quarta-feira, abril 08, 2009

Richard Dawkins e a arte do raciocinio circular


Mais uma vez, com a chegada de datas religiosas, revistas como SuperInteressante ou Galileu se lançam a desvendar artigos da fé. Nessa empreitada, a Super lançou uma revista especial sobre Deus, sendo esse aliás o título.

Em um artigo intitulado “Ele está acima de nós?”, uma citação de Richard Dawkins (The Alien Man, para quem viu Expelled) chamou minha atenção, por ser um primor do pensamento circular.

Quando falava sobre a impossibilidade da existência de Deus, ele diz que Deus não poderia existir porque a evolução do cérebro humano levou milhões de anos para acontecer e para que o universo tivesse um arquiteto, ele teria de ter um cérebro tão desenvolvimento ou mais quanto o humano, sendo assim, não teria tido tempo para desenvolver esse cérebro e criar o universo. Não sei se retiraram essa citação de alguma entrevista ou de Deus, um Delírio, onde ele repete essa pérola da lógica.

Dawkins acredita piamente que a única grande verdade do universo é o processo evolutivo conforme descrito por Darwin. Para ele, absolutamente tudo o que existe só veio a existência por esse processo, que é um fato em si e que nenhuma outra explicação cabe. Portanto, para ele, se um Deus existir, ele só pode existir por um processo Darwiniano.

Ora, isso é raciocínio circular. Eu fundamento minha conclusão na própria conclusão em si. Em momento algum os cristãos (principal alvo de Dawkins, declarado por ele mesmo) alegam que Deus foi criado, ou que é dependente desse universo. A crença clássica do cristianismo sobre Deus é que ele é transcendente ao universo. Ele criou o universo. Já existia antes mesmo desse último existir. Portanto, mesmo que um processo evolutivo tenha desenvolvido a vida em nosso planeta, nada, absolutamente nada obriga Deus a se limitar por essa regra. É como dizer que o autor de um livro só pode existir se ele tiver vindo a existência pelo mesmo processo que seus personagens em seu livro. Não faz sentido.

É interessante notar que Dawkins diz que a chance de Deus existir é “tão improvável quanto uma rocha se transformar em uma pessoa”. Mas não é exatamente isso que ele acredita? Que através de bilhões de anos, a vida se formou do nada (abiogênese, alguém poderia chamar Pasteur por favor???) e através de algum ato mágico (mas não sobrenatural) a primeira célula se formou. O resto é história, como conta a música de abertura do “The Big Bang Theory”. Fechando o raciocínio, Dawkins acredita na possibilidade da existência de Deus, já que ele acredita que uma pedra (sem vida) se transformou no ser humano (ser vivente). A única diferença é que ele acrescenta um montão de tempo para disfarçar.

Dawkins é um péssimo filósofo, isso já é notório. Mas mesmo sabendo disso, ele não para de me surpreender com suas pérolas. E pensar que ele é o considerado o mais brilhante dos ateus… também, depois que perderam Anthony Flew, o que sobrou?

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Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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