sexta-feira, fevereiro 26, 2010

O privilégio dos homens e o canto dos anjos.

"Foi a respeito dessa salvação que os profetas que falaram da graça destinada a vocês investigaram e examinaram, procurando saber o tempo e as circunstâncias para os quais apontava o Espírito de Cristo que neles estava, quando lhes predisse os sofrimentos de Cristo e as glórias que se seguiriam àqueles sofrimentos. A eles foi revelado que estavam ministrando, não para si próprios, mas para vocês, quando falaram das coisas que agora lhes foram anunciadas por meio daqueles que lhes pregaram o evangelho pelo Espírito Santo enviado dos céus; coisas que até os anjos anseiam observar". 1 Pedro 1:10-12.

Um dia desses estava ouvindo Alistair Begg e ele estava lendo um hino de John Sweney e Johnson Oatman que se chama “Holy, holy is what the angels sing”. E algo que me chamou a atenção é uma parte do hino que diz o seguinte:

Holy, holy, is what the angels sing,
And I expect to help them make the courts of heaven ring;
But when I sing redemption’s story, they will fold their wings,
For angels never felt the joys that our salvation brings.

Santo, santo é o que cantam os anjos,
E eu espero ajuda-los no cortejo dos círculos celestiais;
Mas quando eu canto a história da redenção, eles fecham suas asas,
Porque os anjos nunca sentiram a alegria que a nossa salvação nos traz.
(traduçao mais literal).

Esse refrão me chamou a atenção por causa da sua veracidade. Os anjos nunca experimentaram a redenção. Eles não sabem o que é a alegria de ter Deus morrendo por seus pecados. Eles não sabem o que é esse amor, amor por seres tão desprezíveis como nós.
O texto de 1 Pedro acima mostra bem isso. Os anjos gostariam de ver, de atentar para essa salvação. Mas essa é uma experiência puramente humana. E os anjos anseiam por isso.
O que torna isso tudo ainda mais interessante é que os anjos experimentam algo que para nós é maravilhoso. Eles estão diante do trono de Deus, dia e noite, adorando e servindo ao Senhor. Não é pouca coisa. Ainda assim, eles jamais poderão experimentar a redenção de nossos pecados como nós podemos experimentar.
Isso me levou a refletir como nossas prioridades estão erradas. Quando olhamos para as congregações, um dos ministérios mais concorridos é o de louvor e adoração e um dos menos concorridos e menos incentivados é o de evangelismo. Tudo bem que ninguém leva em consideração que o ministério de louvor (ao contrário do evangelismo) não encontra paralelo no Novo Testamento, aparentemente ninguém precisava de ministro de louvor na igreja primitiva e sempre é necessário ir até o Velho Testamento para buscar algum paralelo no trabalho dos levitas (que estava totalmente ligado ao templo e a Lei). Desconsiderando tudo isso, temos dois pontos importantíssimos que deveriam mudar o quadro, fazendo do ministério de evangelismo o ministério que deveria ter maiior procura. E esses pontos são muito bem entendidos pelas seitas pseudo-cristãs.
Primeiro: Deus é mais glorificado quando Ele salva um pecador miserável.
Quando Deus salva, por sua Graça, um pecador que só merece a sua ira, Ele demonstra seu amor, seu poder, sua misericórdia. Existe alegria juntos aos anjos na presença de Deus por um pecador que se arrepende (Lucas 15:10). E a adoração elevada ao máximo. E sabe por que?
Porque quando adoramos a Deus cantando ou nos momentos de louvor coletivo, estamos de alguma forma exaltando a Deus pelos nossos esforços. Isso não é ruim por si mesmo porque no final das contas, nós adoramos a Deus por quem Ele é e porque Ele é digno.
Mas quando Deus é adorado através da salvação de um pecador, não existe nada em nós que possa levar o menor crédito nisso. É somente Ele. Ele agiu, Ele salvou, Ele demonstrou misericórdia. Nós sumimos totalmente nessa equação e tudo o que sobra é Deus. É o que eu chamo de adoração evangelística. Quer ser um ministro de adoração? Seja um evangelista.
Segundo: Nós vamos adorar a Deus eternamente na glória, mas evangelismo só vamos fazer aqui nesta vida.
Isso é uma coisa muito óbvia mas totalmente ignorada. Toda a glória que pode ser prestada a Deus pela salvação de pecadores será criada nessa vida. Evangelismo é algo que não vamos fazer no Céu. Por isso que existe um foco tão grande no Novo Testamento na pregação do evangelho. Um privilégio que até os anjos gostariam de ter. Mas eles não o em. Esse privilégio é reservado somente à nós. Um privilégio que é desvalorizado. Por leigos e pelo clero.
O que será de nós? Vamos continuar tentando copiar (porcamente) nessa vida algo que os anjos fazem muito melhor que nós e ignorando o privilégio que nos foi dado ou vamos ter um entendimento mais correto sobre tudo isso, colocando cada coisa em seu devido lugar e focando aquela que é nossa missão nessa vida, elevando a adoração à Deus ao máximo possível e passando a eternidade fazendo coro juntos aos anjos?

Eu achei o hino que me referi em português, mas apenas em um hinário adventista. Não achei em nossa língua em nenhum dos hinários das igrejas protestantes tradicionais. Se alguém souber de outra versão desse hino, me avise.
Abaixo seguem o a letra e o mp3 do hino. Não faz jus ao texto original, mas é sempre muito difícil fazer versão de música. É algo que eu não tento fazer. Não tenho dom para isso.

Anjos cantam no céu.
John Sweney e Johnson Oatman


1. Há tais cantos lá no Céu,
Que aqui ninguém jamais ouviu!
Sempre os anjos cantam glórias
Ao Cordeiro do Senhor.
Harpas sempre em harmonia,
Sempre a voz em claros tons.
Quem nos dera ser assim,
Servindo ao Rei e Salvador!

CORO: "Santo! Santo!"
É o canto de anjos bons.
Eu hei de um dia unir
A voz a tais aclamações!
Mas quando eu lhes contar a história
Desta redençao: Mudez!
Não podem compreender
Tão grande salvação!

2. Mesmo que eu não seja um anjo,
Lá no Céu hei de cantar.
Vou unir-me ao grande coro
Dos remidos do Senhor
Louvarei meu salvador
Que sobre a cruz por mim morreu,
Que pagou as minhas culpas
E libertação me deu.

3. Esse canto de vitória,
Sim, os anjos ouvirão.
É qual voz de muitas águas,
Voz de grande multidão.
O Universo inteiro pára,
Em espanto e admiração,
Ante o canto dos remidos
Ao Senhor da redenção!

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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