Essa semana
morreu o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Eu entendo bem pouco de
arquitetura, mas sei que ele foi uma pessoa que contribuiu imensamente para
essa arte. Ele também era ateu. Era, porque agora ele não é mais. Tanto na
visão cristã quanto na ateísta, Niemeyer deixou de ser ateu porque, na visão
cristã, ele encontrou com o seu Criador e agora ele sabe que Deus existe e na
visão ateísta, não existe vida após a morte, portanto, tudo o que sobrou do
arquiteto é aquilo que já existia antes: um corpo físico, só que agora, morto.
Em
comemoração à morte de Niemeyer (???) ou para homenageá-lo pela sua obra, a fan
Page do Facebook ATEA nos presenteou com a imagem que você vê acima. “Na
imagem, podemos ler: uma longa vida de realizações e sucesso, sem Deus”.
Essa frase
está errada. O correto seria: “uma longa vida de realizações e sucesso, sem uma
crença em Deus”. Pode parecer que ambas são a mesma coisa, mas não são. E já
explico o porquê.
Antes, acho
interessante notar que os novos ateus estão aprendendo alguma coisa de
marketing com o movimento evangélico moderno, especialmente da teologia da
prosperidade. Assim como muitas igrejas prometem sucesso na vida se você
acreditar em Deus, os ateus estão prometendo uma vida feliz e próspera se você
não acreditar em Deus. Dawkins já prometia isso no inicio de seu brilhante
livro, “Deus um Delírio”. Parabéns ATEA! Se vocês conseguirem fazer com o
movimento ateu aquilo que o evangelho da prosperidade fez com a igreja
evangélica, o futuro do ateísmo caminha para um futuro sombrio.
Voltando ao
tópico, uma vida sem Deus é diferente de uma vida sem crença em Deus. Niemeyer
nunca teve uma vida sem Deus. Ele teve uma vida sem crença em Deus. Primeiro, a
crença ou não na existência em Deus é irrelevante para a questão se Deus existe
ou não. Se ele não acreditava em Deus, se ele negava a existência de uma
divindade, essa divindade continuaria existindo independente de suas crenças. E
mesmo sem essa crença, essa divindade continuaria exercendo influencia em sua
vida, como exerce na de todos nós. O simples fato de Deus ter permitido que ele
tivesse vivido por quase 105 anos mesmo negando a sua existência, apesar das
comprovações mais óbvias de sua existência, mostra o quanto Deus é amoroso e
agiu com graça para Niemeyer. Mas o segundo ponto para mim é ainda mais
importante.
A frase “uma
longa vida... sem Deus” é irracional. Para que a vida exista, Deus é
necessário. Aliás, para que o universo exista, Deus é necessário. Se isso não
fosse verdade, veja quantas crenças irracionais uma pessoa precisa aceitar para
acreditar que uma vida sem Deus é possível:
- Acreditar que coisas aparecem do nada sem causa.
- Acreditar que a vida pode vir de algo sem vida.
- Acreditar que informação pode ser gerada sem uma mente inteligente.
- Acreditar que essa informação pode ser interpretada sem uma mente inteligente.
- Acreditar que a primeira lei de Newton, da inércia, está errada.
- Acreditar que padrões morais reais não existem.
E por aí
vai. Todos esses conceitos acima contrariam as mais simples percepções de nosso
universo. Todas elas são, para dizer o mínimo, irracionais. Portanto, uma vida
sem Deus, é também uma frase irracional.
Se a ATEA
quisesse parecer menos irracional, deveria mudar a frase sobre Niemeyer. Mas
racionalidade nuca foi o forte por ali...
Um comentário:
Muito pertinente seu texto...concordo...
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