sábado, janeiro 29, 2011

O que é inerrância?




Dr. D. A. Carson
Professor de Novo Testamento
Trinity Evangelical Dinity School

Vale a pena pausar um pouco para dizer o que inerrância não é. Algumas pessoas querem que inerrância inclua a falta de qualquer irregularidade gramatical ou ortografia estranha. Considerando-se francamente que nós no Ocidente só começamos a padronizar a ortografia recentemente – veja a ortografia Puritana de 400 anos atrás. Era bizarramente variada e assim por diante. Inerrância não tem nada a ver com detalhes meticulosos desse tipo. Também não aborda a questão se os manuscritos foram ou não copiados e copiados e copiados e algumas vezes carregando algum erro na cópia. Ela não aborda nenhuma dessas questões.



A inerrância está totalmente ligada a um assunto central – Deus revelou a si mesmo em palavras? Ou Ele só se revelou por experiências numinosas? Se Ele se revelou somente em alguma experiência subjetiva, numinosa, mística, que não pode ser verbalizada corretamente, então qualquer noção de inerrância ou coisa do tipo simplesmente não faz sentido. Mas se Deus em sua misericórdia fala conosco – se Ele é um Deus que fala, em nossa linguagem, apesar do fato de habitar na eternidade, Ele fala conosco em Hebraico e em Aramaico e em Grego (as línguas do período bíblico) – então a pergunta passa a ser: as suas palavras são confiáveis? Quando Ele fala, Ele fala a verdade?
Obviamente a Bíblia é feita de diferentes formas e gêneros literários, portanto algumas vezes a forma como Deus se revela é diferente de outras forma que Deus se revela mesmo em palavras. Por exemplo, pelo profeta Jeremias no Velho Testamento, cerca de 6 séculos antes de Cristo, Deus dá a Jeremias uma palavra. Jeremias dita essas palavras para seu secretário. E seu secretário as escreveu. Na história, eventualmente, chegam algumas pessoas ruins e pegam o manuscrito – o único manuscrito – e começam a rasgá-lo e jogá-lo no fogo. Como leitor, você deveria estar rindo porque, no final das contas, essa não era um dissertação do mestrado de Jeremias: Deus entregou o texto para Jeremias. Você realmente achou que Deus tinha esquecido o que tinha dito para Jeremias? Deus fala o texto novamente para Jeremias. Esse é um exemplo de ditado puro.
Em outras passagens, como o Salmo 23, Davi diz “O Senhor é meu Pastor. E nada me faltará”. Davi não recebeu isso por ditado. Ele estava expressando seus próprios sentimentos e seu próprio entendimento de seus dias como um jovem pastor. Ele pensava que essa era uma ótima analogia para falar sobre Deus. Em ambos os casos – Jeremias e Davi – Deus usou indivíduos humanos. E isso é verdade em outros casos – alguns por ditado, alguns por visão e assim por diante. No caso do Salmo 23, pela experiência de Davi, Deus produziu um texto que é simultaneamente um texto de um escritor humano e palavras ordenadas, providencialmente determinadas por Deus.
Então, a pergunta é: esse Deus é um Deus que fala a verdade? É claro, existem lamentos e a primeira pergunta que você não faz para um lamento é: - ele está dizendo a verdade? Mas enquanto tiver uma afirmação de verdade no material, então a inerrância é apenas uma forma de dizer “onde tiver uma afirmação de verdade, a Palavra de Deus é de fato verdade” - isso é que é inerrância.
Você também pode dizer que existem outras categorias. A Bíblia evoca emoções? Sim, ela evoca. Ela é normalmente carregada de símbolos? Em alguns tipos literário, sim, muito – porque ela é feita de muitos tipos diferentes. Em outras palavras, a verdade não é o único padrão para se avaliar as Escrituras. Mas porque a verdade é o padrão que é tantas vezes negado hoje em dia, você vai encontrar cristão desejosos por afirmá-la usando uma variedade de palavras. Inerrância é apenas uma dessas palavras insistindo que, quando as Escrituras se propõem a nos dizer algo, então a palavra de Deus é confiável. Elas nos dizem a verdade. Elas não comentem erros. Deus sabe o que está fazendo. Isso é inerrância.

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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