No dia 14 de Abril de
1912, o navio Titanic atingiu um iceberg em sua viagem inaugural e
começou seu famoso naufrágio. 1500 pessoas perderam a sua vida. E
um filme com uma música “chiclete” foi feito em 1997 (relançado
no cinema essa semana em 3D). Toda essa história é bastante
conhecida. Mas uma coisa que pouca gente sabe é que o naufrágio foi
“predito” em um livro chamado “Futility, or the Wreck of the
Titan” (Futilidade, ou o Naufrágio do Titã), escrito em 1898 pelo
mercador marítimo Morgan Robertson.
O mais interessante do
livro é que ele possui muitas similaridades entre a versão de 1898
e o naufrágio de 1912:
- Ambos navios foram construídos para serem inafundáveis.
- Ambos navios naufragaram ao bater em um iceberg.
- Ambos navios estavam em sua viagem inaugural.
- As mais famosos e ricos do momento estavam no Titan e no Titanic.
- Apenas um terço de dos passageiros de ambos navios sobreviveu.
- Ambos navios possuíam um número inadequado de botes salva vidas.
- Ambos navios foram encorajados a quebrar os recode de velocidade em sua viagem.
Tudo é muito
interessante, mas o que isso tem a ver com os temos do nosso blog? Eu
estava tentando a escrever algo sobre os “icebergs” de nossa vida
e como Jesus pode nos guiar por mares tranquilos se não tivermos o
orgulho e a pompa de tirá-lo do timão dos navios da nossa vida, mas
eu resisti firmemente a escrever esse tipo de bobagem. A história do
livro escrito 14 anos antes do naufrágio nos é interessante por
causa de outra coisa.
Muita gente,
especialmente nos recônditos mais escondidos da internet, proclama
que o Jesus da fé não tem nada a ver com o Jesus histórico. Se
existiu alguém na palestina do primeiro século com o nome de Jesus,
ele foi no máximo um líder carismático de um pequeno grupo que foi
morto pelas sua pregação. Nada mais que isso. Todo o resto que a
Bíblia afirma (incluindo a data de seu nascimento, 25 de
Dezembro!!!!) é parte de uma conspiração inventada pela igreja, ao
adotar a mitologia da época e aplicá-la a pessoa de Cristo. Veja
esse site por exemplo. O filme Zeitgeist também fez fama na internet
por causa de suas “revelações”. O deus Mitras é um dos mais
citados como a fonte de origem para vários dos elementos da
cristologia. Alguns exemplos:
- Nasceu dia 25 de dezembro;
- nasceu de uma virgem;
- teve 12 discípulos;
- praticou milagres;
- morreu crucificado;
- ressuscitou no 3º dia;
- era chamado de “A Verdade”, “A Luz”
- veio para lavar os pecados da humanidade;
- foi batizado;
- como deus, tinha um “filho”, chamado Zoroastro.
Mitras |
Uau, muita gente pode
pensar que isso “prova” que o Cristo do cristianismo nada é mais
do que uma versão judaica da mitologia persa. Mas duas coisas nos
mostram que isso não é necessariamente verdade. A primeira, é que
muito dos mitos sobre esses deuses são exatamente isso, mitos. Não
correspondem às verdadeiras descrições dessas deidades. Mitras,
por exemplo. Podemos dizer que existem dois Mitras. O persa e o
romano. Sobre o persa, pouca coisa sabemos. A maior parte é através
de pinturas. Não existes praticamente textos sobre as crenças desse
período. Uma delas, por exemplo, é que ele nasceu de uma rocha, não
de uma virgem. Pastores realmente testemunharam seu nascimento e até
o ajudaram a sair da rocha, mas o mais interessante é que esses
pastores estavam ali em um tempo que não deveria haver seres
humanos. Ele não teve doze discípulos como Jesus e nem morreu pelos
pecados das pessoas. Na verdade, não existe registro de sua morte. A
versão romana é bem mais recente e essa apresenta muitas
similaridades com Jesus. Mas o diabo está nos detalhes. O Mitras
romano veio depois de Jesus Cristo. Essa religião, o Mistério
Mitráico, foi praticado do primeiro até o quarto século por todo o
império romano. O que provavelmente aconteceu aqui é que o Mitras
romano começou a adotar algumas das crenças do cristianismo, que
crescia rapidamente, para tentar se tornar mais apelativo ao povo da
época. Isso fica claro quando se compara o Mitras do primeiro século
o dos séculos posteriores. O que aconteceu foi exatamente o
contrário do que muita gente afirma.
A segunda coisa
interessante nos é trazida pelo livro de Robertson, que antecedeu o
desastre do navio em 14 anos. Mesmo que as histórias sobre as
deidades fossem exatamente iguais às de Cristo (e uma análise
cuidadosa das declarações nos mostram que não são), o máximo que
poderíamos tirar disso é que o homem consegue prever eventos que
estão para ocorrer. E não estou falando aqui sobre uma previsão
“mediúnica” ou mesmo “profecia”. Estou falando sobre outras
coisas. Como por exemplo, a observação da sociedade. É bem
possível que Robertson estivesse observando como a sociedade de sua
época era e percebeu que algo como o naufrágio do Titan poderia
acontecer. Dito e feito. No caso dos deuses mitológicos, é possível
que o homem perceba algumas das coisas que vão no coração do
homem, colocados ali por Deus, ou mesmo percebam muito sobre os
atributos de Deus através da natureza. É possível para o homem
saber muito sobre Deus através da chamada Teologia Natural, mesmo
não sendo suficiente para a salvação. Isso é possível, mas como
já disse, não é o caso de nenhum dos deuses mitológicos. Nem
reunindo todos eles teríamos características suficientes para serem
considerados os originadores do Deus cristão.
A documentação
histórica sobre Cristo é impressionante. O Jesus da história é o
mesmo Cristo da fé e isso nos é comprovado pela vasta documentação
da época. A descoberta de um fragmento de um texto de Marcos,
aparentemente do primeiro século, deverá ser revelada em um estudo
no ano que vem, caso as datações realmente comprovem essa data. Se
isso for verdade, todas as teorias que dizem que o Novo Testamento
foi escrito muito tempo depois da vida dos apóstolos terão que ser
revistas.
Vamos voltar em breve
com novas postagens sobre a confiabilidade do Novo Testamento.
Esse é o tipo de
informação que todo cristão deveria conhecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário