terça-feira, junho 14, 2011

A falta de lógica na defesa de Ricardo Godim do "direito" homossexual


Vamos fazer uma análise sobre como uma falha em uma racíonío pode simplesmente descaracterizar e deturpar um assunto em debate. Para essa análise, veja a notícia a seguir:

Ricardo Gondim é dispensado da Ultimato por suas declarações sobre união entre homossexuais
Ricardo Gondim informou em seu blog que os diretores da Revista Ultimato se reuniram com ele nesta semana para avisá-lo que sua participação como colaborador da revista seria descontinuada.
O líder da Igreja Betesda escreveu para a publicação por quase 20 anos e, de acordo com ele, essa decisão foi tomada por causa de suas declarações polêmicas dadas à Revista Caros Amigos apoiando a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
“Respeito o corpo editorial da Ultimato por não se sentir confortável com a minha posição sobre os direitos civis dos homossexuais. Todavia, reafirmo minhas palavras: em um estado laico, a lei não pode marginalizar, excluir ou distinguir como devassos, promíscuos ou pecadores, homens e mulheres que se declaram homoafetivos e buscam constituir relacionamentos estáveis”, escreveu.
Além dessa declaração outras manifestações do pastor trouxeram certo desconforto para a redação da revista, diante da tragédia causada por um terremoto do Japão, Gondim postou mensagens no Twitter dizendo que Deus não teria o controle do mundo. Sobre esse aspecto o pastor escreveu: “Jamais escondi minha fé no Deus que é amor e nos corolários que faço: amor e controle se contradizem.”
Há tempos que Gondim se mostra mais a favor do humanismo do que do estilo “calvinista” que predomina as igrejas evangélicas do Brasil e esse foi outro ponto apresentado por uma das editoras da revista.
Fonte: Notícias Gospel

Uma das estratégias do movimento homossexual é caracterizar a questão da aceitação de seu estilo de vida como um direito. A outra, é caracterizar os que discordam de seu estilo de vida como homofóbicos. As duas estratégias, que nada mais são do que defesa (somos minoria) e ataque (xingar os outros) têm sido estremamente efetivas. Até mesmo as mais altas instâncias jurídicas foram iludidas por essa argumentação. Mas o mais triste é quando um pastor cristão se deixa enganar de forma tão vergonhosa. Não somente porque, para se deixar enganar, lhe é necessário ir contra o mesmo texto sagrado que ele diz acreditar, mas também quando abandona o bom uso do raciocínio para ser preso em uma falácia.
A questão do uso da homofobia já foi discutida aqui. Havia uma necessidade de se posicionar como grande vítima e nada como o uso de termos pejorativos para intimidar qualquer um que lhe seja contra. Por exemplo, sempre que alguém discorda de você em uma debate, você pode puxar a “carta nazista” e chamar seu interlocutor de “nazista” e identificar seu posicionamento com algo que o governo nazista fazia ou faria. Isso tem se tornado um hábito tão comum que já existe até uma terminologia dentro da lógica para isso, é o chamado “Reductio ad Hitlerum”. Essa foi uma das grandes sacadas do movimento homossexual. Você é contra o homossexualismo? Você é um homofóbico. Mas essa palavra não faz sentido. Leia aqui o porque.
Acredito que deveríamos talvez seguir esse exemplo. Criar também um termo perojativo para aqueles que são contra as nossas crenças. Poderia por exemplo ser cristofobia ou bibliofobia. E talvez deveríamos também seguir o exemplo da segunda estratégia e brigar pelo nossos direito de ninguém nos dizer que estamos errados. Mas seria isso um direito?
É nessa segunda estratégia que Ricardo Godim acabou tropeçando. A caracterização jurídica da coisa. O movimento homossexual diz que um direito lhes é negado, o de ter a sua união com outra pessoa do mesmo sexo reconhecida, da mesma forma que a união heterossexual é reconhecida pela sociedade. Tudo isso parece uma revindicação justa, mas uma análise cuidadosa nos fará perceber que não é bem assim.
Alguns questionamentos devem ser feitos. Primeiro, quando pedem que a união homossexual seja reconhecida pela sociedade da mesma forma que a união heterossexual, os ativista deste movimento realmente querem nos fazer acreditar que não existe nenhuma diferença entre uma união e a outra? As duas são exatamente iguais em sua natureza? E em sua função dentro da sociedade? Biologicamente, elas são a mesma coisa?
Um outro ponto importante é que os ativistas pelos “direitos” dos homossexuais não estão pedindo um direito que é garantido a outros e negado aqueles que são homossexuais. Não existe na consituição nenhuma diferenciação de direitos que são exclusivos dos heterossexuais e que são negados aos homossexuais. O direito que eles exigem, que não é exatamente um direito, é o reconhecimento e a possibilidade de se casar com uma pessoa do mesmo sexo. Mas esse é um direito que eu como heterossexual também não tenho. Eu não posso me casar com alguém do mesmo sexo. Eu só posso me casar com alguém do sexo oposto, assim como o homossexual pode muito bem se casar, desde que seja com alguém do sexo oposto. Vontade aqui é uma questão irrelevante. A lei não deve ser feita para satisfazer a vontade das pessoas. Ela está aí para nos proteger e proteger a sociedade como um todo. A forma de união que deve ser reconhecida pela governo e pela sociedade deve ser aquele que permite a proteção e continuação da sociedade. E a única relação que permite tal coisa é a união heterossexual. Reconhecer qualquer outra forma de união se torna uma grande deturpação do nosso sistema jurídico e também da noção de direito. O direito passa a ser baseado na vontade das pessoas. Se assim for, eu tenho muitas outras vontades que eu acho que devem ser reconhecidas por lei. E quando não as reconhecem, um direito me está sendo negado. Isso é ridículo, para se dizer o mínimo.
Para ilustrar bem isso, já que esse é um assunto carregado e dificilmente alguém consegue ver a validade do argumento quando os exemplos são dentro do próprio assunto, veja o seguinte cenário. Eu nasci no Brasil. Sou cidadão brasileiro, com RG, CPF e passaporte do nosso querido país. Mas estou sempre indo para os Estados Unidos e gosto muito de lá. Imagine se eu resolver que, apesar de ter nascido no Brasil, eu deveria ser americano e quero ser reconhecido como americano. E exijo que o governo dos Estados Unidos me reconheça como tal. Não só isso, mas a negação de tal coisa se constitui uma violação de um direito meu. Isso não faz sentido. Eu não tenho esse direito. Eu posso até me tornar cidadão americano, através dos poucos processos que levam a isso (é aqui que a analogia se quebra), mas esse não é um direito inato meu. Não é o mesmo que o direito a vida, a liberdade e tantos outros.
Da mesma forma, o movimento homossexual (e Ricardo Godim também) estão brigando por um direito que será exclusivos dos homossexuais e que acaba criando algo ridículo dentro das nossas leis: diferenciação entre homossexuais e heterossexuais. Isso sim é preconceito.
Quando chegamos nesse ponto, alguém provavelmente vai levantar a questão do amor, dizendo que estamos negando aos homossexuais o direito de se amarem. Isso é uma bobagem tremenda. Ninguém tem como legislar o amor de uma pessoa por outra. As pessoas são livres para se amar como quiserem. Até pra viverem juntas como quiserem. O problema é quando elas querem que a sua forma de amar seja reconhecida por lei. Eu amo minha mãe. Mas eu não posso me casar com ela. Estão aqui me negando um direito? Eu amo minha cachorra. Mas não posso me casar com ela. Devo então chamar aqueles que são contra de cachorrofóbicas? E os adultos que amam as crianças sexualmente? Devemos permitir que esse amor seja reconhecido pela lei? E quem é contra é pedofiolfóbicos? Veja que esse tipo de pensamento levado ao extremo demonstra o seu ridículo.
Infelizmente Ricado Godim falha em perceber o absurdo do movimento pró-homossexualismo. Não só pelas falhas no raciocínio, mas também porque biblicamente, o homossexualismo é pecado. E quando ele é a favor do reconhecimento por parte do governo de algo que é pecado, não somente fere os nossos direitos como cidadãos (no estado laico que ele cita) quanto fere as crenças da comunidade cristã (que é a igreja que ele se diz parte). Ele pode parecer popular para o mundo, mas deixa cada dia mais claro que não é mais nosso irmão. Fico imaginando se isso o incomoda ou o faz feliz. Eu não acho que ele gostaria de se identificar como meu irmão.

Ps: um outro erro teológico de Godim é quando ele diz que “amor e controle se contradizem”. Isso não é verdade. Um pai exerce controle sobre o seu filho e isso é resultado de seu amor por ele. Além disso, é necessário qualificar aquilo que Godim chama de controle e nós chamamos de Graça Soberana. Mas isso é assunto para outro post. Uma heresia por vez.

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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