domingo, janeiro 05, 2014

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Parte 1)


Gostaria de compartilhar com vocês três textos sobre os dons do Espírito Santo, um assunto muito debatido na igreja nos últimos anos. Na verdade, tenho acompanhado esse debate desde que me converti e sei que ele é muito anterior a isso. Eu já estive em ambos os lados do debate e a coisa toda se tornou clara para mim a partir de um estudo mais trabalhoso das Escrituras.
O texto abaixo se encontra originalmente no site da Igreja Batista Redenção. Pelos próximos três dias, vou publicar as três partes do estudo. Espero que seja útil para jogar alguma luz na questão.

Os Dons do Espírito Santo: Significado e Duração (Parte 1)

Por Pr. Marcos Granconato

Os dons do Espírito Santo, seu significado e continuidade, estão entre os temas mais debatidos dentro do contexto evangélico. É nesse campo que ocorrem os maiores excessos na forma de agir de muitos crentes e é também por causa dessa discussão que terríveis divisões acontecem nas igrejas.
De tudo isso decorre a necessidade de entender bem o que são os dons do Espírito Santo, bem como seu propósito, duração e forma de funcionamento. De fato, a história já demonstrou satisfatoriamente que a má compreensão desses assuntos traz prejuízos desastrosos para o povo de Deus.

No Novo Testamento, há três passagens em especial que apresentam listas de dons espirituais. A primeira é Romanos 12.6-8 que menciona os sete itens alistados a seguir.

Profecia: O profeta era alguém que recebia revelações diretas de Deus e as transmitia aos homens de forma inerrante e infalível. No NT, as revelações proféticas eram predominantemente doutrinárias, ou seja, os profetas revelavam verdades divinas ocultas de outras gerações. Essas verdades eram também chamadas de mistérios (Ef 3.4,5). Só mui raramente os profetas traziam revelações sobre o futuro ou sobre a vida particular de alguém e, ao que parece, só o faziam quando o que era revelado tinha forte impacto sobre a igreja como um todo (At 11.28; 21.10,11). Os profetas tinham como função primária lançar as bases doutrinárias, éticas e funcionais da igreja (Ef 2.20). Como essas bases foram todas lançadas nos tempos dos apóstolos, os profetas deixaram de existir já no fim do século 1. O dom de profecia, portanto, não existe mais.

Serviço: É possível que esse dom abranja a habilidade dada por Deus de realizar bem aqueles trabalhos que são considerados inferiores pelas pessoas em geral. Nem todos são capazes de fazer esses serviços com qualidade. Por isso, Deus dotou alguns homens e mulheres da igreja com uma capacidade especial para realizar tarefas dessa natureza em favor dos santos.

Ensino: Trata-se da capacidade de transmitir a verdade de Deus à igreja com clareza e autoridade, promovendo sua edificação e amadurecimento. Através dos mestres, a igreja é protegida das falsas doutrinas e adquire base teológica para viver com retidão e santidade.

Exortação: Esse dom abrange o trabalho de consolar, animar e encorajar. Os cristãos geralmente são abalados não somente pelos problemas comuns da vida, mas também por ataques e dificuldades que lhes sobrevêm por causa da fé. Por isso, para que seu povo não fique à mercê do conselho de incrédulos, o Senhor concede esse dom a alguns crentes, a fim de que os santos encontrem neles amparo, alívio e amizade.

Contribuição: A referência aqui é à tarefa de distribuir. Sendo a igreja de Cristo formada por muitas pessoas pobres, há entre os santos aqueles cujo coração Deus dotou com a disposição constante de assistir os necessitados. Paulo diz que essas pessoas devem fazer isso generosamente. Outrossim, os crentes que têm esse dom devem se vigiar para que, no seu exercício, não sejam levados pelo desejo de ser admirados pelos homens (Mt 6.1).

Liderança: A prática desse dom envolve a administração de recursos da igreja e a direção geral da comunidade cristã local. A igreja não foi deixada por Deus à mercê das preferências de cada membro, pois isso a lançaria na desordem total (Jz 17.5,6). Antes, o Senhor lhe concedeu pessoas capazes de liderá-la, apontando seus alvos e o modo como devem ser atingidos. De acordo com Paulo, os líderes devem realizar seu trabalho com toda diligência, zelando para que seu dom não seja negligenciado.

Misericórdia: A pessoa que tem esse dom se vê disposta a mostrar favor a seus irmãos que sofrem por causa de doenças, perdas, decepções e tragédias. Por se tratar de uma tarefa pesada e, às vezes, bastante desagradável, pode acontecer de algum crente ter esse dom e passar a exercê-lo com pesar. Por isso, Paulo diz que os irmãos que têm o dom de misericórdia devem exercê-lo com alegria.

Conforme se vê, entre os dons alistados aqui somente o de profecia não existe mais. Com efeito, não há nenhum indício ou razão na Escritura que nos leve a afirmar que os demais também deixaram de existir. Na verdade, o próprio viver diário da igreja mostra sua permanência viva até os dias de hoje.

Parte 2 - Parte 3 (em breve)

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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