Hoje é o aniversário de 10 anos dos atentados do 11 de Setembro, em 2001. O dia em que terroristas islâmicos sequestraram quatro aeronaves comerciais com o objetivo de atingir construções importantes no território americano. Três aeronaves alcançaram seus objetivos (Torres Norte e Sul do World Trade Centrer e Pentágono). Uma aeronave foi derrubada pelos terroristas na Pensilvânia.
Temos visto noticiários em todo lugar. Nenhum outro evento foi tão bem documentado, esmiuçado, detalhado e visto. Hoje sabemos de absolutamente tudo o que aconteceu naquele dia e nos dias que se antecederam. Cada segundo, cada ação, praticamente cada pensamento pode ser reconstruído. O mundo mudou depois dessa data.
Mesmo estando distante dos Estados Unidos naquele dia, o 11/9 teve influência direta na minha vida. Naquela época, eu trabalhava na loja de passagens da falecida Transbrasil e estava no aeroporto de Guarulhos. Nossa loja ficava no Terminal 1, Asa B, bem próximo à Capela do aeroporto e tínhamos uma TV do aeroporto bem em cima da gente. Um pouco antes das nove da manhã daquela terça-feira, começamos a ver pela televisão a Torre Norte do World Trade Center em chamas. As primeiras informações diziam que um pequeno avião tinha atingido o prédio. Parecia um acidente. Mas tudo isso mudou quando, diante de nossos olhos, uma segundo avião se lançou contra a Torre Sul. A ideia de acidente foi abandonada e já se tinha claro que era algo intencional.
Um certo temor tomou conta do aeroporto de Guarulhos. Aos poucos, as notícias foram chegando. Algumas verdadeiras, outras falsas. Soubemos que uma das aeronaves era da American Airlines e outra da United Airlines. Fomos informados que os ataques também tinham atingido o Pentágono. Ninguém sabia quantos aviões haviam sido sequestrados e havia rumores que os aeroportos ao redor do mundo podiam ser alvos em potencial. Essa ideia, que se provou falsa, ganhou força por causa de uma pequeno acidente que aconteceu naquele dia no aeroporto de Milão, quando dois aviões se chocaram acidentalmente. Nosso voo que estava a caminho de Orlando teve que voltar, o seguinte fora cancelado. O espaço aéreo americano foi fechado. Muitas pessoas estavam com medo do que estava acontecendo, pois não sabíamos o que realmente estava acontecendo. E era possível ver algumas pessoas na American e na United chorando. Foi um dia longo e difícil, que durou muito mais do que as horas do meu turno. Que eu me lembre, passei o dia inteiro no aeroporto, voltando pra casa só no dia seguinte.
Os resultados dos atentados se seguiram nos dias e anos seguintes e podemos percebê-los até hoje. A aviação entrou em uma crise que até hoje não foi superada. Os Estados Unidos entraram em uma guerra ao terrorismo que os levou para o Afeganistão e para o Iraque. Os procedimentos de segurança nos aeroportos de todo o mundo aumentaram, especialmente nos americanos. Quem passa pelo TSA sabe bem do que estou falando. Os americanos hoje estão de olhos mais abertos. Se você já foi pra Nova Iorque, já deve ter visto a frase cunhada logo após o 11 de Setembro “if you see something, say something” (se você ver algo, fale sobre isso), que gera uma ideia de contínua vigilância na cidade.
Mas não somente a segurança passou a ser assunto do dia a dia. O islamismo ganhou a atenção do mundo. Antigamente, os atentados terroristas aconteciam com mais frequência nos países islâmicos, ou em Israel. De repente, os terroristas estavam no coração do solo americano e matando pessoas em massa se utilizando do próprio estilo de vida desse povo.
Novas palavras foram apresentadas para aqueles que não eram familiarizados com religião: Corão, Jihad, Maomé, Al Quaeda. Um muçulmano em especial se tornou inimigo público número um: Osama Bin Laden. Foi necessário quase uma década para que ele fosse morto.
É praticamente impossível listar aqui como esse evento único mudou o mundo nos últimos anos. Mas uma coisa podemos afirmar. Crenças possuem consequências. Aqueles que acreditam em uma interpretação literal do Corão e da ideia de Jihad como guerra (não apenas como guerra pessoal, luta contra si mesmo, como querem os muçulmanos mais liberais), pode levar à morte milhares de pessoas, se essas crenças encontrarem lugar e financiamento para se desenvolverem.
Muitos de nossos irmãos cristãos estão dando a sua vida para a pregação do evangelho da paz no meio islâmico. Muitos muçulmanos que se convertem são condenados à morte ou à cadeia por sua nova fé. Entre os três países mais intolerantes ao evangelho, vários são oficialmente islâmicos. Alguns estão passando por revoltas populares para mudança de governos e isso tem trazido uma certa esperança de implantação da democracia. Infelizmente, essa é uma ideia estranha ao islamismo.
O mundo islâmico é um grande desafio como campo missionário, tanto pelo perigo quanto pelas dificuldades inerente a se evangelizar uma cultura tão diferente da nossa. Mas os Estados Unidos também é um grande campo missionário, já que é um país que caminha aos poucos para se tornar uma nação pós-cristã.
Espero que esse dia traga para os cristãos a consciência de como ideias erradas podem ter consequências terríveis e como o evangelho pode transformar pessoas. Oremos pelos nossos irmãos missionários, tanto no oriente quando no ocidente. Que a pregação do verdadeiro evangelho possa alcançar os corações e tirar das mãos do Diabo aqueles que servirão de assassinos terroristas nas mais variadas partes do mundo. E estejamos prontos também para a pregação e defesa da nossa fé. Esse é um chamado integral para toda a igreja.
Um bom livro para conhecer os detalhes sobre esses atentados é “Plano de Ataque”, de Ivan Sant'anna. Eu li a pouco tempo gostei muito.