generosamente. Outrossim, os crentes que têm esse dom devem se vigiar para que, no seu exercício, não sejam levados pelo desejo de ser admirados pelos homens (Mt 6.1).

Liderança: A prática desse dom envolve a administração de recursos da igreja e a direção geral da comunidade cristã local. A igreja não foi deixada por Deus à mercê das preferências de cada membro, pois isso a lançaria na desordem total (Jz 17.5,6). Antes, o Senhor lhe concedeu pessoas capazes de liderá-la, apontando seus alvos e o modo como devem ser atingidos. De acordo com Paulo, os líderes devem realizar seu trabalho com toda diligência, zelando para que seu dom não seja negligenciado.

Misericórdia: A pessoa que tem esse dom se vê disposta a mostrar favor a seus irmãos que sofrem por causa de doenças, perdas, decepções e tragédias. Por se tratar de uma tarefa pesada e, às vezes, bastante desagradável, pode acontecer de algum crente ter esse dom e passar a exercê-lo com pesar. Por isso, Paulo diz que os irmãos que têm o dom de misericórdia devem exercê-lo com alegria.

Conforme se vê, entre os dons alistados aqui somente o de profecia não existe mais. Com efeito, não há nenhum indício ou razão na Escritura que nos leve a afirmar que os demais também deixaram de existir. Na verdade, o próprio viver diário da igreja mostra sua permanência viva até os dias de hoje.

Parte 2 - Parte 3 (em breve)

sexta-feira, agosto 17, 2012

Você deve nascer de novo



"Não ache que você está pessoalmente justificado aos olhos de Deus porque você teve um pai e uma mãe de Deus, ou mesmo avós cristãos. A mensagem de Cristo para todos que não foram regenerados pelo Espírito Santo é, 'você deve nascer de novo'. A religião verdadeira é pessoal: é uma coisa de preocupação para cada homem em si mesmo".
Charles Spurgeon

sábado, julho 28, 2012

A divindade do Espírito Santo




O Espírito Santo é Deus e, como já vimos, é uma pessoa. Negar esta verdade é insultá-lo, é fazer agravo ao Espírito Santo da graça (Hb 10:29), sendo tal pecado imperdoável: “E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do home, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro” (Mt 12:32).


Divindade provada
O Espírito iguala-se ao Pai e ao Filho, tendo também um nome, pois o Senhor Jesus determinou que os seus discípulos batizassem “em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:19), o que seria absurdo se não fosse o Espírito Santo uma pessoa. Jesus prometeu dar os seus discípulos “outro Consolador” (João 14:16). A palavra “outro” é aqui, no original grego ἄλλος (allos), que significa “outro”, mas da mesma natureza, da mesma espécie e da mesma qualidade. Disse A. T. Robertson:  “Outro da mesma classe (allon, não heteron)”10. Se o Espírito fosse uma força ativa, impessoal, a palavra correta para “outro” seria ἔτερος (heteros), e não allos.
Também é bom não perder de vista a palavra “Consolador”, que no grego é παράκλήτος  (parakletos), que significa “ajudador”, “alguém chamado para auxiliar”, um “advogado”. Essa mesma palavra aparece em 1 João 2:1 com este signficado: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis: e se alguém pecar, temos um ADVOGADO (parakletos em grego) para com o Pai, Jesus Cristo, o justo”. Em outras palavras, Jesus dizia aos seus discípulos que estava voltando para o Pai, mas que continuaria cuidando da sua igreja, pelo seu Espírito Santo, seu parakletos, um como ele, que teria o mesmo poder para preservar seu povo.
Em Atos 5:3-4, o Espírito Santo é chamado nominalmente de Deus. Pedro perguntou a Ananias: “Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisse ao Espírito Santo, e retivesse parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este designo em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus”. Veja que Deus e o Espírito Santo aqui são a mesma divindade. Primeiro o apóstolo diz que Ananias mentiu ao Espírito Santo, e depois o mesmo Espírito Santo é chamado de Deus. O mesmo acontece com 2 Sm 23:2,3 “O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou”.
A parte final de 2 Co 3:18 nos diz: “... como pelo Espírito do Senhor”, mas a Versão Almeida Atualizada traduz assim: “...como pelo Senhor, o Espírito”. A expressão grega aqui, literalmente, seria: “Senhor Espírito”, mas o texto permite quatro traduções, assim: a) O Senhor do Espírito; b) o Espírito do Senhor; c) o Espírito que é o Senhor; d)Senhor, o Espírito. Esta última é a mais aceitável, porque o que o apóstolo quer mostrar é que o Espírito é o Senhor, embora o apóstolo o separe de Cristo em pessoa, identificando-o em natureza e divindade. O Senhor aqui é uma referência a Cristo. A STV, porém, impôs arbitrariamente a palavra “JEOVÁ”, para traduzir o vocábulo grego Kyrios, e com isso a TNM diz que o Espírito Santo é Jeová, o que vem contrariar os próprios princípios da organização. O tiro saiu pela culatra, pois ficam obrigados a admitir que o Espírito Santo é Jeová, embora o neguem nominalmente. Assim está expresso no próprio texto que eles fabricaram. Caíram na própria armadilha.


Atributos da divindade no Espírito Santo
Vejamos agora os atributos da divindade no Espírito Santo, revelados na Bíblia:

a) O Espírito Santo é onipotente (Zc 4:6; Rm 15:19).
b) O Espírito Santo é onipresente (Sl 139:7-10).
c) O Espírito Santo é onisciente (1 Co 2:10,11).
d) O Espírito Santo é eterno (Hb 9:14).
e) O Espírito Santo é criador (Jó 26:13; 33:4; Sl 104:30).
f) O Espírito Santo gerou Jesus Cristo (Lc 1:35).
g) O Espírito Santo é a verdade (1 Jo 5:6).
h) O Espírito Santo é o Senhor da Igreja (At 20:28).
i) O Espírito Santo é chamado de Javé (Jz 15:14 comp. 16:20; Ex 17:7 comp. Hb 3:7-9; Nm 12:6 comp. 2 Pe 1:21; Is 6:9 comp. At 28:25,26; Ez 8:1,3).
j) O Espírito Santo é aquele que dá a vida eterna (Gl 6:8).
l) O Espírito Santo é o guia do seu povo (Sl 143:10; Is 63:14; Rm 8:14; Gl 5:18).
m) O Espírito Santo é o santificador dos fiéis (Rm 15:16; 1 Pe 1:2).
n) O Espírito Santo é aquele que habita nos fiéis (Jo 14:17; Rm 8:11; 1 Co 3:16; 6:19; 2 Tm 1:14; Tg 4:5).
o) O Espírito Santo é santo (Rm 15:16; 1 Jo 2:20).
p) O Espírito Santo é fonte de poder e milagres (Mt 12:28; At 2:4; 1 Co 12:9-11).
q) O Espírito Santo é o autor do novo nascimento (Jo 3:5,6; Tt 3:5).
r) O Espírito Santo é o autor da vida (Ez. 37:14; Rm 8:11-13).
s) O Espírito Santo é o distribuidor dos dons espirituais (1 Co 12:7-11).
t) O Espírito Santo é o conhecedor do coração do homem (Ez 11:5; Rm 8:26,27; 1 Co 12:10; At 5:3-9).
u) O Espírito Santo é conhecedor do futuro (Lc 2:26; Jo 16:13; At 20:23; 1 Tm 4:1; 1 Pe 1:11).
v) O Espírito Santo é salvador (Ef 1:13; 4:30; Tt 3:4,5).
x) O Espírito Santo é sábio (Is 11:2; Jo 14:26; Ef 1:17).

Deve ter sido árdua tarefa para os integrantes da STV manobrar todas essas passagens bíblicas de maneira tal que conseguissem inculcar na mente de seus adeptos essa crença tão irracional, que jamais uma pessoa conhecedora da Bíblia admitiria. A divindade do Espírito Santo não nasceu no Concílio de Nicéia, não foi invenção humana, mas é uma verdade que está exarada no Livro de Deus, e nele assim a encontramos e cremos.


Símbolos do Espírito Santo
Os símbolos do Espírito Santo são reflexo das suas múltiplas operações, e de maneira alguma comprometem sua personalidade e divindade. Em Lc 3:16, o Espírito Santo é ilustrado como fogo, porque o fogo aquece, ilumina e se espalha purificando. Não que ele seja um fogo desprovido de personalidade, pois a Bíblia também chama o Deus-Pai de “fogo consumidor”(Hb 12:29), sem contudo comprometer sua personalidade. Da mesma forma, com referência à água, pois em Jo 7:37-39 o Espírito Santo é ilustrado como a água. Assim como a água é indispensável à vida física de qualquer  ser vivo, da mesma maneira ela é indispensável à vida do crente. Ela refresca, refrigera e dá uma sensação de tranquilidade e bem-estar, e é isso que o Espírito Santo realiza na vida do crente.
Assim como é um vento, em Jo 3:8, representa a ação sobrenatural do Espírito Santo. Do mesmo modo que é um mistério a ação do vento aos olhos humanos, é um mistério a obra regeneradora do Espírito Santo. A pomba, em Jo 1:32, é o símbolo da mansidão, brandura, simplicidade, pureza, amor, paz, longanimidade, etc (Gl 5:22). A expressão “em forma”, em Lc 3:22, revela que o Espírito Santo desceu sobe Jesus numa aparência ou na figura de pomba, e não que ele seja uma pomba. A palavra grega aqui é eide e não morfe, como aparece em Fp 2:6, que revela a essência  e natureza da divindade de Cristo. A primeira significa mera aparência, e a segunda, a sua própria natureza e essência.

Nota
10 – Robertson, A. T. Imágens Verbales en el Nuevo Testamento, vol. 5, Clie, Madrid, 1990, página 279.

Fonte: Como Responder às Testemunhas de Jeová, Esequias Soares da Silva, Editora Candeia, 1995.

sábado, julho 21, 2012

Personalidade do Espírito Santo



A Bíblia revela o Espírito Santo como uma pessoa, a terceira Pessoa da Trindade, pois ele é Deus, “...na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Cor 3:18 Almeida Atualizada). O Espírito Santo possui intelecto; ele penetra todas as coisas (1 Cor 2:10,11) e é inteligente (Rom 8:27). Ele tem emoção, sensibilidade (Rom 15:30; Efésios 4:30) e vontade (Atos 16:6-11; 1 Cor 12:11). Se o intelecto, a emoção e a vontade não puderem provar a personalidade do Espírito Santo, fica difícil saber o que a STV entende por personalidade, ou qual a definição que ela dá a esse termo. As três faculdades: intelecto, emoção e vontade caracterizam a personalidade.

1. Reações do Espírito Santo
Outra prova da personalidade do Espírito Santo é que ele reage a certos atos praticados pelo homem.

a) Pedro obedeceu ao Espírito Santo (Atos 10:19,21);
b) Ananias mentiu ao Espírito Santo (Atos 5:3);
c) Estevão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo (Atos 7:51);
d) O apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o Espírito Santo (Efésios 4:30);
e) Os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mateus 12:29-31);
f) Os cristãos são batizados em seu nome (Mateus 28:19).

2. Atributos da personalidade
A STV alega que o fato de o Espírito Santo falar, ensinar, dar testemunhos, ouvir, etc. não prova ter ele personalidade, mas que se trata apenas de figura de linguagem.7 Justifica esse raciocínio, com meias verdades, citando 1 João 5:8. “E três são os que testificam na terra: o Espírito, e a água e o sangue...”. Então, argumenta a STV: a água e o sangue dão testemunhos, e nem por isso a água e o sangue têm personalidade.8 Apresenta esse argumento desprovido de lógica e de provas bíblicas, porque não quer separar as coisas. O texto aqui é uma reiteração do versículo 6. A água é o batismo e a unção de Jesus Cristo. O sangue é o sangue expiador que ele derramou na cruz. Estes dois elementos são provas da obra que Jesus realizou, sendo também o Espírito Santo uma testemunha viva dessas coisas, tanto naquele tempo quanto agora.
Quere igualar o Espírito Santo com a água e o sangue, e fazendo disso um meio para “provar” que na Bíblia, que o Espírito Santo é impessoal, é uma camisa de força. Em nenhum lugar das Escrituras encontramos serem a água e o sangue pessoas e não obstante encontramos em toda a Bíblia as provas da personalidade do Espírito Santo, pelos seu atributos pessoais.
Alguém já viu a morte ter atributos pessoais? Ou será que o pecado tem também atributos pessoais? Claro que não. O fato de o apóstolo Paulo dizer que “a morte reinou de Adão até Moisés” significa domínio dela sobre o homem. No entanto, isso é usado pelos seguidores da STV como recurso para contrabalancear a personalidade do Espírito Santo.9 Diante de tudo isso, podemos notar nitidamente os artifícios da STV para convencer suas vítimas. Nem é necessário ser versado nas Escrituras para perceber tais engodos. A heresia é tão gritante e os seus argumentos tão desprovidos de base bíblica, lógica e bom senso que até mesmo as pessoas não evangélicas e desligadas dos assuntos bíblicos se recusam a aceitá-la. Só aceitam uma explicação dessa natureza as pessoas que já são inclinadas ao erro, que preferem trevas à luz.
Eis alguns atributos pessoais do Espírito Santo:

a) O Espírito Santo ensina (João 14:26);
b) O Espírito Santo fala (Apo 2:7,11,17);
c) O Espírito Santo guia (Rom 8:14; Gal 5:18);
d) O Espírito Santo clama (Gal 4:6);
e) O Espírito Santo convence (João 16:7,8);
f) O Espírito Santo regenera (João 3:6; Tito 3:5);
g) O Espírito Santo testifica (João 15:26; Rom 8:16);
h) O Espírito Santo escolhe obreiros (Atos 13:2; 20:28);
i) O Espírito Santo julga (Atos 15:28);
j) O Espírito Santo advoga (João 14:16; Atos 5:32);
k) O Espírito Santo envia missionários (Atos 13:2 - 4);
l) O Espírito Santo convida (Apo 22:17);
m) O Espírito Santo intercede (Rom 8:26);
n) O Espírito Santo impede (Atos 16:6 - 7);
o) O Espírito Santo se entristece (Efésios 4:30);
p) O Espírito Santo contende (Gen 6:3).

Será que todos esses atributos pessoais, encontrados no Espírito Santo, ainda não convenceram os escritores da STV sobre a sua personalidade? Essas passagens bíblicas, por si só, reduzem a cinzas os argumentos das páginas 143 e 399 do livro Raciocínios à Base das Escrituras.

Notas
7 Raciocínios à Base das Escrituras, página 399.
8 Deve-se Crer na Trindade?, página 22.
9 Raciocínios à Base das Escrituras, página 143.


Fonte: Como Responder às Testemunhas de Jeová, Esequias Soares da Silva, Editora Candeia, 1995.

sábado, julho 14, 2012

O Espírito Santo e as Testemunhas de Jeová



A Sociedade Torre de Vigia (STV) nega a divindade e a personalidade do Espírito Santo. Ensina ela: “Quanto ao ‘Espírito Santo’, a suposta terceira pessoa da Trindade, já vimos que não se trata de uma pessoa, mas da foca ativa de Deus”.1 Depois da referida declaração, procura justificá-la com dois argumentos, que refutaremos à luza da Bíblia. Os argumentos das páginas 20 – 23 da brochura estão bem refutadas por Bowman, na obra Por que se Deve Crer na Trindade – Uma resposta às Testemunhas de Jeová.

1 – Como pode ser o Espírito Santo uma pessoa e se alguém cheio dele?
A organização faz a seguinte exposição:
“João, o batizador, disse que Jesus batizava com espírito santo, assim como João batizava em águas. Portanto, assim como a água não é pessoa, tampouco o espírito santo é pessoa”.2
Acrescenta ainda que a Bíblia fala de pessoas que foram “cheias do Espírito Santo”, de pessoas que foram “ungidas pelo Espírito Santo”. Então, questiona a STV, como pode ser o Espírito Santo uma pessoa? Como pode uma pessoa ou um grupo de pessoas serem cheio de uma pessoa? Com essas conclusões nega ser o Espírito Santo uma pessoa e simultaneamente a sua divindade.3
O Corpo Governante, porém, no mesmo livro ensina que Satanás é uma pessoa, nestes termos:
“Satanás, o Diabo, é uma pessoa real... Tanto Deus como o Diabo são pessoas espirituais”.4
No entanto, a própria Tradução do Novo Mundo (TNM), diz em Lucas 22:3: “Mas Satanás entrou em Judas, o chamado Iscariotes”. Agora sou eu quem pergunto às Testemunhas de Jeová: como pode um pessoa entrar na outra? Personalidade, portanto, não é corporalidade. Deus é pessoal, mas não tem corpo material: “Deus é Espírito” (João 4:24). Isso prova que a STV confunde o significado de personalidade.
Essa comparação, entre batismo no Espírito Santo e batismo nas águas, é muito pobre. É argumento inconsistente, uma vez que o batismo nas águas representa imersão nela, significado de uma nova vida com Cristo (Romanos 6:4,5), e o batismo no Espírito Santo significa ser alguém revestido dele. Em 1 Cor. 10:2 lemos que o povo de Israel foi batizado em Moisés. Então a STV deveria também negar a personalidade de Moisés. Como pode um povo ser batizado em Moisés?
O fato de alguém estar cheio do Espírito Santo, ou revestido dele, não quer dizer que ele seja impessoal. Para esses mesmos argumentos da STV nós temos a resposta com outra pergunta: Como pode ser Jesus uma pessoa e ser alguém morada dele? Disse Jesus: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (João 14:23). O apóstolo Paulo disse: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gálatas 2:20). Como a STV explica este fenômeno? Nega também a personalidade do Senhor Jesus Cristo por causa disso? Claro que não. Por que pois negam a personalidade do Espírito Santo, utilizando-se do mesmo argumento? Aí está o artifício da STV: usa dois pesos e duas medidas, sem a preocupação de ensinar a Bíblia, mas de impor crenças peculiares.

2 – Personalizar não prova personalidade
O Corpo Governante cita Provérbios 1:20-23; Mateus 11:19 e Lucas 7:35, querendo provar que a sabedoria personificada não é uma pessoa.5 Os “filhos da sabedoria” é uma expressão hebraísta que diz respeito aos efeitos ou às obras da sabedoria. A Bíblia não personaliza o Espírito Santo, pois não há necessidade disso, por ser ele uma pessoa. Em nenhum lugar da Bíblia diz que a sabedoria é uma pessoa, enm apresenta atributos pessoais e divinos. É o contrário do Espírito Santo. Esse argumento, portanto, da STV é tão paupérrimo que só pode convencer as Testemunhas de Jeová, e, mesmo assim, porque elas são privadas de examinar qualquer tratado teológico, fora de sua organização.

3 – O Espírito Santo não tem identidade pessoal?
A STV ensina que o Espírito Santo não tem identidade pessoal porque tal expressão ocorre 21 vezes no Novo Testamento sem o artigo.6 Os integrantes da STV não ensinam que o artigo grego aponta o objeto ou chama a atenção para ele, e que a sua ausência pode ou não indicar indefinição. O nome de Jesus ocorre mais de 900 vezes no Novo Testamento e aparece cerca de 350 vezes sem o artigo, e nem por isso Jesus deixa de ter identidade pessoal. Se a STV se preocupasse em ensinar a Bíblia, assim como ela é, e a defender sua doutrina sem preconceito, os seus “eruditos” teriam publicado (no lugar onde diz que o artigo definido não aparece 21 vezes, onde ocorre a expressão “Espírito Santo”) que 73 vezes o Espírito Santo aparece com o artigo definido. Não o fazem porque tal procedimento atrapalha a explanção de suas crenças, e com isso provam que a STV não merece confiança.

Notas
1 Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 40.
2 Op. Cit., página 40.
3 Raciocínios à Base das Escrituras, página 143.
4 Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 18.
5 Ajuda ao Entendimento da Bíblia, 1982, página 542, 543.
6 Op. Cit., página 543.

Fonte: Como Responder às Testemunhas de Jeová, Esequias Soares da Silva, Editora Candeia, 1995.

Um estudo sobre as testemunhas de Jeová e o Espírito Santo



Sábado passado eu publiquei um texto sobre Hebreus 3, que mostrava dois aspectos do Espírito Santo: sua divindade e sua personalidade, especialmente comparado ao ensino herege das Testemunhas de Jeová que nega ambas as coisas. O texto em si mesmo é mais do que suficiente para explicar a questão, mas eu achei interessante publicar um estudo mais detalhado sobre a questão. Nos próximos três sábados (esse dia da semana seria mais interessante publicar sobre os Adventistas do Sétimo dia, mas isso fica para o futuro) vou publicar um texto sobre o Espírito Santo do livro Como Responder às Testemunhas de Jeová, de Esequias Soares da Silva. Como o estudo é bem detalhado, resolvi dividi-lo em três partes para que você possa se alimentar aos poucos dessas verdades e estar mais preparado para responder as testemunhas de Jeová que baterem à sua porta (seja a porta real ou virtual).
Essas postagens também são uma resposta mais detalhadas ao comentário do meu amigo Luis, que é testemunha de Jeová e tem feito um trabalho vigoroso na defesa de suas crenças, mesmo sendo elas falsas e contrárias aos ensinos das Escrituras. Espero do fundo do coração que um dia, assim como eu, ele possa se livrar do engano dos ensinos da Torre de Vigia.

Abaixo o link para as postagens:



sábado, julho 07, 2012

Hebreus, o Espírito Santo e as testemunhas de Jeová




Esse semana eu estava lendo Hebreus 3 quando me deparei com o seguinte texto:

Portanto, como diz o Espírito Santo: Se ouvirdes hoje a sua voz,
Não endureçais os vossos corações, Como na provocação, no dia da tentação no deserto.
Onde vossos pais me tentaram, me provaram, E viram por quarenta anos as minhas obras.
Por isso me indignei contra esta geração, E disse: Estes sempre erram em seu coração, E não conheceram os meus caminhos.
Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso.
Hebreus 3:7-11

Parei por um instante, refleti um pouco e imediatamente peguei a minha Tradução do Novo Mundo das Sagradas Escrituras (versão oficial da Bíblia das testemunhas de Jeová) e procurei o mesmo texto nesse livro, onde lemos o seguinte:

Por esta razão, como diz o espírito santo: “Hoje, se escutardes a sua própria voz, não endureçais os vossos corações como na ocasião em que se causou ira amarga, como no dia em que se fez a prova no ermo, em que os vossos antepassados me submeteram a uma prova, com uma provação, e, no entanto, tinham visto as minhas obras por quarenta anos. Por esta razão me aborreci desta geração e disse: ‘Eles sempre se perdem nos seus corações, e eles mesmos não chegaram a conhecer os meus caminhos.’ De modo que jurei na minha ira: ‘Não entrarão no meu descanso.’”

Esse texto sozinho é capaz de derrubar duas das mais significativas (e perigosas) doutrinas da Torre de Vigia: que o Espírito Santo não é uma pessoa e muito menos é Deus.
O texto começa com o Espírito Santo falando, fazendo uma declaração. Se o Espírito Santo não fosse uma pessoa, ele jamais poderia falar nada, já que objetos não falam. Uma testemunha de Jeová poderia levantar a objeção que isso é pura figura de linguagem, como alguém que diz “pare em nome da lei”, ou qualquer coisa do tipo. Mas é importante lembrar como uma testemunha de Jeová chega a conclusão que o Espírito Santo não é uma pessoa. Eles não chegam a essa conclusão pela leitura das Escrituras, mas pelo seguinte raciocínio: como o Espírito Santo entrou nos apóstolos no Pentecoste e também pode operar em vários lugares ao mesmo tempo, ele jamais poderia ser uma pessoa (particularmente eu acho as doutrinas da Torre de Vigia muito materialista, mas isso fica pra outro post). Após esse raciocínio e após isso ter sido estabelecido, então, a testemunha de Jeová passa à caça de textos nas Escrituras que “comprovam” esse raciocínio. Muitos outros textos mostram a pessoalidade do Espírito Santo (Rom 8:27, 15:10; Atos 8:29, 11:12, 21:11; 1 Tim 4:1 e tantos outros) e esse, Hebreus 3, tem dupla função.
A segunda doutrina destruída por esse texto é aquela que diz que o Espírito Santo não é Deus. Aqui, o Espírito Santo fala como Deus. Foi contra Deus que o povo se rebelou no deserto e foi Deus quem decretou que eles vagariam por 40 anos antes de entrar na Terra Prometida. Como poderia o Espírito Santo dizer que ele foi submetido à prova e que ele havia operado obras e que ele se aborreceu e que os caminhos que o povo não chegou a conhecer foram os deles e que ele ficou irado, se não fosse uma pessoa e se essa pessoa não fosse Deus? Leia esse texto e compare com Números 14, especialmente do versículo 28 em diante. E note também que a palavra para Senhor nesse texto é o tetragrama, que as testemunha de Jeová afirmam ser o nome de Deus (Jeová).
Assim, um único texto é capaz de destruir duas doutrinas de uma única vez.
Eu tenho certeza que se eu abrisse a minha Watchtower Library eu encontraria alguma explicação esdrúxula para Hebreus 3 que poderia convencer aqueles dentro da seita, mas dificilmente resistiria a uma análise mais profunda.
Mas fiquem a vontade para tentar.

domingo, agosto 21, 2011

Fundamentos bíblicos da Trindade



Algumas pessoas desafiam a ideia que a Bíblia ensina a natureza trinitária de Deus. No entanto, seis simples afirmações mostram como essa doutrina na verdade é derivada das Escrituras:

Existe apenas um Deus verdadeira (Deuteronômio 6:4; Isaías 43:10; João 17:3; Gálatas 3:20).
O Pai é chamado ou referido como Deus (Samo 89:26; Efésios 4:6; Colossenses 1:2–3; 2 Pedro 1:17).
O Filho (Jesus Cristo) é chamado ou referido como Deus (João 1:1; Filipenses 2:6; Colossenses 2:9; Tito 2:13).
O Espírito Santo é chamado ou referido (ou recebe o status) como Deus (Gênesis 1:2; João 14:26; Atos 13:2, 4; Romanos 8:11).
O Pai, Filho e Espírito Santo são pessoas distintas e podem ser distinguidas uma da outra (O Pai não é o Filho, o Pai não é o Espírito Santo; e o Filho não é o Espírito Santo) (Mateus 28:19; Lucas 3:22; João 15:26; 16:13–15; 2 Corintios 13:14).
As três pessoas (Pai ou Deus; o Filho ou Cristo ou Senhor; e o Espírito Santo ou Espírito) são frenquentemente listados juntos em padrões triádicos de unidade e igualdade (Romanos 15:16, 30; 1 Corintios 12:4-6; 2 Corintios 1:21–22; Gálatas 4:6).

Meu amigo e colega Robert M. Bowman Jr. provê mais de 1000 referências bíblicas para a doutrina da trindade em www.irr.org/trinity-outline.html (atualmente em processo de tradução).

segunda-feira, novembro 08, 2010

A divindade do Espírito Santo


Tradução Pés Descalços

Eu normalmente sou questionado porque eu acredito na divindade de Jesus, mas é justo perguntar porque eu acredito na divindade do Espírito Santo. Não é possível que o Espírito seja apenas o poder não-pessoal de Deus? Bem, o Espírito é descrito de forma que você não esperaria de uma força: "E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." (Efésios 4:30 ESV)

A passagem clássica é: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? e vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.” (Atos 5:3-4 ACF) Parece aqui que Deus e o Espírito são utilizados em paralelo. Ao mentir para o Espírito, ele estava mentindo a Deus ao mesmo tempo.

No entanto, essa não é a única passagem. Em inúmeras vezes todos os três membros da Trindade são usados juntos. "Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo." (Mateus 28:19 ACF) "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós" (2 Coríntios 13:14 ACF) "Ora, há diversidade de dons, mas o mesmo Espírito; e há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo e há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos." (1 Coríntios 12:4-6 ACF) Todos os três são usados em paralelo. A questão é por quê? Se o Espírito é apenas o poder de Deus, por que não incluir um dos outros atributos de Deus também? E quanto ao amor, justiça ou misericórdia? Por alguma razão, é o Deus Pai, o Senhor Jesus e o Espírito Santo que sempre aparecem juntos. Aceito a explicação trinitária que todos os três são pessoas do Deus trino.
Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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