A ATEA –Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos é uma grande representante do
movimento conhecido como Novos Ateus. E a grande novidade em relação a esses
ateus não é uma nova argumentação, um raciocínio mais apurado sobre a religião
ou sobre a existência de Deus. A grande novidade dos Novos Ateus é o ódio pela
religião, por aqueles que são religiosos de alguma uma forma e especialmente um
ódio mortal contra Deus, que apesar dele não existir, eles ainda assim o
odeiam. Outra grande novidade é a forma de argumentação falaciosa (ad hominem,
homem de palha e raciocínio circular são os favoritos) e quando se trata da
Bíblia, esse aspecto se torna ainda mais forte.
No final de
Julho um amigo do Facebook compartilhou a imagem acima, que mostra que a Bíblia
possui várias definições de casamento. Assim, os cristãos que usam a Bíblia
contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo estão na verdade errados, já que
a própria Bíblia possui várias definições de casamento. Esse argumento ganha
ainda mais força com uma linguagem gráfica como na ilustração. Como ontem eu
publiquei um texto sobre a reação à declaração do presidente da Chick-Fil-Asobre o casamento bíblico entre homem e mulher, achei que seria bom responder
ao argumento acima.
Antes de
abordarmos as particularidades apresentadas na imagem, eu gostaria de falar um
pouco sobre o modus operandi das argumentações contra a Bíblia da ATEA e dos
novos ateus por tabela. Em sua grande maioria, quando um novo ateu faz uma
apresentação contra algum ponto bíblico, seja ele qual for, ele se utiliza de
alguns passos. O primeiro é isolar o texto de seu contexto. Ele trata um
versículo bíblico como se esse estivesse solto no espaço e então passam para o
segundo passo, o apresentam, via de regra, de forma distorcida, o que é fácil
fazer quando o texto está fora de seu contexto. O terceiro e mais contraditório
passo é quando esse texto é do Velho Testamento e o julgam a partir de padrões
cristãos que eles mesmos adotam, mas que jamais teriam coragem de afirmá-los
como tal. Ou seja, eles julgam sociedades antigas como se essas fossem
exatamente a mesma coisa do que a nossa sociedade atual. Isso é muito comum
quando julgam as atrocidades do Velho Testamento, mas tem dificuldade de chamar
de errado as atrocidades da nossa era, como o aborto. Apesar de acharem que a
moralidade é algo relativo, eles se tornam absolutistas na hora de julgar
sociedades bíblicas.
Quarto e
último passo para uma completa argumentação neo-ateísta: achar que tudo o que é
descrito na Bíblia é um mandamento de Deus. O neo-ateu interpreta toda a Bíblia
como se tudo aquilo que está ali fosse como ordenança ou exemplo de
comportamento para a humanidade. O que eles falham em entender é que existem
várias literaturas dentro da Bíblia. Não apenas isso, mas a Bíblia apresenta o
homem como ele realmente é, com todas as suas falhas e defeitos. Ela não
esconde a pecaminosidade do homem, muito pelo contrário, ela o mostra em toda a
sua atrocidade, fazendo uma comparação com o amor de Deus, que se torna imenso
perto da nossa transgressão. Se você seguir esses quatro passos, terá o padrão
perfeito para a argumentação falaciosa do novo ateu.
Isso dito,
qual é a definição bíblica de casamento? Não vamos encontrar nas Escrituras uma
frase que siga exatamente assim: a definição correta de casamento é a união
entre um homem e uma mulher. Não vamos encontrar essa frase porque a Bíblia não
é um dicionário, mas apesar de não encontrarmos essa frase colocada dessa exata
maneira, vamos encontrar esse conceito por toda a Escritura. Começando por Genesis,
podemos ver que Deus criou uma ajudadora para Adão (Gn 2:18-24) e tudo culmina
no versículo 24 que diz: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e
apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”. Veja aqui um padrão que
será seguido por toda a Bíblia: o casamento entre um homem e uma mulher. Deus
não criou dois homens ou não criou duas mulheres (até porque se tivesse feito
isso, não existiriam mais seres humanos), não criou um homem e várias mulheres
ou uma mulher e vários homens. Desde o começo o padrão de Deus para o homem era
um homem e uma mulher. Jesus afirma isso quando fala sobre divórcio:
Então
chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem
repudiar sua mulher por qualquer motivo?
Ele, porém,
respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio
macho e fêmea os fez, e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá
a sua mulher, e serão dois numa só carne?
Assim não
são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o
homem.
Disseram-lhe
eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?
Disse-lhes
ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar
vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim.
Mateus
19:3-8
Três coisas
interessantes a se notar no texto acima: que desde o princípio o padrão é macho
e fêmea, um homem e uma mulher; e depois, que Deus algumas vezes permite (e não
ordena) certos comportamentos humanos divergentes de seus mandamentos por causa
da dureza do coração humano. Lembre-se disso: se Deus fosse lidar com a pecaminosidade
humana da forma como deveria, nós já estaríamos extintos há séculos. É apenas
pela graça de Deus que o homem ainda caminha na terra. Mas Deus não tem feito
vista grossa para nada disso e apesar de ele ser paciente e tardio em se irar
(Joel 2:13), ele fará cumprir a sua justiça, seja na pessoa de Cristo para
aqueles que se arrependeram, seja na própria pessoa que se rebelou contra Ele.
Nada será esquecido. E o terceiro ponto: Cristo fez essa afirmação em uma
sociedade poligâmica. Apesar disso, Cristo não disse que desde o princípio Deus
criou um homem para várias mulheres, mas sim um homem e uma mulher. Mesmo em
uma sociedade polígama, a definição de casamento continuava a mesma.
O casamento
para o cristão também possui um forte contexto teológico, já que Cristo é
apresentado como o noivo e a igreja como a noiva (veja Efésios 5:27-32). Os
líderes da igreja deveriam ser casados com apenas uma esposa (1 Timóteo 3:2,
12). Mesmo os reis do Velho Testamento eram instruídos a não possuírem múltiplas
esposas (Dt 17:17). Davi e Salomão desobedeceram a Deus quando tiveram muitas
esposas e esse pecado não veio sem a justa punição:
E tinha
setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe
perverteram o coração.
Porque
sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o
coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o
SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai,
1 Reis
11:3-4
Portanto,
por toda a Bíblia, podemos ver que o conceito bíblico de casamento é entre um
homem e uma mulher e isso é consistente entre o Velho e o Novo Testamento.
Um último
ponto antes de analisarmos a imagem em si: muito do que é ensinado na Bíblia é
uma regulação para o povo de Israel e não mandamentos para a Igreja. Deus
fechou um acordo com o povo de Israel, uma constituição, uma legislação que
deveria guiá-los, especialmente enquanto estes deveriam viver em terras
estrangeiras, próxima de povos que muitas vezes eram muito mais depravados que
os próprios Israelitas (sacrifício de bebês era comum nessas sociedades, assim
como nos dias de hoje, só que antigamente eles esperavam o bebê sair da barriga
para isso). Lembre-se que estamos falando de uma sociedade separada por mais de
três mil anos até hoje, outros valores e uma sociedade que não havia sido
influenciada pelos valores cristãos, como é o caso da nossa. Muito do que Deus
regulou para Israel parece duro e rígido para nós que somos uma sociedade formada
com uma base de princípios cristãos (amor, caridade, respeito ao próximo,
igualdade, respeito), mas que quando comparado com as sociedades contemporâneas
em sua volta, essa regulamentação se apresenta como um enorme avanço moral e humanístico.
Com tudo
isso em mente, vamos analisar os oito tipos de casamentos que vemos na figura
acima, mas apenas amanhã, pois o texto já está enorme para um blog.
2 comentários:
não concordo que não exista Deus, quem criou o mundo nós? pense bem quando jesus voltar? lembra quando jesus fala sobre seu pai que estas no céu! quem acredita em jesus sabe que ele também tem um pai' que nós somos filho de Deus....
não concordo que não exista Deus, quem criou o mundo nós? pense bem quando jesus voltar? lembra quando jesus fala sobre seu pai que estas no céu! quem acredita em jesus sabe que ele também tem um pai' que nós somos filho de Deus....
Postar um comentário