segunda-feira, agosto 06, 2012

Casamento bíblico: pode tudo? - Parte 2



Ontem apresentamos a primeira parte desse texto, quando analisamos os aspectos da argumentação dos novos ateus e como isso pode ser visto na imagem acima. Leia a primeira parte, pois esse texto aqui fará muito mais sentido com a introdução do primeiro.
Pronto?
Com tudo isso em mente, vamos analisar os oito tipos de casamentos que vemos na figura.

1 – Homem + mulher
Nada de errado aqui. Realmente a esposa é submissa ao marido, assim como a igreja é submissa à Cristo e este submisso a Deus. É uma questão do papel de cada um. E como pode ser visto no texto de Efésio 5 apresentado acima, essa submissão é baseada em amor, especialmente da parte do marido.
O único comentário adicional é que eles afirmam que todos os casamentos da Bíblia eram arranjados, como se isso fosse uma grande atrocidade. Na verdade, esse era o padrão de casamento da nossa sociedade até pouco tempo atrás e apenas recentemente isso mudou. Além disso, vários casamentos bíblicos foram baseados no amor, mesmo os arranjados. Um exemplo? Jacó e Raquel (Genesis 29:18).

2 – Homem + esposas + concubinas
Isso nunca foi um mandamento bíblico, nem foi definido como casamento pelas Escrituras. A Bíblia apenas relata os atos pecaminosos desses homens. Mesmo homens como Abraão, que para nós é um dos pais da fé, pecaram e não apenas uma vez. E muitas vezes viram o resultado de seus pecados.

3 – Homem + mulheres + mulheres
A Atea cita Gênesis 16 talvez na esperança que as pessoas não venham a ler o texto, já que aqui temos a história de como Sarai entregou sua serva para que Abrão dormisse com ela. Por tudo o que já lemos até aqui, vemos que não existe um mandamento de Deus para essa atitude. Na verdade, tudo isso é considerado como pecado e trouxe graves consequências para todos (leia o capítulo 21 de Gênesis). De qualquer forma, isso não é conceito de casamento, mas sim a descrição de um ato pecaminoso.

4 – Homem + mulher + mulher... (poligamia)
Já falamos sobre poligamia e como Deus deixou bem claro nas Escrituras que o casamento deveria ser entre um homem e uma mulher. Qualquer coisa que fosse além disso, seria considerado como fruto do coração pecaminoso do homem.

5 – Homem + viúva de seu irmão (casamento levirado)
Talvez por desconhecer em sua profundidade o texto bíblico (o que fica claro pela hermenêutica ruim da Atea), eles citaram Gênesis 38:6-10 para o casamento levirato (o correto é levirato), mas o melhor texto é Deuteronômio 25:5. Esse texto é um mandamento para uma situação específica: a viúva sem filhos. Se o marido morto possuía um irmão, então, ela deveria se casar com ele e não com alguém de fora. O objetivo dessa lei para Israel era proteger as viúvas, já que não existia uma seguridade social na época e uma mulher sem filhos poderia facilmente cair na prostituição para se sustentar. Era isso que a lei planejava: trazer proteção para a mulher. Lembre-se, aquela era outra sociedade, uma época muito mais dura e difícil.

6 – Estuprador + vítima
Se um homem se encontrar com uma moça sem compromisso de casamento e a violentar, e eles forem descobertos, ele pagará ao pai da moça cinqüenta peças de prata. Terá que casar-se com a moça, pois a violentou. Jamais poderá divorciar-se dela.
Deuteronômio 22:28-29 (NVI)

Veja esse mesmo texto na versão Almeida Corrigida Revisada e Fiel.
Quando um homem achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com ela, e forem apanhados, então o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinqüenta siclos de prata; e porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os seus dias.

Dois pontos a se observar: o primeiro, o texto não aprova o estupro. Em momento nenhum o estupro é incentivado ou é dito que o estuprador fez algo correto. O texto, se realmente estiver lidando com estupro, apenas faz uma provisão para uma situação ruim. Mas a bem da verdade, eu acho pouco provável que o texto se refira a estupro. Veja que na versão Almeida o texto fala de um homem que se deita com uma virgem. Não diz que foi a força. Na verdade, o original em hebraico usa as palavras taphas para pegar e shakab para deitar-se. Taphas pode ter o sentido de violência ou não, mas como o texto fala apenas de uma virgem (excluindo assim mulheres que já tiveram relação sexual), acho pouco provável que o foco seja o estupro, mas sim a perda a virgindade, que era algo muito valorizado em sociedades antigas. Como julgamos as sociedades do passado pelos nossos valores, achamos hoje em dia absurda a valorização da virgindade. Mas isso fala muito mais sobre a pecaminosidade dos nossos tempos do que de qualquer outra sociedade.

7 – Soldado masculino + prisioneiras de guerra
Mais uma vez, a Atea torce para que aqueles que se encontrem com a figura, não venham a ler os dois textos apresentados: Número 31:1-18 e Deuteronômio 21:11-14. Ambos os textos mostram situações em uma sociedade que estava em guerra, mas de forma diferente. O primeiro é um ajuste pela desobediência dos soldados israelitas. Eles deveriam matar todos os midianitas, mas deixaram algumas mulheres vivas. Muito do pecado desses povos era sexual e envolvia mulheres, homens, animais e crianças. Já que os soldados desobedeceram ao comando de Moisés, foi feito um acerto para que pelo menos as virgens fosse poupadas, já que pelo menos elas dificilmente haviam se contaminado com os pecados sexuais de seu próprio povo. Tudo isso parece muito severo nos dias de hoje, mas lembre-se que Deus ordenava a morte desses povos como condenação de atrocidades que eles já faziam há muito tempo (veja o caso dos amoreus em Gênesis 15:16 e que somente foram punidos em Números 21). O segundo texto apresenta uma regulação para o caso de um soldado desejar tomar uma mulher de um campo inimigo como esposa. Ele deve trazê-la para Israel, deixá-la passar pelo luto da família por um mês e depois poderá tomá-la como esposa. Não como escrava sexual: como uma esposa digna. Em um período que mulheres eram propriedades e as mulheres de um campo inimigo deveriam se estupradas, a regulamentação bíblica sobre o assunto foi um enorme avanço.

8 – Homem escravo + mulher escravo
Leia Êxodo 21:1-4 e vejo os senhores eram horríveis com os servos, arrumando esposas para eles...

Ufa, que texto longo. Por isso dividi-lo em duas partes. Tentei cobrir o assunto de forma mais abrangente, mas muito mais ainda podia ser dito. Após analisar todos os argumentos da Atea para dizer que a Bíblia nunca possuiu uma única definição sobre casamento, podemos facilmente concluir que na verdade a Atea simplesmente desconhece o texto bíblico, ou desconhece os princípios mais básico da lógica, ou simplesmente possui um grande ódio por Deus e tudo o que se refere a Ele. Claro que nenhuma dessas opções é autoexcludente e possivelmente a melhor resposta seja uma combinação das três.
O mais importante é perceber que mesmo nos casos apresentados pela Atea o casamento sempre se caracterizou pela união entre homem e mulher. Mas quando o ódio é a força motriz por trás de sua argumentação, mesmo a coisa mais óbvia fica difícil de ser vista.

É por isso que eu sempre digo: LEIA A SUA BÍBLIA! Se você tiver um mínimo de conhecimento geral das Escrituras, irá tirar de letra esse tipo de argumentação falaciosa.

2 comentários:

by_getsemany disse...

Texo mt edificante Maurilo e Vivian. Que Deus continue os abençoando. O que vou pedir agora não tem mt a ver com o tema do texto, ma será que dá para enviar para meu e-mail (correio.danielfreitas@gmail.com) o manual de evangelismo do Tood. Graça e paz do Senhor vos sejam multiplicadas.

by_getsemany disse...

Texo mt edificante Maurilo e Vivian. Que Deus continue os abençoando. O que vou pedir agora não tem mt a ver com o tema do texto, ma será que dá para enviar para meu e-mail (correio.danielfreitas@gmail.com) o manual de evangelismo do Tood. Graça e paz do Senhor vos sejam multiplicadas.

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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