sábado, dezembro 08, 2012

É possível uma vida sem Deus?



Essa semana morreu o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Eu entendo bem pouco de arquitetura, mas sei que ele foi uma pessoa que contribuiu imensamente para essa arte. Ele também era ateu. Era, porque agora ele não é mais. Tanto na visão cristã quanto na ateísta, Niemeyer deixou de ser ateu porque, na visão cristã, ele encontrou com o seu Criador e agora ele sabe que Deus existe e na visão ateísta, não existe vida após a morte, portanto, tudo o que sobrou do arquiteto é aquilo que já existia antes: um corpo físico, só que agora, morto.
Em comemoração à morte de Niemeyer (???) ou para homenageá-lo pela sua obra, a fan Page do Facebook ATEA nos presenteou com a imagem que você vê acima. “Na imagem, podemos ler: uma longa vida de realizações e sucesso, sem Deus”.
Essa frase está errada. O correto seria: “uma longa vida de realizações e sucesso, sem uma crença em Deus”. Pode parecer que ambas são a mesma coisa, mas não são. E já explico o porquê.
Antes, acho interessante notar que os novos ateus estão aprendendo alguma coisa de marketing com o movimento evangélico moderno, especialmente da teologia da prosperidade. Assim como muitas igrejas prometem sucesso na vida se você acreditar em Deus, os ateus estão prometendo uma vida feliz e próspera se você não acreditar em Deus. Dawkins já prometia isso no inicio de seu brilhante livro, “Deus um Delírio”. Parabéns ATEA! Se vocês conseguirem fazer com o movimento ateu aquilo que o evangelho da prosperidade fez com a igreja evangélica, o futuro do ateísmo caminha para um futuro sombrio.
Voltando ao tópico, uma vida sem Deus é diferente de uma vida sem crença em Deus. Niemeyer nunca teve uma vida sem Deus. Ele teve uma vida sem crença em Deus. Primeiro, a crença ou não na existência em Deus é irrelevante para a questão se Deus existe ou não. Se ele não acreditava em Deus, se ele negava a existência de uma divindade, essa divindade continuaria existindo independente de suas crenças. E mesmo sem essa crença, essa divindade continuaria exercendo influencia em sua vida, como exerce na de todos nós. O simples fato de Deus ter permitido que ele tivesse vivido por quase 105 anos mesmo negando a sua existência, apesar das comprovações mais óbvias de sua existência, mostra o quanto Deus é amoroso e agiu com graça para Niemeyer. Mas o segundo ponto para mim é ainda mais importante.
A frase “uma longa vida... sem Deus” é irracional. Para que a vida exista, Deus é necessário. Aliás, para que o universo exista, Deus é necessário. Se isso não fosse verdade, veja quantas crenças irracionais uma pessoa precisa aceitar para acreditar que uma vida sem Deus é possível:
  • Acreditar que coisas aparecem do nada sem causa.
  • Acreditar que a vida pode vir de algo sem vida.
  • Acreditar que informação pode ser gerada sem uma mente inteligente.
  • Acreditar que essa informação pode ser interpretada sem uma mente inteligente.
  • Acreditar que a primeira lei de Newton, da inércia, está errada.
  • Acreditar que padrões morais reais não existem.

E por aí vai. Todos esses conceitos acima contrariam as mais simples percepções de nosso universo. Todas elas são, para dizer o mínimo, irracionais. Portanto, uma vida sem Deus, é também uma frase irracional.
Se a ATEA quisesse parecer menos irracional, deveria mudar a frase sobre Niemeyer. Mas racionalidade nuca foi o forte por ali...

Um comentário:

Coisas da Lívia disse...

Muito pertinente seu texto...concordo...

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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