Por Melissa de Hard-Core Christianity
Eu ainda
fico atônita que tantos ateus falham em perceber a falência intelectual de suas
próprias crenças – quando as mesmas são levadas às suas conclusões lógicas. Isso
é um problema particularmente evidente naqueles que fizeram carreira espalhando
o “evangelho” da evolução naturalista – a visão que todas as coisas são o
resultado de um processo natural cego e leis agindo sobre a matéria.
Dr. Alvin Plantinga |
Em 1994,
Dr. Alvin Plantinga da Universidade de Notre Dame escreveu um trabalho intitulado "Naturalism Defeated" (Naturalismo Derrotado). Seu argumento (e eu estou
simplificando e parafraseando aqui) era que se as nossas mentes humanas são o
produto de uma evolução naturalista, então não podemos confiar em nossas mentes
para produzir verdades confiáveis a respeito do mundo exterior. O máximo que
poderíamos esperar, Plantinga afirma, é que nossas mentes são confiáveis o
bastante para promover sobrevivência e reprodução. Portanto, a afirmação que o naturalismo
é verdade está sendo feita por uma mente que não é confiável.
Plantinga não
foi o primeiro pensador a apontar esse enigma do ateísmo. Em um artigo intitulado
“Religion Without Dogma?” (Religião
sem dogma?) o falecido C.S. Lewis disse:
C.S. (vulgo Jack) Lewis |
Seria
impossível aceitar o naturalismo em si mesmo se realmente e consistentemente acreditássemos
nele. Pois o naturalismo é um sistema de crenças. …se o naturalismo fosse
verdadeiro então todo pensamento seria o completo resultado de causas
irracionais. Assim, todo pensamento seria igualmente sem valor. Portanto, o naturalismo
seria sem valor. Se for verdadeiro, então não podemos conenhecer nenhuma
verdade. É como se o naturalismo cortasse a própria gartanta.
Lewis continua:
Eu me lembro
de uma vez me mostraram um tipo de nó que era feito de uma forma que se você
adicionasse um embaraço extra para garantir o nó, você de repente descobriria
que a coisa toda se desfez em suas mãos e tudo o que você tem é um pedaço de
fio. É o mesmo com o naturalismo. Ele continua reclamando território após
território: primeiro o inorgânico, então os organismos menores, então o corpo
do homem e então suas emoções. Mas quando dá o passo final e tenta uma
explicação naturalista para o pensamento em si, de repente a coisa toda se
desmancha.
Bem dito,
Jack, bem dito!
A natureza
auto-refutável do naturalismo é uma inconsistência séria para a visão de mundo
ateísta. Apenas pela direção com um propósito de um agente inteligente, responsável
pela mente do homem, podemos ter confiança nas verdades que averiguamos sobre nós
mesmos ou sobre o mundo. A verdadeira racionalidade não pode vir de um processo
natural irracional. A inteligência não pode vir daquilo que não é inteligente. O
efeito não pode ser maior do que a sua causa.
Um comentário:
Pouco depois que publicamos esse texto, um ateu respondeu no Twitter: “Argumento tão tosco quanto dizer que não se pode desenhar um quadrado alinhando pedras redondas porque elas não são quadradas…”
Discutimos por um tempo o tópico em si da postagem (que se a evolução for a responsável pela mente humana, ela não pode ser percebida como verdade, já que é um processo cego e irracional e não o irracional não gera o racional), mas eu não respondi à comparação feita por ele. Mas pensando um pouco sobre isso, na verdade, a comparação correta seria: não é possível tirar laranjas de uma macieira. Essa é a analogia correta. É esse o ponto quando dizemos que a evolução não pode responder por uma mente racional.
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