sábado, março 05, 2011

Um Conto de dois Cantos: Conhecimento e Maturidade





Nesse canto, nós temos o nosso amigo, o Sr. Rato de Biblioteca. Ela ainda não tem 30 anos. Ele é muito inteligente. Ele lê Calvino, Edwards, Lutero e Bavinck. Ele conhece Warfield e Hodge, além de Piper e Carson. Desde que veio ao Senhor, na faculdade, o Sr. Rato de Biblioteca está pegando fogo no aprendizado. Ele ouve dúzias de sermões semanalmente em seu iPod. Ele tem um melhor entendimento dos debates teológicos atuais do que a maioria dos pastores. Ele ama conferências cristãs, as com bastante alimento. O Sr. Rato de Biblioteca conhece tudo de hermenêutica, propiciação, teologia da aliança, o princípio regulativo e a ordo salutis. Ele está até aprendendo sozinho um pouco de grego. Hebraico e Latim estão na lista. E se tiver tempo, ugarítico.

O Sr. Rato de Biblioteca é inteligente, sério sobre sua fé e deseja genuinamente servir ao Senhor. Mas ele tem uns vinte e poucos anos e não é muito maduro. Em questão de conhecimento, ele joga na serie A, mas em questão de maturidade, está no série D. Ele não tem pecados horrendos, só alguns bem chatos. Na escala verdade-graça, ele é totalmente verdade. Ele é desagradável, beirando o abrasivo. Falta totalmente para ele o senso de proporcionalidade. Ele não consegue perceber que um debate sobre apologética pressuposicional versus evidencialista não é tão sério quanto um debate entre Atanásio versus Arianismo. Tudo para ele é da mais alta importância porque não existe outro tipo de questões.

Para piorar, o Sr. Rato de Biblioteca fala muito. Ele vê cada conversa como uma batalha forense pronta para acontecer. Ele tem uma opinião para tudo. Ele não faz perguntas. As pessoas tem medo dele e não sabem por que. Com exceção daqueles em total acordo com ele, o Sr. Rato de Biblioteca não tem muitos amigos. Ele não está tentando ser rude ou arrogante. No final das contas, ele até poderia ser um rapaz mais agradável. O problema é que ele tem todo esse conhecimento e ele não sabe como usá-lo de uma forma mais sábia ou cativante.

No outro canto, está o Sr. Fé Simples. Ele é cristão há mais de 40 anos. Ele ora e lê sua Bíblia todos os dias. Ele criou quatro filhos cristãos. Ele está casado por mais de 30 anos. Ele é tranquilo, sincero e muito respeitados por todos. Mas ele não é um grande leitor. Ele nunca foi. Ele lê dois, três livros por ano, um deles pode ser um livro cristão, normalmente algo popular e bem leve. O Sr. Fé Simples tem instintos teológicos decentes. Ele sabe que a Bíblia é verdade, Jesus é o único caminho, o inferno é real e que você não pode ganhar sua salvação pelas suas obras. Ele é ortodoxo, mas bem ignorante além do básico e, francamente, ele não está muito interessado.

Então, quem você teria como ancião em sua igreja? O Sr. Rato de Biblioteca é mais impressionante, mas o Sr. Fé Simples provavelmente tomará melhores decisões e será melhor recebido pelos membros da congregação. Pessoalmente, eu prefiro maturidade ultrapassando o conhecimento ao invés do contrário.

Aprendendo a Dirigir Corretamente

Não é necessários dizer que o objetivo era ter ambos. Um cristão maduro com pouco conhecimento teológico não está vivendo o seu potencial. Um cristão com conhecimento mas com pouca maturidade tem potencial que ele não sabe como usar.

Um cristão imaturo mas teologicamente astuto é como uma criança de cinco anos pilotando um helicóptero Apache. Aqui está essa enorme arma, ela pode destruir argumento e nos defender contra as heresias. Ele pode elevar-se até os céus e vislumbrar coisas gloriosas que nenhum outro vê ao nível do mar. Este helicóptero teológico é bom para busca e resgate, tanto quanto para busca e destruição. Qualquer exército congregacional adoraria ter esse veículo. É rápido. É furioso. É impressionante. Mas também é perigoso. E com um garoto de cinco anos por três do volante (ou seja lá o que for que dirige um helicóptero) alguém vai acabar se machucando. Não é errado uma criança ter um helicóptero, mas seria bem melhor se ele crescesse e tivesse algumas aulas de pilotagem antes de levar o equipamento para uma volta.

Por outro lado, um cristão maduro com o mínimo de conhecimento teológico é como um homem de 45 anos dirigindo um triciclo. Se eu tivesse que escolher, eu escolheria o homem de 45 anos no triciclo, mas somente porque ele é menos perigoso que o garoto piloto de cinco anos. Em um mundo perfeito, o homem de 45 anos aprenderia a dirigir algo para adultos. Claro, ele pode andar por aí em um triciclo. Mas ele não pode ir muito longe e muito rápido. Ele é limitado em relação aquilo que ele pode ver e experimentar. Ele não consegue repelir os inimigos ou alcançar novos patamares. Ele é firme, mas não o melhor que pode ser.

O objetivo no discipulado cristão é que não tenhamos que escolher entre garotos pilotando helicópteros e adultos andando de triciclos. Nós queremos os mais maduros pilotos à frente das mais intricadas máquinas. O nosso alvo é que o Sr. Conhecimento cresça para o Sr. Cabeça e Coração e que o Sr. Fé Simples aprenda a ser o Sr. Verdade Profunda.

E se nossas congregações não atingiram esse equilíbrio ainda, podemos ao menos prover um instrutor seguro para as crianças e dar o pontapé inicial para o treinamento dos adultos.

Nenhum comentário:

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...