quinta-feira, janeiro 06, 2011

Eustáquio, o ateu

eustaquio o ateu de cronicas de narnia
Ontem fomos ao cinema ver “Crônicas de Nárnia – A Viagem do Peregrino da Alvorada”. Como fãs de C. S. Lewis, tanto dos seus escritos em teologia e apologética quanto em ficção, estávamos bem animados em ver o filme.
Para começar, gostamos do filme. Foi muito bom. Foi divertido. E em algumas partes, bastante emocionante. Não é melhor do que o livro (nem tem como) mas valeu a pena cada centavo.
Mas esse texto não é uma crítica do filme, nem mesmo sobre algumas questões teológicas que são levantadas na história (nem mesmo um lado meio que “salvação por obras” no final). Esse texto é sobre um novo personagem que é introduzido nesse filme: Eustáquio Clarêncio Mísero.
Eustáquio é o primo pestinha dos irmãos Pevensie. Ele é um homem das ciências, que gostaria de “tratar seus primos como insetos. Colocar um alfinete neles e prendê-los na parede”. É racional, lógico, arrogante e debocha da fé de seus primos em Nárnia. Quando estes relatam suas experiências com Aslan, ele as considera como mitos, fábulas e crendices. Eustáquio é em todos os sentidos, um naturalista. Para ele, esse mundo que vivemos é todo o que existe. Se não posso tocar, cheirar, provar, ver ou ouvir, então não existe. Se não fosse o bastante, Eustáquio torna a vida de seus primos, que moram com ele, um verdadeiro inferno.
Mas tudo está para mudar para Eustáquio, quando ele é levado juntos com seus primos para Nárnia através de um quadro na parede (uma cena bem legal). Ele passa a fazer parte da tripulação do Peregrino da Alvorada, o navio do Rei Caspian. A bordo do Peregrino estão vários narnianos, além de seres mágicos, como um minotauro e até um rato falante (Ripchip). Ele exige ser deixado em algum consulado britânico. E seu único momento de aparente alegria no navio é, mais para frente na história, quando ele percebe que todos a bordo estão tão infelizes quanto ele.
Apesar das mudanças em seu ambiente, Eustáquio continua arrogante e cético de tudo o que vê. Para ele, todos a bordo são lunáticos, malucos e sujos (especialmente o rato). Quando está na casa de Coriaquin, ouvindo as instruções que estão sendo dadas para que seguissem até a Ilha de Ramandu, o nosso pequeno cético diz “seguir uma estrela imaginária, em uma terra imaginária”.
Apesar de todas as evidências a favor, Eustáquio se nega a acreditar que está em Nárnia e está experimentando “as fábulas de seus primos”.
Após muitos acontecimentos (que eu não vou contar aqui), um resoluto e cansado Eustáquio finalmente encontra aquele que ele duvida que existe. Em uma linda cena, Aslan transforma Eustáquio literalmente. Um novo ser, regenerado, renasce.
Eu não sei se Lewis pensou nisso ou não, mas Eustáquio para mim é o reflexo do ateu moderno. Ele se acha racional, um homem da ciência, lógico, que somente acredita naquilo que os cinco sentidos podem experimentar. Ele é arrogante com os “fiéis” e trata a todos que discordam dele como intelectualmente desonestos. É contra todos que advogam pela verdade absoluta, pois só existe uma verdade absoluta: o cientismo! Ele se nega a reconhecer os atributos invisíveis de Deus que são claramente vistos na criação do mundo. Todos os argumentos teístas do mundo para ele são falaciosos e fundamentos na religião. Seu pressuposto naturalista não pode provar nem a si mesmo, mas ainda assim, para o ateu moderno, é sua regra de fé.
Mas aí chega o momento, nas areais de alguma ilha deserta, que assim como Eustáquio, ele encontra Aslan. E aquilo que todos os argumentos do mundo não conseguiram fazer (já que argumentos trabalham no intelecto e a resistência do ateu está na vontade) se faz com um rugido. Claro, estou falando metaforicamente. O Encontro aqui é com Deus. E a esse encontro, não tem como resistir. É um encontro que todos teremos. Alguns nessa vida. Outros, na próxima.
Portanto, Eustáquio agora é o codinome que dou para todos os ateus que navegam por ai, principalmente na internet. Que o caminho de Eustáquio Clarêncio Mísero seja o de vocês e possam um dia ter um legítimo encontro com Aslan e entrar em seu País.

Um comentário:

Leandro Boer disse...

A ator do personagem Eustáquio "roubou a cena" durante o filme. Ele me divertiu! Realmente, sua intransigência e racionalismo ilustram muito bem os ataques ateístas materialistas que os cristãos sofrem todos os dias. Sua busca incessante pelo consulado britânico demonstra claramente em que os materialistas depositam sua confiança. Foi muito interessante ouvir o Eustáquio dizendo que seu encontro com Aslam foi doloroso (pois ele o feriu), mas que por meio daquele ferimento ele foi curado. Sim, como Aslam diz no filme: "vocês me conhecerão em seu mundo por outro nome..."
Vem Senhor Jesus! Leandro Boer

Nas escrituras, tirar os sapatos tem um significado muito especial. Quando Moisés teve seu primeiro confronto com Deus, Ele disse para que ele tirasse seus sapatos porque ele estava em terra santa. Jesus caminhou descalço para o Calvário. Na cultura daquele tempo, estar descalço era o sinal que você era um escravo. Um escravo não tinha direitos. Jesus nos deu o exemplo supremo de renunciar tudo por um grande objetivo.
Loren Cunningham Making Jesus Lord / Marc 8:34,35

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