Ontem falamos na igreja que congregamos (Igreja Batista Redenção) sobre a existência de Deus.
Nós filmamos a palestra e em breve quero colocar o vídeo aqui.
Mas vou aproveitar e colocar as minhas notas para a palestra, caso alguém que tenha assistido queira se utilizar dela.
Vou dar uma olhada no vídeo e ver se ele está bom para postar.
Abaixo seguem as notas:
1 – Revisão da Tática Columbo
2 Perguntas:
a) O que você quer dizer com isso?
b) Como você chegou a essa conclusão?
2 – A Existência de Deus
a)
As crenças referentes a Deus:
Teísmo:
crença na existência de Deus ou deuses;
Agnosticismo:
não é possível saber se Deus existe ou não. Tanto pode existir quanto pode não existir;
Ateísmo:
Afirmação da inexistência de Deus.
Por que
alguém não crê, mesmo em frente a bons argumentos? Ignorância ou vontade.
b)
Natureza do argumento:
Métodos
dedutivos: conclusão que se segue as premissas. Premissas são paredes e a
conclusão é o teto.
c)
O argumento cosmológico Kalam
1 – Tudo o que começa a existir tem
uma causa.
Não deveria haver muita disputa aqui, mas existe. Alguns propõem que o
universo não possui uma causa. Apenas apareceu do nada. Mas isso não faz
sentido. Por que não vemos tal coisa acontecendo, se isso fosse realmente
possível? Ex Nihilo, nihil fit!
2 – O universo começou a existir.
Duas linhas de evidência: filosófica e científica.
Filosófica: infinito real não existe. Não é possível que exista um
número infinito de eventos passados que chegam
até hoje. Caso houvesse um número infinito de eventos, nunca chegaríamos
até hoje. É impossível atravessar o infinito. Órbitas de Júpiter (12 anos) e
Saturno (24 anos. Na verdade é 30). O Hotel de Hilbert.
Científica:
- Segunda Lei da Termodinâmica. A quantidade de energia utilizável no
universo está acabando.
- Descobertas de Einstein em 1915 (TGR), depois Alexander Friedmann e
Georges Lemaître trabalhando com as equações de Einstein, chegaram à mesma
conclusão que o universo está em expansão. Edwin Hubble em 1929 com a
descoberta do desvio para o vermelho da luz das galáxias distantes provou que o
universo estava em expansão.
Arvind Borde, Alan Guth, e Alexander Vilenkin: provarão que “qualquer
universo que está, na média, se expandindo através da história não pode ser
eterno no passado, mas precisa ter um início absoluto”.
3 – Portanto, o universo tem uma
causa.
d)
O argumento teleológico
1 – O ajuste preciso do universo se
deve ou a uma necessidade física, ou a um acaso ou a um design.
Nenhuma discussão aqui. Essas são as três possibilidades. Todos
basicamente concordam com esses pontos.
Algumas constantes fundamentais:
Constante gravitacional: 1060 (corpo humano possui 1014
células, ou algo em torno de 10 trilhões de células). Move um único ponto, ou o
universo se expandiria e ficaria ralo ou entraria em colapso e nenhum planeta
ou vida existiria.
Constante cosmológica: 10120 variação em apenas uma parte
levaria o universo a se expandir muito rápido ou muito lentamente.
Temos muitas outras constantes.
2 – Ele não se deve à necessidade
física nem ao acaso.
Necessidade física: É impossível que um universo sem esses ajustes finos
exista? Não, na verdade é ainda mais provável que um universo assim exista. Não
há nada que mostre que o universo só poderia ser da forma que é.
Acaso: tivemos sorte? A probabilidade de que todas as constantes
universais que permitem a existência da vida se alinhassem precisamente da
maneira que se alinham é tão pequena, que está além da impossibilidade. Uma Ferrari
que aparece do nada na garagem à noite.
Multiverso não resolve o problema aqui. Primeiro, por não haver nenhuma
evidência em seu favor, segundo, o “gerador de universos” teria que ter ele
mesmo um ajuste preciso.
3 – Portanto, ele se deve ao design.
e)
O argumento moral
1 – Se Deus não existe, não existem
valores morais e deveres morais objetivos.
Aqui, estamos falamos sobre certo e errado, não algo bom ou ruim.
Estamos falando de algo que gera obrigação. Por exemplo, seria bom que eu fosse
bombeiro, mas não sou obrigado a ser bombeiro.
E por objetivo, queremos dizer algo que não depende do que as pessoas
pensam ou percebem.
Sem um ponto de referência, não é possível dizer que algo está pra cima
ou para baixo. Por exemplo, onde fica o “acima e o abaixo” no universo?
Sem Deus, não existe nenhum valor ou dever moral (referência) que seja
realmente objetivo, que englobe todos os seres humanos.
Estupro e assassinato acontecem o tempo todo no reino animal. Mas isso
não gera nenhum valor ou dever moral. Não é errado nem certo para os animais.
Se Deus não existir, isso também se aplica ao ser humano.
2 – Valores e deveres morais de fato
existem.
O ser humano tem capacidade de perceber o certo e o errado. Ex: nazismo
seria errado, mesmo que eles tivessem ganhado a guerra e convertido o planeta
inteiro ao nazismo? Estuprar um bebê é sempre errado, mesmo que outras pessoas
não vejam?
Evolução: mesmo que fosse verdade que evoluímos nossa percepção de
valores morais, no máximo isso explica como passamos a perceber esses valores,
mas nada diz em relação a eles. É uma falácia genética. Além disso, para a
evolução, o homem é apenas um animal mais evoluído, mas ainda assim um animal.
E animais não possuem obrigações morais.
Toda vez que alguém diz que algo está errado, está afirmando a segunda
premissa. Quando um ateu acusa Deus de comandar atrocidades morais no AT, está
afirmando a segunda premissa.
3 – Portanto, Deus existe.
3 – Podemos inferir algumas coisas sobre esse
criador:
a) Todo poderoso
– criou o tempo e o espaço;
b) Eterno –
Existe causalmente anterior ao universo;
c) Pessoal – o
universo teve começo em um momento no tempo. Ele teve vontade que levou a uma ação
(forças impessoais não possuem vontade. Assim que entram no recinto sente-se a
sua força).
d) Inteligente
– Ajustou o universo em constantes absurdamente precisas;
e) Bom – é o
ponto de referência para definirmos o que é certo e o que é errado.
As
qualidades acima costumam ser atribuídas a aquilo que normalmente se chama de
Deus.
Um comentário:
Posta logo o vídeo... quero muito assistir.
:)
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